Espaço de debate, informação, divulgação de atividades, partilha de documentos e troca de experiências relacionados com a inclusão, a educação inclusiva e as medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão
quarta-feira, 31 de março de 2010
Olho biónico pode devolver visão
Medidas de educação especial no âmbito dos percursos curriculares alternativos e dos cursos de educação e formação
O Decreto-Lei n.º 3/2008, refere que os apoios especializados se aplicam na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário, visando a criação de condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e participação. Assim, compete à educação especial a inclusão educativa e social, o acesso e o sucesso educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, assim como a promoção da igualdade de oportunidades, a preparação para o prosseguimento de estudos ou para uma adequada preparação para a vida profissional. O diploma não consagra limitações na definição do público-alvo, podendo, desta forma, aplicar-se a todos os alunos dos ensinos básicos e secundário, nas diversas modalidades proporcionadas nos estabelecimentos de educação e ensino.
O Despacho Normativo n.º 1/2006, define o regulamento para a constituição, funcionamento e avaliação de turmas com PCA. Estes percursos destinam-se aos alunos que até aos 15 anos, inclusive, se encontrem numa situação de ocorrência de insucesso escolar repetido, de existência de problemas de integração na comunidade escolar, de ameaça de risco de marginalização, de exclusão social ou abandono escolar, e de registo de dificuldades condicionantes da aprendizagem. A estrutura curricular deve assegurar a aquisição de competências essenciais definidas para o ciclo de ensino a que reporta o PCA. Os conteúdos são determinados tendo em consideração os resultados da avaliação diagnóstica, as necessidades e os interesses dos alunos e o ajustamento e a articulação entre as diferentes componentes. A elaboração da matriz do currículo corresponde, por analogia, a um processo de adequação curricular e de adequação no processo de avaliação aos alunos da turma.
O Despacho conjunto n.º 453/2004, cria o regulamento dos CEF, destinados, preferencialmente, entre outras situações, a jovens com idade igual ou superior a 15 anos, em risco de abandono escolar ou que já abandonaram, ou que pretendam adquirir uma qualificação profissional para ingresso no mercado de emprego. O CEF é desenvolvido por uma equipa pedagógica, à qual compete a organização, realização e avaliação do curso, nomeadamente o acompanhamento do percurso formativo dos formandos, promovendo o sucesso e, através de um plano de transição para a vida activa, uma adequada inserção no mercado de trabalho ou em percursos subsequentes.
Deste enquadramento retirei algumas ilações:
- Os PCA e os CEF foram criados como medidas educativas específicas para um conjunto determinado de alunos;
- Os objectivos destas formações visam, genericamente, a luta contra o insucesso e o abandono escolares, a exclusão social, as dificuldades de aprendizagem, a transição para a vida;
- Alguns dos objectivos a prosseguir são comuns à educação especial;
- Os currículos de ambas as formações têm por base as competências essenciais do ciclo a que se reportam, devendo, no entanto, ser adequados às características e às limitações dos alunos, à semelhança das adequações curriculares individuais e as adequações no processo de avaliação, no âmbito da educação especial.
Os PCA e os CEF consistem numa adequação do processo educativo, ou seja, numa medida específica para determinados alunos. Desta forma, considero que, só em situações muito específicas, estes alunos devem beneficiar de medidas especializadas, no âmbito da educação especial.
Concretamente as adequações curriculares individuais e as adequações no processo de avaliação, na minha perspectiva, não são de aplicar aos alunos dos PCA e CEF, pois estes percursos são flexíveis e passíveis de constantes adaptações. Para tal, as equipas pedagógicas reúnem muito regularmente.
No entanto, em determinadas situações, como por exemplo, alunos com dificuldades de visão e audição, havendo necessidade de recorrer ao braille ou à língua gestual, as medidas referidas devem aplicar-se.
Outras medidas, como apoio pedagógico personalizado, adequações no processo de matrícula e tecnologias de apoio podem aplicar-se perfeitamente.
Com esta análise pretendo, acima de tudo, estimular alguma reflexão sobre esta temática. Verifica-se, com alguma frequência, que a interpretação e a implementação das medidas educativas preconizadas pela educação especial não são consensuais nem uniformizadas na sua aplicação, contribuindo, eventualmente, para o aumento das barreiras dos alunos.
terça-feira, 30 de março de 2010
'Bullying' passa a ser considerado crime
«Há vantagem em tipificar e vamos acompanhar essa proposta do Procurador-Geral da República e propor ao Conselho de Ministros», disse à agência Lusa Isabel Alçada.
