Espaço de debate, informação, divulgação de atividades, partilha de documentos e troca de experiências relacionados com a inclusão, a educação inclusiva e as medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Alterações ao Estatuto da Carreira Docente
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Constituição de turmas com alunos com necessidades educativas especiais
A legislação, através do Despacho n.º 14026/2007, de 3 de Julho, com a redacção dada pelo Despacho n.º 13170/2009, de 4 de Junho, refere, no n.º 5.4, que "As turmas que integrem crianças e jovens com necessidades educativas especiais de carácter permanente, e cujo programa educativo individual assim o determine, são constituídas por 20 alunos, no máximo, não podendo incluir mais de 2 alunos nestas condições."
Torna-se, assim, condição estar consagrado no programa educativo individual a necessidade do aluno integrar uma turma reduzida. A partir deste pressuposto, a turma só pode integrar o máximo de vinte alunos, podendo, naturalmente, ser constituída por um número menor. Acresce que, para além disto, só pode incluir o máximo de dois alunos com necessidades educativas especiais, de carácter permanente.
Esta medida aplica-se às escolas do continente. Desconheço se, no âmbito da autonomia regional, existe uma prática diferente nas regiões autónomas! No entanto, o Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, refere, no artigo 1º, que se aplica à educação pré-escolar e aos ensinos básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo.
Candidaturas à "Acção Qualidade de vida"
Os candidatos podem solicitar qualquer tipo de apoio, desde que a pessoa fundamente a necessidade do pedido, no seu projecto pessoal. Neste projecto, os candidatos devem definir, de forma flexível, objectivos mensais e planear a sua execução. O apoio solicitado deverá ser um meio facilitador da integração social da pessoa.
As candidaturas serão avaliadas por um júri constituído por um médico, um psicólogo e um membro da Associação. [...]
À semelhança do ano anterior os apoios atribuídos são patrocinados pelo Banco Espírito Santo e pela Semapa, ambos mecenas Platina da Associação Salvador.
Para mais informações e envio de candidaturas consultar o sitio da Associação Salvador em Acção Qualidade de Vida."
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
"As pessoas com deficiência mental não devem ser privadas dos seus direitos humanos"
"A sua mera existência tem sido vista como um problema e eles têm estado escondidos em instituições ou nos bastidores das casas da família. Embora muito tenha mudado com o avanço da causa dos direitos humanos, as pessoas com doença mental ou deficiência intelectual ainda enfrentam problemas relacionados com o seu direito de tomar decisões por si mesmas, também em questões importantes. A sua capacidade jurídica é limitado ou totalmente privada, e são colocados sob a tutela de alguém que tem o direito de tomar todas as decisões em seu nome. "
Sublinhando a importância de uma observância completa com as disposições da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o Comissário apela a políticas que garantam a plena capacidade jurídica através do direito do indivíduo obter apoio. Ao mesmo tempo, ele recomenda que o exercício deste apoio seja regulado com salvaguardas para evitar abuso de confiança.
"Algumas pessoas devido à sua deficiência são incapazes de tomar decisões importantes. Os governos devem garantir o acesso ao apoio que necessitarem no exercício de sua capacidade jurídica e deve pôr em prática as garantias adequadas e eficazes para prevenir abusos. Os direitos, a vontade e as preferências da pessoa em causa devem ser respeitados e não deve haver conflito de interesses e de influências entre aqueles que apoiam o adulto, e o adulto ".
Além disso, o Comissário Hammarberg salienta que as restrições dos direitos do indivíduo devem ser adaptadas às suas necessidades, devidamente justificadas e respeitadoras das normas de direitos humanos. Ele também insta os Estados-Membros a conceder às pessoas com doença mental e deficiência intelectual o direito de voto nas eleições e de ser eleito. "Por serem privados ou verem restringida a sua capacidade jurídica, estes indivíduos têm visto negados estes direitos em vários países. Isso agravou ainda mais a sua invisibilidade política. É tempo da pessoa com deficiência ser colocada no centro do processo decisório e vista como sujeito de direitos humanos. Esta é a única forma de promover a sua inclusão e plena participação na sociedade ".
