O que é o futuro? Revolução do software biológico do ensino - ou seja: renovação de professores. No seu dia mundial, os docentes enfrentam velhos dilemas e libertam novas palavras de ordem. Simbolicamente, o futuro pode ser hoje.
A perspectiva de dentro é bastante bruta: quando falam da sua profissão, os professores falam de problemas (Associação Nacional de Professores, 24/Set). Oito problemas: "Crescente complexidade e heterogeneidade dos públicos com que têm de lidar; diminuição da atractividade da profissão por força da desvalorização política e social de que têm sido alvo; desinvestimento na actualização da formação inicial; crescente carga administrativa e burocrática; violência com que se vêem confrontados nas escolas; drástica diminuição de perspectivas de progressão na carreira; responsabilização quase exclusiva pelo sucesso dos alunos".
A perspectiva de dentro é bastante bruta: quando falam da sua profissão, os professores falam de problemas (Associação Nacional de Professores, 24/Set). Oito problemas: "Crescente complexidade e heterogeneidade dos públicos com que têm de lidar; diminuição da atractividade da profissão por força da desvalorização política e social de que têm sido alvo; desinvestimento na actualização da formação inicial; crescente carga administrativa e burocrática; violência com que se vêem confrontados nas escolas; drástica diminuição de perspectivas de progressão na carreira; responsabilização quase exclusiva pelo sucesso dos alunos".
Nas oito preocupações, o alvo comum é a redignificação do estatuto, e o consequente benefício do aluno, mas apenas uma inquietação o contempla realmente - aquela em que o professor enfrenta uma crescente complexidade de crianças e adolescentes que tem que ensinar, ao mesmo tempo que vê entrar pela sala adentro uma cada vez maior diversidade (geográfica, linguística, religiosa…) de alunos.
Como respondem globalmente a isto os professores? Com mais exclamações e uma lista de sete verbos fortes (Fed. Nacional Professores, 3/Out ) que "o Governo não pode". Não pode: "destruir (carreira docente), agravar (condições de trabalho), aumentar (horários), impor (avaliações absurdas), afastar (dos centros decisórios), elevar (precariedade, desemprego) e atacar (dignidade do professor)".
Simbolicamente encarada como a data que levanta a maior reflexão a que se pode entregar um professor - o que é ser professor?, o que é ensinar? -, os docentes enfrentam hoje uma inquietação maior, catapultados pela evolução de alunos que já começam a ler primeiro em ecrãs e só depois em papel: como vai ser o professor no futuro? Responde Feitor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (Lusa): "O futuro passa pela revolução do software biológico do ensino, ou seja, o professor".
Ideia central do relatório de 17 páginas do Parlamento Europeu, notório documento com pistas sobre a melhoria da qualidade da formação de professores, o texto oferece conteúdo às reclamações de forma dos docentes, fixando que "a qualidade do ensino é um factor-chave para determinar se a UE pode aumentar a criação de emprego, a sua competitividade e crescimento num mundo globalizado". A proposta é, claramente, a de professores de futuro; os docentes respondem com aquilo que promete tornar-se na sua nova ideia de ordem: "Os professores contam!".
A mensagem do dia da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura avista o mesmo horizonte e pede mais: faltam 18 milhões de professores se quisermos atingir o objectivo da educação primária universal em 2015 - e, sim, os professores defrontam "formação inadequada, baixos salários e salas de aula superlotadas".
Do universo português de 140 mil docentes, globalmente, todos estão imersos num novo sistema de avaliação total, que consideram inadequado, ineficaz e injusto, mas que vai ter reflexo na sua progressão salarial - e em toda a 'entourage' social da perda presente de importância do papel do professor enquanto actor cívico. A quem pertence o futuro? À regeneração, à refundação da profissão - e essa começa sempre hoje.
Como respondem globalmente a isto os professores? Com mais exclamações e uma lista de sete verbos fortes (Fed. Nacional Professores, 3/Out ) que "o Governo não pode". Não pode: "destruir (carreira docente), agravar (condições de trabalho), aumentar (horários), impor (avaliações absurdas), afastar (dos centros decisórios), elevar (precariedade, desemprego) e atacar (dignidade do professor)".
Simbolicamente encarada como a data que levanta a maior reflexão a que se pode entregar um professor - o que é ser professor?, o que é ensinar? -, os docentes enfrentam hoje uma inquietação maior, catapultados pela evolução de alunos que já começam a ler primeiro em ecrãs e só depois em papel: como vai ser o professor no futuro? Responde Feitor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (Lusa): "O futuro passa pela revolução do software biológico do ensino, ou seja, o professor".
Ideia central do relatório de 17 páginas do Parlamento Europeu, notório documento com pistas sobre a melhoria da qualidade da formação de professores, o texto oferece conteúdo às reclamações de forma dos docentes, fixando que "a qualidade do ensino é um factor-chave para determinar se a UE pode aumentar a criação de emprego, a sua competitividade e crescimento num mundo globalizado". A proposta é, claramente, a de professores de futuro; os docentes respondem com aquilo que promete tornar-se na sua nova ideia de ordem: "Os professores contam!".
A mensagem do dia da Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura avista o mesmo horizonte e pede mais: faltam 18 milhões de professores se quisermos atingir o objectivo da educação primária universal em 2015 - e, sim, os professores defrontam "formação inadequada, baixos salários e salas de aula superlotadas".
Do universo português de 140 mil docentes, globalmente, todos estão imersos num novo sistema de avaliação total, que consideram inadequado, ineficaz e injusto, mas que vai ter reflexo na sua progressão salarial - e em toda a 'entourage' social da perda presente de importância do papel do professor enquanto actor cívico. A quem pertence o futuro? À regeneração, à refundação da profissão - e essa começa sempre hoje.
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