Questionada sobre se o mesmo documento também vai definir as agressões a professores como crime público, Isabel Alçada afirmou que esse já é «o ponto de vista» da tutela.
«Temos feito várias consultas e os juristas tendem, de uma maneira geral, a considerar que se trata, na verdade, de um crime público. Não só contra professores, mas contra todos os elementos da comunidade educativa».
A Procuradoria Geral da República (PGR) disse na segunda feira à Lusa que quer definir o 'bullying' como um crime, no âmbito da violência escolar, e ampliar a denúncia obrigatória por parte dos responsáveis das escolas.
Segundo a PGR, apesar de «grande parte da jurisprudência» já considerar os ilícitos ligados à violência escolar como crimes públicos, «interessa abranger na violência escolar ilícitos que até agora dificilmente se podem considerar tipificados, tal como é o caso do school bullying».
Num estudo sobre violência escolar entregue aos Ministérios da Educação e da Justiça, a PGR defende a «ampliação dos deveres de denúncia obrigatória dos responsáveis das escolas, direções regionais de educação e titulares de funções inspetivas na Inspeção Geral de Educação».
Assim, defende que sejam participados «todos os factos qualificados como crimes» cometidos em ambiente escolar ou de que sejam vítimas membros da comunidade escolar.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Escola ensina a viver com o autismo
Aprender a viver o autismo com um sorriso
Os olhos grandes e expressivos da Inês. oito anos, não deixam adivinhar que ela é um dos inúmeros rostos do autismo em Portugal. Tal como muitas das crianças que sofrem da perturbação, a Inês vive enclausurada num mundo muito seu. Gosta muito do quarto dela, de brincar e de ver os desenhos animados na televisão. "Gosta de estar sozinha", conta a mãe, Manuela Pinto.
Inês é uma das cinco crianças a frequentarem a Unidade de Autismo do Centro Escolar de Baião. Em Portugal, são apoiadas 1080 crianças autistas pelas unidades de ensino especial. Mais do que uma escola, são a esperança de que é possível alcançar um futuro melhor.
A unidade do concelho de Baião comemora este ano o segundo ano lectivo de funcionamento e a Inês foi uma das suas primeiras alunas. Desde que frequenta a escola já consegue comer sozinha, acender e apagar a luz. São estes pequenos gestos do quotidiano que transformam a menina numa heroína de palmo e meio. A Inês testemunhou a evolução do seu colega de carteira, o Diogo, também ele um pequeno herói. Apesar da dificuldade em andar, o menino meigo e sardento "já vem até ao carro sozinho quando sabe que é para ir para a escola". "Alegra-me muito", orgulha-se o pai, António Vieira.
Os dois colegas de escola são acompanhados por nove profissionais que integram a equipa da Unidade de Autismo do Centro Escolar de Baião, desde terapeutas da fala e ocupacionais até aos professores do ensino especial. Paulo Fernandes, um dos três professores, diz que acompanhar os cinco alunos "é sempre gratificante, porque sentimos que estamos a ajudar estas crianças a evoluir, a ter mais qualidade de vida e autonomia". Os sucessos são alcançados "de uma forma diária". O psicólogo e coordenador da unidade, Duarte Pacheco, concorda: "Só o facto de os alunos aprenderem a lavar os dentes, a pegar num lápis ou a fazerem um pequeno exercício já é um grande desenvolvimento".
Evolução é também uma palavra bem aplicada no caso do Samuel, um outro aluno, colega da Inês e do Diogo, que "mudou totalmente" desde que está na unidade. A mãe, Rolinda Coelho, garante que, em apenas cinco meses de escola, o menino "está mais calmo". Com oito anos, o Samuel, de sorriso fácil e doce, já está "um adulto". Se, no início do ano lectivo, não podia ver a mãe a entrar na escola que logo corria para os seus braços num pranto, hoje fica ao seu lado, calmo com a perspectiva de passar o resto do dia na escola, junto dos amigos. A unidade está situada a mais de 50 quilómetros de sua casa, pelo que o menino faz, diariamente, e tal como os seus dois colegas mais velhos, uma longa viagem de táxi até Baião. É apenas um pequeno esforço recompensado pelos obstáculos que, aos poucos, vão ultrapassando.