Publicado quinzenalmente em Inglês, francês e russo, os pontos de vista podem ser usados sem a autorização prévia, desde que o texto não seja modificado e a fonte original seja indicada da seguinte forma: "Também está disponível no sítio Internet do Comissário em www.commissioner.coe.int "
Comunicar para antecipar problemas
A relação entre alunos, a integração das crianças e jovens no espaço escolar, as regras de bom comportamento num meio "habitado" por gente de todas as idades, o castigar ou o não punir, a sociabilização num recinto onde se ensina e se aprende. Quais os aspectos a ter em atenção quando se fala em sociabilidade num ambiente de formação? Os vários caminhos indicam que o sucesso escolar anda de mão dada com a aprendizagem socioemocional dos alunos. Uma aprendizagem que "envolve um conjunto alargado de competências, nomeadamente saber regular as suas emoções para lidar com situações desafiantes, expressar os seus sentimentos de forma adequada, ser empático e ser capaz de adoptar a perspectiva do outro, estabelecer relações que se baseiam na reciprocidade e na cooperação, saber procurar ajuda quando é necessário, gerir e resolver problemas e conflitos e tomar decisões responsáveis".
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
ACAPO prepara informação em 'braille' sobre gripe A
Por agora as medidas a tomar para evitar o contágio do vírus H1N1 têm circulado através de e-mails entre os associados. A ACAPO tem também já feito um plano de contingência, cujas normas são iguais às de outras associações em empresas. Já que "as pessoas cegas correm os mesmos riscos da restante população", sublinha Carlos Lopes.
De facto, os associados não têm feito perguntas aos membros da ACAPO. E também não existem recomendações especiais, conforme sublinha o dirigente. "O que aconselhamos é a usar o gel desinfectante, lavar as mãos com frequência e usar os lenços descartáveis", acrescenta.
O facto de as pessoas cegas recorrerem mais ao tacto para se deslocaram não representa um risco acrescido, garante Carlos Lopes. "É verdade que os cegos usam mais as mãos e que essa é uma das vias de transmissão, mas as outras pessoas também tocam nos corrimões e noutros objectos, por isso o risco é igual", ressalva.
A ideia de que os cegos podem estar mais expostos à transmissão da gripe A não é assim correcta e "pode servir apenas para assustar", alerta o presidente da ACAPO. Para combater o alarmismo é necessário um investimento na informação sobre como evitar o contágio, defende Carlos Lopes.
No contacto com pessoas doentes ou no caso de se estar doente, a ACAPO aconselha os seus associados a usarem máscaras e luvas, até serem isolados ou se confirmar que não estão doentes.
domingo, 20 de setembro de 2009
Projecto "Pais em Rede"
A integração das "famílias especiais" na sociedade portuguesa é problemática.
PAIS-EM-REDE é um movimento cívico, a nível nacional, sem fins lucrativos, que apoia "famílias especiais" com o objectivo de promover a qualidade de vida e a realização de projectos pessoais e profissionais.
PAIS-EM-REDE pretende ser a voz activa, que actua de forma dinâmica e transversal, em colaboração com as estruturas existentes.
PAIS-EM-REDE visa estar presente em áreas como a saúde, a educação, a formação e integração sócio-profissional de modo a assegurar a realização pessoal. Para atingir os seus objectivos, PAIS-EM-REDE pede o seu testemunho com o fim de elaborar um diagnóstico da situação sobre carências existentes e os problemas que as famílias enfrentam. O seu empenho nesta causa é importante.
sábado, 19 de setembro de 2009
Nokia cria serviço de SMS para cegos (em braille)
Dado que não é possível criar um texto em Braille directamente no ecrã do telemóvel, este serviço funciona através de vibrações que indicam ao utilizador qual é o caracter da mensagem.
Uma das diferenças em relação a outros serviços semelhantes, criados para outros dispositivos que lêem a mensagem em voz alta, é o facto de este ser silencioso, o que pode ser útil para manter a privacidade do SMS, caso esta seja inconveniente num determinado local.