Estes dois colegas do Samuel, que com ele, a Inês e o Diogo, partilham a atenção dos professores, são o Ângelo e o Rui, respectivamente de 12 e 10 anos. Dos cinco, o Ângelo é o único que fala. É um comunicador nato e desde que anda na unidade até já aprendeu a ler. Mas não é esta a façanha mais extraordinária do menino. O silêncio costuma ser o esconderijo do Rui, um menino que sofre do Síndrome de Asperger e cuja comunicação verbal é, praticamente, inexistente. Contudo, sentado num muro em frente à piscina, o Rui murmura e repete as palavras do Ângelo, o seu melhor amigo. Nenhuma terapia, nenhum método de ensino poderia igualar o que esta amizade especial alcançou.
O Ângelo gosta da escola porque, segundo o próprio, "é fixe" e porque, na unidade, pode brincar com o melhor amigo. Para além das brincadeiras com o Rui, um dos momentos que mais lhe trazem felicidade é, precisamente, quando o calendário semanal marca a quinta-feira, o dia da piscina. Na unidade, cada dia da semana corresponde a uma actividade terapêutica. Começa com o dia da ginástica, à segunda-feira, e a culinária, à terça. Segue-se o dia da inclusão inversa, à quarta.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Esclarecimento sobre a aplicação do Despacho Normativo n.º 6/2010, de 19 de Fevereiro
A avaliação é um elemento integrante e regulador da prática educativa tendo como finalidade, entre outras, o reajustamento dos projectos curriculares de escola e de turma, nomeadamente quanto à selecção de metodologias e recursos em função das necessidades educativas dos alunos. Sendo um suporte à tomada de decisões para a qualidade das aprendizagens, a avaliação constitui um direito fundamental que deve ser garantido a todos os alunos.
Uma péssima campanha
quinta-feira, 25 de março de 2010
Identificados dois genes associados ao autismo
Seminário Internacional "Contributos da Psicologia em Contextos Educativos"
O Seminário surge como um espaço de partilha de resultados de investigação de parcerias intra e interinstitucionais, envolvendo investigadores de Portugal, Espanha e Brasil. Centrado na investigação e intervenção em Psicologia da Educação, o Seminário considera os seguintes temas: Criatividade e inovação;
Informações mais detalhadas sobre o Seminário poderão ser consultadas neste site
Professora diz que bullying existe em todas as escolas e atinge todas as classes sociais
quarta-feira, 24 de março de 2010
De quem é a culpa?
Como professora e como mãe, sei o quanto é difícil, por vezes, encontrar firmeza para levar os jovens a cumprir determinadas regras. Mas sei também o quanto isso é importante para os nossos filhos aprenderem a ser autónomos e responsáveis.
Até onde devem os pais proteger os filhos? Qual é a fronteira entre a protecção, o apoio e o carinho, por um lado, e a inibição do desenvolvimento do sentido de responsabilidade e da autonomia, por outro? Até onde devem os pais ajudar nas tarefas relacionadas com a escola e onde é que essa ajuda passa a ser limitativa do desenvolvimento da tal autonomia e do tal sentido de responsabilidade? Reformulando a pergunta: como podem os pais ajudar eficazmente os filhos?
Educare
I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ANIMAÇÃO SOCIOCUTURAL E NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
Este seminário, organizado pela "Intervenção - Associação para a promoção e divulgação cultural", propõe um programa com diversos temas sobre a Animação Sociocultural e a sua relação com as Necessidades Educativas Especiais, divididos por quatro painéis e conta ainda com um espectáculo de teatro pelo "Grupo de Teatro El caballo cojo navas" (exercício teatral realizado por pessoas autistas).
Este evento contará com a presença de Professores, Terapeutas, Investigadores, entre outros.
Portugal é o país da Europa com mais doentes mentais
Escola sem condições para alunos deficientes
Desde Outubro que os pais de Pedro tentam preparar a sua inscrição na EB 2,3 Francisco Torrinha que, além de ficar a 300 metros de casa, faz parte do agrupamento escolar onde estuda desde os seis anos. Está referenciado como aluno com necessidades especiais desde o infantário.