Manuela Cunha (CDU) defende a integração consciente dos deficientes no ensino
O objectivo é visitar nos 12 concelhos do distrito de Bragança instituições de diversos tipos na área económica, cultural e também social. Durante a manhã Manuela Cunha esteve nas actuais instalações da Cooperativa de Educação e Reabilitação dos Cidadãos Inadaptados de Macedo de Cavaleiros (CERCIMAC), que a deputada considerou estar em boas mãos e no bom caminho.
“A primeira impressão quando se chega aqui é que realmente esta CERCI está muito bem entregue, a pessoas muito jovens com uma grande força e uma grande vontade de construir aqui um projecto com pés para andar e sólido”, constatou Manuela Cunha.
A candidata considera este tipo de instituições fundamentais na sociedade, e criticou o Governo pela forma forçada de inserir pessoas com deficiências no ensino.
“As CERCI’s têm um papel muito importante no apoio a um certo tipo de população que se sente normalmente muito desprotegida, não só as próprias pessoas com deficiência mas também as suas famílias. Houve uma tentativa por parte deste Governo de forçar de uma forma desequilibrada, a entrada de pessoas deficientes no ensino normal”, sublinhou Manuela Cunha, acrescentando que apesar de ser a favor da inclusão de pessoas deficientes na comunidade há que ter em atenção a especificidade de cada caso. “Há casos muito complicados em que é muito difícil integrar no ensino normal. Há deficiências de vários graus e há alguns casos em que realmente é muito difícil haver a inclusão e tem que haver muito apoio, e não nos parece que o ensino normal tenha condições para uma verdadeira inclusão. Temos que adequar as coisas às necessidades, não podemos acabar com uma coisa e passar imediatamente para outra”.
(...)
Macedo de Cavaleiros vai ter Lar Residencial e um novo Centro de Actividades Ocupacionais para pessoas com deficiência
O concelho de Macedo vai ser dotado com um Lar Residencial e um novo Centro de Actividades Ocupacionais (CAO), com capacidade para acolher respectivamente 24 pessoas com deficiência em regime interno e 30 como externas. Ao ter doado o terreno para a construção da infra-estrutura, com um valor de mais de 200 mil euros, e ao ter atribuído uma comparticipação financeira à referida construção até ao montante de 150 mil euros, a Câmara Municipal de Macedo garantiu a aprovação deste projecto de extrema importância para o concelho e para o distrito. A construção do empreendimento vem colmatar, deste modo, a insuficiência de respostas sociais na área da deficiência e, uma vez em funcionamento, irá também criar mais de 20 postos de trabalho directos.
O edifício vai ficar localizado no lugar do Padrão, em Macedo de Cavaleiros, e ocupará uma área de mais de quatro mil metros quadrados. O Lar Residencial vai permitir melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras de deficiência, pretendendo proporcionar-lhes o conforto de um lar, ocupação de tempos livres e ainda apoio especializado. O CAO vai possibilitar dar continuidade ao trabalho desenvolvido actualmente pela CERCIMAC, num novo espaço com condições para dar resposta a um maior número de solicitações. O CAO será dotado de quatro salas de actividades, casas de banho adaptadas, refeitório, sala de convívio e bar. No edifício ficará também instalada a Sala de Snoezelen, um espaço de estimulação multissensorial e de relaxamento, destinado a pessoas com deficiência moderada/grave, com o objectivo de complementar a estimulação realizada pelos técnicos da instituição.
A obra representa um investimento no montante de cerca de um milhão de euros e tem assegurado financiamento em cerca de 75 por cento pelo POPH, Programa Operacional Potencial Humano.
Jornal Terra Quente online
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Associação Portuguesa de Deficientes atribui hoje "certificados da imobilidade" ao Governo e autarquias
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Conferência Internacional Educação Inclusiva
Dia 5 de Setembro
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Banco de Ajudas Técnicas
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
UM OLHAR SOBRE A INCLUSÃO
"Nos últimos anos, os princípios ligados à educação inclusiva assumiram, como consequência da sua incorporação em diferentes documentos internacionais, proporções hegemónicas na educação (Florian, 1998). Portugal não ficou alheio às novas ideias, tendo assumido, com a ratificação da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), o compromisso de implementar e desenvolver uma educação inclusiva."
Equipa Móvel de Desenvolvimento Infantil e Intervenção
http://sites.google.com/site/emdiip/
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
DAISY (Digital Accessible Information System)
Na era dos livros electrónicos e acesso móvel à informação, o DAISY é a tecnologia chave para a inclusão de todos na sociedade do conhecimento.
O objectivo da Conferência Técnica Internacional DAISY 2009 - Connecting with the future" é reunir peritos e outros grupos interessados num intercâmbio intenso de informações.
Esta conferência terá lugar de 23 a 25 de Setembro na cidade alemã de Leipzig.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Núcleo de Braille avalia sistemas
Almoçar sem ver e sem necessidade de ser visto
Bebi o vinho do vizinho do lado. Penso que a sopa era de tomate. Acabei por comer as costeletas de borrego com a mão e engoli a hortelã que enfeitava a sobremesa, um bolo de coco com gelado, acho! Percalços de quem está habituado a ver e que, ontem, almoçou com os olhos vendados. Uma forma da Peres & Partners e da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) selarem uma parceria que vai permitir que 42 produtos, seleccionados pelo consumidor em 2009, tenham um selo em braille.
O objectivo do "almoço às escuras" foi mostrar como é difícil a um cego executar as coisas mais simples do dia-a-dia se não tiver outro tipo de informação além da visual. E o "passo de gigante" que pode ser os produtos terem os rótulos em braille, como definiu Ana Sofia Antunes, secretária-geral da ACAPO, a Lei n.º 33/2008. Esta obriga à rotulagem para cegos e um acompanhante nas cadeias de supermercados com mais de cinco lojas e que tenham mais de 300 m2 de área. Um sistema que entrou em vigor no dia 22 de Janeiro deste ano e que as empresas cumprem, mas, em alguns casos, com sistemas deficientes, denúncia Ana Sofia. A direcção da ACAPO defende que a lei deve ser revista e tentam sensibilizar os fabricantes para rotularem os produtos em braille na origem.
Com o protocolo ontem assinado, o Produto do Ano também vai ter um selo em braille, iniciando-se, agora, a campanha de sensibilização junto das empresa fornecedoras dos produtos eleitos.
O Produto do Ano é uma iniciativa da Peres & Partners, que vai na quinta edição, e, este ano, distinguiu 42 produtos em oito categorias: alimentação e bebidas; higiene e cuidado pessoal; higiene doméstica e manutenção do lar; parafarmácia e utilidades para o lar. Durante um ano têm o direito a usar o selo de Produto do Ano, informação que tem estado inacessível aos cegos.
Voltando ao "almoço às escuras", Ana Sofia Antunes era a única com a experiência de um invisual, embora tenha alguma visão, e guiou os comensais, nomeadamente António Peres, presidente da Peres & Partners, José Serôdio, do Instituto Nacional da Reabilitação, e de José Fontoura, da Deco.
O tacto, o cheiro, o sabor e os sons adquirem um significado acrescido quando falta a visão. E curioso é que também acaba por ter um efeito secundário. O almoço torna-se mais informal e não se sente necessidade de fazer "conversa de circunstância". Ana Sofia concorda e tenta justificar com a necessidade que os visuais têm em prender a atenção do outro, em falar "olho no olho".
domingo, 6 de setembro de 2009
Escolas sabem quais os alunos que precisam de educação especial
sábado, 5 de setembro de 2009
Educação especial: Sistema de sinalização dos alunos adoptado em Portugal não deveria ser aplicado em Educação - especialista
Plano Individual de Transição: quando iniciar?
Presentemente, com o novo regime da escolaridade obrigatória, definido pela Lei n.º 85/2009, de 27 de Agosto, esta passa a abranger os alunos com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos. O normativo refere, inclusive, que esta medida é aplicável aos alunos abrangidos pelo disposto no Decreto-Lei n.º 3/2008.