Mas, na hora de Pedro mudar de ciclo, a família esbarrou na falta de condições da escola que não tem elevador, rampas ou casas de banho adaptadas, apesar do acesso ao ensino por parte do cidadão com deficiência estar, desde logo, previsto na Constituição.
Alexandra Moreira, mãe do aluno, começou por reunir-se, há quase seis meses, com a direcção da escola, reclamando obras para adaptar o espaço.
Em Novembro, contactou directamente a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), solicitando uma resposta. E, em particular, o Gabinete de Apoio ao Ensino Especial (GAEE). A 27 do mesmo mês, foi informada pela escola de que uma equipa de engenheiros da DREN tinha estado no local para avaliar a situação.
Após várias tentativas, Alexandra Moreira conta que, finalmente, conseguiu uma reunião, a 19 deste mês, com o director-adjunto da DREN, a responsável pelas obras e a coordenadora do GAEE. Ali, foi informada de que "as obras não iriam ser feitas porque não tinham dinheiro", contou a mãe de Pedro ao JN, explicando que uma das soluções propostas pela escola era a colocação de um elevador exterior, uma vez que os degraus dentro e fora do edifício são obstáculos para a cadeira de rodas. Na mesma reunião, diz que lhe foram propostas outras escolas, entre as quais uma "junto ao Estádio do Bessa e mesmo em Aldoar".
DREN diz que há solução
Por sua vez, fonte da DREN garantiu que está ainda "a analisar uma situação alternativa" para que Pedro estude na EB 2,3 Francisco Torrinha e que, ontem, dois técnicos estiveram no local. "Somos parte interessada na resolução do problema", assegurou.
Ontem, ao início da tarde, Alexandra Moreira disse que se mantinha a recusa em realizar as obras. Só ao final da tarde foi contactada pela DREN, que lhe perguntou se concordava com a colocação de um elevador para escadas, ou tractorino, no interior do edifício, relatou a mãe de Pedro. Mas garante que a família já tinha feito essa mesma proposta.
À espera de uma avaliação final, conta que, "quando não chove", Pedro pode deslocar-se de cadeira de rodas até à escola e que, uma vez que os pais trabalham, são "os avós ou a empregada" que o vão buscar. Mais um motivo, diz, para não ser possível mudar de escola. Além disso, grande parte dos colegas passaram para a EB 2,3 Francisco Torrinha. "Tenho aqui os meus amigos", disse Pedro, acrescentando que esta também "fica à porta", tal como a primária onde está, a EB 1 S. João da Foz. Nesta escola, conta a mãe, o espaço não está totalmente adaptado, mas é mais facilitado o acesso e tem apoio do professor de ensino especial e do tarefeiro.
Anteontem, os pais de Pedro enviaram uma reclamação à DREN. Antes disso, o Bloco de Esquerda apresentou um requerimento questionando o Ministério da Educação sobre o assunto.
terça-feira, 23 de março de 2010
Associação de Pais cria linha de apoio a vítimas de bullying
«Foi agredido ao soco e ao pontapé, a ponto de lhe partirem uma costela», contou ao SOL o dirigente da CNIPE Joaquim Ribeiro, que promete não deixar cair no esquecimento o caso. «Vamos apresentar queixa junto da Direcção Regional de Educação» .
João foi o primeiro aluno a ligar para o 964 466 499 à procura de ajuda. Mas a associação de pais não quer que seja o último. «É preciso que as pessoas deixem de ter medo de falar, porque os números oficiais estão muito longe da realidade».
Numa semana «e com muito pouca divulgação», a linha telefónica de apoio recebeu já 12 chamadas.
O tratamento dado será igual em todos os casos. «Começamos por contactar a escola, para confirmar a informação, e encaminhamos a queixa para a respectiva Direcção Regional de Educação».
O anonimato está garantido. «Os pais e os alunos têm medo de represálias. E a verdade é que muitas situações não dão origem a queixas, porque as direcções não querem manchar o bom nome da escola. Mas nós queremos lutar contra isso».
Caso a situação configure um crime, será também feita uma participação à polícia. «E temos uma psicóloga que poderá, gratuitamente, dar apoio às vítimas, embora a nossa função não seja a de dar apoio psicológico, mas sim denunciar a violência», explica Joaquim Ribeiro.
Parlamento Europeu - pessoas com deficiência podem candidatar-se a estágios remunerados
As candidaturas devem ser apresentadas até 15 de Maio.
Para mais informação, consulte a notícia no sítio internet do Parlamento Europeu, onde encontrará, nomeadamente:
- Descrição do Programa de Estágios destinados a Pessoas com Deficiência
- Regras Internas relativas aos Estágios e Visitas de Estudo no Secretariado-Geral do Parlamento Europeu
- Informação prática - Bruxelas/Luxemburgo
Um olhar sobre a não discriminação - concurso de textos e poesia inclusiva
O concurso decorrerá entre o dia 5 de Abril e o dia 17 de Maio, podendo os trabalhos em texto e / ou poesia ser remetidos para:
Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P.Concurso de Textos e Poesia InclusivaAv. Conde de Valbom, 631069-178 Lisboa
Os resultados do concurso serão divulgados nos sítios internet do INR, I.P., e da CIG, até ao dia 02 de Julho de 2010, sendo o júri composto por 5 elementos da área da não discriminação e da cultura:
Um representante designado pela Directora do INR, I.P. que presidirá;
Um representante designado pela Presidente da CIG;
Três personalidades de reconhecido mérito a designar pelo INR, I.P.
O valor dos prémios será respectivamente:
500 euros, para o 1º prémio;
375 euros, para o 2º prémio; e
250 euros, para o 3º prémio.
O valor do prémio a atribuir será transformado em "cheque-oferta" para aquisição de material didáctico ou cultural, caso o vencedor tenha idade inferior a 18 anos.
Descoberta que abre caminho para tratar autismo
sexta-feira, 19 de março de 2010
ABRAÇAR A DIVERSIDADE
Manual de Apoio 2 - COLABORAR COM AS FAMÍLIAS E COM AS COMUNIDADES PARA CRIAR UM AIAA
Manual de Apoio 3 - CONSEGUIR QUE TODAS AS CRIANÇAS TENHAM ACESSO À ESCOLA E À EDUCAÇÃO
quinta-feira, 18 de março de 2010
Executivo aprova suspensão de alunos acusados de bullying
O objectivo do diploma é «assegurar às escolas uma intervenção mais rápida perante situações de agressão» física ou psicológica de forma intencional e repetida sobre colegas, disse o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros desta quinta-feira.
«Imediatamente o director pode determinar uma suspensão preventiva», acrescentou, explicando que a proposta de lei se aplica «aos alunos que pratiquem agressões em estabelecimentos do Ensino Básico e do Ensino Secundário».
Educação Inclusiva: Onde existem poucos recursos
"OBJECTIVO: O objectivo deste livro é o de proporcionar conhecimento e uma visão geral e crítica, dos problemas chave, dos conceitos e das estratégias em relação à educação inclusiva, em situações onde os recursos económicos e os acessos à informação são limitados.
Clique aqui para ler.
Pequenas grandes coisas
Todos temos um papel relevante na sociedade e cabe-nos a nós, professores, ajudar a marcar a posição de cada um na sociedade... ou, pelo menos, orientar no caminho até lá, seja onde isso for!
Crianças e jovens portugueses podem ter problemas se não dormirem bem
Contactada pela agência Lusa por ocasião do Dia Mundial do Sono, que se assinala na sexta feira, a autora do livro "Os Mistérios do Sono" adiantou que vários estudos em jovens, realizados tanto pela neurologista como por outros especialistas, apontam "para problemas graves".
"Uma criança que não durma bem ou um adolescente que não durma o suficiente tem um risco acrescido de obesidade, hipertensão, diabetes, e tem piores sucessos escolares. Têm um risco acrescido de insónias e de depressão e isso são coisas terríveis para uma criança ou um adolescente", alertou Teresa Paiva.
No entender desta neurologista, e atualmente diretora do Centro de Eletroencefalografia e Neurofisiologia Clínica (CENC), há "imensas coisas que levam a que os miúdos não durmam", nomeadamente os equipamentos informáticos ou de comunicações, "desde os SMS, os mensangers, os ipods, as playstations, os computadores, os programas de televisão".