Perante este cenário, o PIT passa a iniciar-se quando o aluno estiver prestes a atingir os 15 anos.
Convém recordar que este novo paradigma de escolaridade obrigatória se aplica, no presente ano lectivo, aos alunos que se matricularam em qualquer dos anos de escolaridade dos 1º ou 2º ciclos ou no 7º ano.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Valter Lemos faz balanço "extraordinariamente positivo" de reforma na educação especial
Valter Lemos falava numa conferência internacional dedicada à educação inclusiva, a decorrer hoje e sábado, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, cuja abertura estava prevista pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que acabou por não comparecer. Valter Lemos reconheceu que o país está ainda longe de atingir a "velocidade de cruzeiro" nesta matéria e sublinhou o reforço de meios humanos, mas no final ouviram-se alguns apupos numa plateia em que estão presentes muitos professores.
"O trabalho que se realizou no ano lectivo que agora terminou foi extraordinariamente positivo. Demos passos muito grandes", afirmou o secretário de Estado, sublinhando o esforço feito por escolas, professores, instituições e pais. "Tentámos que esse esforço tivesse algum apoio de forma a conseguir que os recursos possam ser progressivamente reforçados e melhorados. Tivemos mais professores e mais técnicos, mas sabemos que ainda não estamos no ponto de podermos dar-nos por satisfeitos", disse.
Segundo Valter Lemos, deram-se "passos muito grandes" na colaboração entre escolas do ensino regular e instituições de educação especial. "Temos mais de 70 protocolos com instituições de ensino especial para trabalho conjunto com escolas do chamado ensino regular para apoio a crianças e jovens com necessidades educativas especiais", declarou. De acordo com o secretário de Estado, mais de 20 instituições do Ensino Superior portuguesas estão a colaborar com o Ministério da Educação nas questões relacionadas com a formação profissional, designadamente para aplicação do novo decreto-lei.
A conferência reúne em Lisboa mais de mil participantes, entre especialistas em educação, professores e jovens com necessidades educativas especiais. Um desses jovens, José Guilherme, 22 anos, queixou-se que não existem gabinetes de apoio a autistas nos institutos politécnicos e da falta de legislação para dar mais tempo a estes jovens quando têm de realizar provas nacionais e exames de áreas complexas como Matemática e Física, responsabilizando os políticos pelas lacunas legislativas.
José Guilherme ingressou no ano passado no Instituto Superior de Engenharia em Coimbra e sonha criar uma loja de reparação de equipamento informático, com "lugares para pessoas deficientes". Na conferência participam mais dois jovens portadores de deficiência que estão a seguir o percurso académico, apesar das dificuldades: Eiliana, 19 anos, natural de Leiria e a frequentar o primeiro ano de Direito, em Coimbra, e Daniel Francisco, 21 anos, de Odemira, que está no 3.º ano de Gestão e integra a tuna masculina da Universidade de Évora.
Público Online
Conferência Internacional Educação Inclusiva
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Ministra garante que escolas terão todos os professores de ensino especial que solicitarem
Cirurgia inédita para os doentes com distonia
A cirurgia consiste em colocar no cérebro um neuroestimulador que vai controlar as contracções musculares involuntárias que caracterizam a doença. Tiago, que depende de terceiros para efectuar qualquer tarefa, poderá recuperar alguma autonomia. Poderá, por exemplo, voltar a escrever ou a apertar o cordão dos sapatos. A novidade é que este neuroestimulador é novo e permite, ao contrário do usado outrora, ser recarregado, evitando que o doente seja sujeito a um implante de três em três anos e, assim, evitando os riscos a isso inerentes, como a anestesia geral e o risco de infecções. "O neuroestimulador velhinho precisava de ser substituído com todos os riscos que isso acarretava. Este, como é recarregável, pode durar nove anos", explicou Rui Vaz, director de neurocirurgia no Hospital de S. João.