"Tudo isso leva a que os jovens estejam assoberbados por tecnologias que não existiam antes e isso é certamente um dos fatores dominantes", explicou Teresa Paiva.
Existe também, por outro lado, "um nível de exigência de eficiência nos jovens que é muito grande em termos escolares".
Na opinião de Teresa Paiva, a sobrecarga horária a que as crianças e os adolescentes estão sujeitos também tem muita influência na quantidade e na qualidade das horas dormidas.
"Entram na escola às 8:30 e entram em casa às oito da noite. São doze horas. É uma violência e isso tem influência em imensas coisas, nomeadamente no mau rendimento escolar", defendeu.
"Muitas vezes, verifico que as crianças estão a trabalhar 60 horas [por semana], como um adulto. Como é possível? Não pode ser. Uma criança tem de se divertir", acrescentou.
Para a especialista em medicina do sono, uma das soluções passa por os pais garantirem que os filhos dormem as horas suficientes, ultrapassando o "erro gravíssimo que é acharem que as crianças devem dormir as oito horas de um adulto".
"Uma criança de 10 anos precisa dormir 10 horas, uma criança de seis anos precisa dormir cerca de 11, 12 horas, uma criança de quatro ou cinco anos precisa dormir 12, 13 ou até 14 horas. É muito mais do que as oito horas dos adultos. E os adolescentes precisam de dormir nove horas", revelou.
Teresa Paiva explicou que o "sono é vital" e que é ele que "controla o metabolismo", a psicologia ou a cognição. A falta de horas de sono pode ter como consequência nos jovens o insucesso escolar.
A neurologista defendeu a necessidade de dormir a horas e ter horários e alertou que a falta de horas de sono "vai ter consequências" imediatas e a longo prazo.
"As mães que agora deitam as crianças muito tarde e ficam a brincar com os meninos até à uma da manhã, quando eles forem adolescentes e quiserem deitar-se às seis ou às sete ficam aflitas porque não sabem o que é que hão de fazer deles", alertou.
Teresa Paiva disse ainda que os jovens "vão ter problemas" e que se não se fizer nada em relação às horas de sono, "dentro de uns anos Portugal vai ter um problema de saúde pública gravíssimo" com o uso de medicamentos hipnóticos e anti-depressivos para compensar a falta de sono.
quarta-feira, 17 de março de 2010
BrainPort Vision: A patente que traz visão aos invisuais
terça-feira, 16 de março de 2010
Educação especial - apoios da Fundação Calouste Gulbenkian
Este concurso visa abranger "actividades e acções destinadas a promover a educação, (...) no âmbito da intervenção precoce, reabilitação e integração escolar e social de crianças e jovens com necessidades educativas especiais contemplando, especialmente, as seguintes iniciativas:
- Acções de formação para professores, educadores e outros profissionais ligados à educação;
- Aquisição de equipamentos para melhoria da qualidade do atendimento e da aprendizagem do público-alvo;
- Intervenções inovadoras promotoras de inclusão escolar e social. "
Consulte o site da Fundação Gulbenkian e faça o download do regulamento, para mais informações.
O valor máximo para os projectos é de 10.000€, pelo que há aqui margem de manobra para a aquisição de tecnologias de apoio e para a formação dos profissionais da área das Necessidades Educativas Especiais.
Estamos ao dispor para analisar o projecto da sua instituição e apresentar as nossas soluções para esta área. Consulte-nos para info@imagina.pt para mais informações.
"Não quero ficar sempre a depender dos meus pais"
Todos os dias entra às 08.45 e sai às 17.45. Gosta do trabalho que faz - separa e arruma talheres para um serviço de catering do aeroporto - mas as suas limitações não a impedem de desejar outros desafios. "Gostava de acompanhar as carrinhas da câmara. Tentar coisas novas", diz. O ordenado mínimo permite-lhe alimentar outra ambição: "Vivo com o meus pais mas não quero ficar sempre a depender deles. Quero uma vida pessoal com alguém , no futuro." Um sonho que fica ameaçado se o centro fechar, admite, embora não fale de deficiências. "Iria para o desemprego e teria de estar à espera que me arranjassem trabalho. As pessoas com cursos têm dificuldades quanto mais eu e as pessoas que estão aqui, já mais velhas."