As expectativas dependem do tipo de distonia. No caso do Tiago, por exemplo, "é esperada uma melhoria significativa que pode ir dos 25% até aos 70%, que não será notada imediatamente", avançou aquele responsável. A razão de uma tão ampla expectativa deve-se ao facto de o Tiago ter uma distonia primária, mais permeável a este tipo de intervenção.
"Há dois tipos de distonia, a primária e a secundária. Na primeira, desconhece-se a causa, parte das distonias primárias são genéticas; na segunda, a causa pode ter sido, por exemplo, um mau parto", pormenorizou.
Distonia focal já é contemplada
O diagnóstico foi feito ao Tiago por volta dos oito anos. Tem uma distonia primária que começou por ser focal (ou seja, apenas um pé apresentava movimentos incontroláveis) que passou depois a distonia generalizada (isto é, todo o corpo apresenta movimentos frenéticos e incontroláveis).
A novidade no S. João é que - se antes já haviam feito cirurgias destas com o velho neuroestimulador, mas só em distonias generalizadas - passa a investir também na distonia focal. (...)
O Hospital de S, João, no Porto, ainda vai realizar mais duas cirurgias deste tipo, uma já hoje e outra agendada para amanhã, ambas a indivíduos com idades entre os 20 e os 40 anos.
Programa ajudou 1087 alunos a passar de ano
Tanto o projecto de Intervenção Precoce, no pré-escolar, como o projecto Epis - Empresários pela Inclusão Social, no terceiro ciclo, apresentam números animadores, pelo que não só terão continuidade, como serão reforçados no próximo ano lectivo, garantiu ontem, o presidente da Câmara. Para já, o programa exige um investimento de meio milhão de euros por ano.
Para atingir resultados ainda melhores, a Autarquia vai fazer um investimento idêntico no ensino da Matemática. Para isso, está a procurar nos países do Norte da Europa um projecto para combater as dificuldades naquela disciplina. A "importação" chega a tempo do próximo ano lectivo, que se inicia este mês, prometeu Guilherme Pinto. "Vamos começar com uma experIência, tal como fizemos com a Intervenção Precoce. Se correr bem, alargamos a todas as escolas".
O projecto de Intervenção Precoce, pioneiro em Portugal, começou em S. Mamede de Infesta em 2005/2006. Dois anos depois foi alargado a todo o concelho e no último ano passou a integrar também as IPSS. No total, foram avaliadas 1144 crianças com cinco anos de idade. As psicólogas detectaram dificuldades de aprendizagem em 478, entretanto alvo de intervenção. Dessas, 80% atingiram as competências de transição e as restantes continuam a ser acompanhadas no 1º ciclo, esclareceu Correia Pinto, vereador da Educação da Câmara de Matosinhos.
Por outro lado, o projecto Empresários pela Inclusão Social, que começou em 2007/2008, envolvendo alunos do 7º e 8º anos, apoiou 759 jovens em risco de insucesso escolar ou abandono, de um total de 3200 avaliados. Resultado: 76% dos alunos ajudados pelas psicólogas passaram de ano.
A par destes dois projectos, o programa de combate ao insucesso escolar de Matosinhos abordou ainda os problemas de expressão oral de 100 crianças sinalizadas, com a colaboração de cinco terapeutas da fala da Universidade Fernando Pessoa.
Ministério cria mais mil vagas para professores de Educação Especial
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Indicadores sobre deficiência e incapacidade
As apresentações versaram os seguintes temas:
1- A mudança de paradigma - a evolução dos conceitos de deficiência e incapacidade - o modelo biopsicossocial da funcionalidade e incapacidade.
2- A informação estatística sobre a deficiência e incapacidade.
3- Informação estatística e indicadores; sua importância no planeamento e na avaliação das políticas sociais.
4- A integração das questões da deficiência nos instrumentos estatísticos (nacionais e internacionais)/ Censos 2001, proposta para 2011 e inquéritos intracensitários.
5- Experiência colhida e perspectivas do grupo de trabalho sobre estatísticas da deficiência e reabilitação.
6- Limites e potencialidades do cruzamento da informação estatística.
7- Apresentação das conclusões do encontro.