Mais velhos são Manuel, Vítor e Domingos, jardineiros, com mais de 40 anos. Estão no centro há 19. "Fazem trabalhos de limpeza dos jardins, através de protocolos que temos com a Câmara", explica António Martins, da Elo Social. "O pior é quando chove e não podemos fazer nada", diz Manuel. E ainda pior seria ficar sem ocupação.
Nova lei ameaça 300 postos de trabalho para deficientes
Aurélio Carvalho tem 37 anos e uma deficiência mental ligeira. Por isso, quando chegou a altura de sair da Cerci, há 19 anos, contou com o apoio da Elo Social para arranjar trabalho num centro de emprego protegido (CEP). De manhã, acompanha as carrinhas da câmara, no transporte de pessoas com deficiências físicas, e à tarde ajuda a desmanchar mobília e reparar estofos. Trabalhos a que se foi adaptando, apesar das suas dificuldades. "Se não estivesse aqui nem sei o que podia fazer", diz. Mas segundo a Comissão dos CEP pode ter de começar a pensar nisso. É que Aurélio é um das 300 pessoas com incapacidades em risco de ficar desempregadas devido à nova lei.
Em causa está o DL 290/2009, que introduz um limite de cinco anos (podendo ser estendido por outros cinco) para os apoios concedidos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) aos trabalhadores com deficiência. Um limite que põe em risco a sobrevivência dos CEP, argumenta António Martins, responsável pelo Centro da Elo Social, em Lisboa, e representante da Comissão. "Temos pessoas que estão aqui e recebem apoios há 10, 20 anos. Conquistaram este trabalho, apesar das suas limitações, e merecem mantê-lo" - o que não será possível sem o apoio do IEFP, diz.
Aurélio, por exemplo, é apoiado há 19 anos: o IEFP paga parte do seu salário, de forma a compensar adiminuição na produtividade causada pela sua deficiência. Ou seja, como o seu grau de produtividade ronda os 40%, o IEFP paga um subsídio correspondente aos outros 60%. Para Aurélio, que vive com a mãe de 78 anos, o salário que recebe no Centro é fundamental para conseguir sobreviver.
No total, estes subsídios representam até 32% das receitas dos CEP. Estes centros, geridos por instituições de solidariedade, funcionam como empresas, edando trabalho a pessoas com deficiência mental ligeira ou moderada em actividades como carpintaria ou jardinagem. "São adultos com um défice cognitivo que se traduz em dificuldades de compreensão e de obtenção de conhecimentos, com alterações de comportamento associadas. Têm de ter uma produtividade equivalente a pelo menos um terço de outro trabalhador, mas é muito difícil conseguirem emprego", explica António Martins. Apesar de tudo, os centros conseguem colocar no mercado normal 16% dos formados, assegura.
"Nos 11 CEP que existem pelo País, sem contar com os dois tutelados pelo IEFP, trabalham cerca de 300 pessoas com deficiência e outras 75 em equipas de enquadramento", diz. O CEP da Arcil, na Lousã, por exemplo, tem cerca de 70 pessoas e é um dos maiores empregadores do concelho. O da Elo Social emprega 28 pessoas com deficiência e sete encarregados. Por outro lado, a Comissão argumenta que o acabar deste apoio ao fim de cinco anos vai custar mais dinheiro ao Estado. Isto porque os gastos com os subsídios, estimados em 869 mil euros por ano, são equivalentes aos encargos das pensões sociais, já que estas pessoas vão ficar no desemprego e terminado esse apoio vão precisar de outros para sobreviver, diz António Martins.
O Ministério do Trabalho e da Solidariedade garante que "o Governo é sensível à questão" e está "a analisar a forma como a mesma ficará prevista na regulamentação" do decreto-lei.
No rasto genético do autismo
Ferramenta importante
Nadadora exemplar
Mas as conquistas de Leila Marques não se ficam por aqui: aos 28 anos, para além de médica, é a primeira mulher e mais jovem presidente da história da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD).
Foi por recomendação médica que, aos três anos, a menina com malformação congénita do antebraço direito começou a nadar. Aos 11 anos, Leila Marques integrou a equipa de natação adaptada da GesLoures, equipa pela qual se estrearia nas grandes provas internacionais, com apenas 14 anos.
A participação nos Jogos Paralímpicos de Atlanta (1996), Sidney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008) - prova após a qual se retirou da competição - foram os pontos altos de uma carreira que contou ainda com três medalhas em campeonatos da Europa e do Mundo na modalidade de 100 metros bruços.
Pelo caminho, licenciou-se em Medicina. "Não foi fácil conciliar as duas coisas, andava sempre numa grande correria", admite a atleta retirada.
"Na altura das competições, privilegiava a natação. Na época dos exames, dava prioridade aos estudos".
Actualmente, o corropio é entre o Centro de Saúde de Odivelas, onde exerce Medicina Geral e Familiar, e a sede da FPDD, à qual preside desde Abril do ano passado.
O desporto, explica Leila Marques, é fundamental para autoaceitação das pessoas com deficiência. "A natação obrigou-me a lidar com a evidência de ter uma imagem corporal diferente das outras crianças e fez-me acreditar em mim própria para atingir objectivos", atesta.
Alterações ao Regulamento de Exames Nacionais
As modificações agora introduzidas nos Regulamentos dos Exames decorrem, por um lado, do alargamento da escolaridade obrigatória para os alunos do ensino básico, estabelecida pela Lei n.º 85/2009, de 27 de Agosto, e, por outro, da extinção dos cursos ao abrigo do Decreto-Lei n.º 286/89, de 29 de Agosto.
segunda-feira, 15 de março de 2010
"Sem a biologia, não há tratamento das doenças mentais"
Fase de Recrutamento na APEDV - Associação Promotora de Emprego de Deficientes Visuais
As vagas disponíveis serão preenchidas com candidatos portadores de deficiência visual.
Os cursos terão início em Abril de 2010 e a duração de 2900 h, com estágio e são financiados: Bolsa Profissionalizante, Subsídio de alimentação e subsídio de transporte ou subsídio de alojamento.
sábado, 13 de março de 2010
Professores não sabem lidar com indisciplina
(...)
Mas o que mudou no panorama educativo? A sociedade, admitem os professores e especialistas. "Houve uma transferência para a escola de responsabilidades que tradicionalmente eram asseguradas pela família ou por outros actores sociais", diz João Dias da Silva. Mário Nogueira acrescenta-lhe a "queda de autoridade" resultante da atribuição aos docentes da culpa por "todos os males do ensino". E, a coroar, a burocratização dos processos disciplinares e o facto de resultarem numa negativização da imagem do professor.
A verdade é que, apesar de muitos professores, "por vergonha", não assumirem que são agredidos por miúdos, cresce a consciencialização de que a gestão da disciplina na sala de aulas está nas mãos de quem ensina. "Há uma maior procura de formação para aquisição de competências na gestão de conflitos", garante Elisabete Pinto da Costa, mediadora de conflitos na Linha "Espaço Convivência nas Escolas", da Associação Nacional de Professores.
Uma parte da ajuda prestada pelo serviço vai justamente no sentido da formação e da sensibilização. Quanto a denúncias, a linha recebeu, em três anos, perto de 200, a maioria delas relativas a indisciplina e violência escolar. Mas são números que não permitem generalizações, por dependerem da iniciativa dos próprios docentes. Tal como acontece com os dados do Programa Escola Segura, que, no ano lectivo 2007/2008, davam conta de 206 agressões contra docentes, num aumento de 11% face ao ano anterior.
Para Elisabete Costa, assiste-se a uma "mudança social no relacionamento das pessoas". Perdeu-se a solidariedade e a empatia, a comunicação na sala de aula complicou-se. Nem sempre é assertiva e positiva como deveria ser. E isso tem de partir do próprio professor, explica Márcia Melo, psicopedagoga ao serviço da linha.
E há manual de instruções para isso? Há soluções. A primeira é fazer um "contrato pedagógico" na primeira aula, em que professor e alunos acertam as regras. Que são para manter ao longo do ano e lembrar quando esquecidas. Depois, o docente tem que deixar claro que não é o inimigo, nem agente da autoridade, mas sim o líder de um trabalho em equipa que exige "empatia", sem ser preciso "serem amigos". Mas adoptar uma atitude hostil perante a indisciplina é errado, diz Márcia Melo: os alunos fazem o mesmo e o problema irá em crescendo.