Ana Patrícia Barreira não aceita o facto de a filha Margarida, com seis anos e que sofre de Síndrome de Down (mais conhecido por Trissomia 21), não ter sido aceite este ano lectivo no centro de Actividades de Tempos Livres (ATL) da EB1/JI Quinta da Condessa (Pontinha, Odivelas).
Segundo Ana Patrícia, o ATL justifica que a criança não podia frequentar aquelas instalações porque "não tinham condições para cuidar" dela, devido à deficiência. Mas para a mãe de Margarida, trata-se de "pura discriminação" da parte da Associação de Pais e Encarregados de Educação.
Ana Patrícia, cozinheira, encontra-se em casa, sem trabalho, uma vez que não tem ninguém que "queira tomar conta da Margarida" e está a aguardar por uma decisão do ATL, que Margarida já frequentou no início deste ano.
Isidoro Roque, presidente da Associação de Pais, explicou ao CM que não se trata de qualquer discriminação contra a Margarida. O problema é que não há "pessoal especializado para tomar conta da criança nem a verba necessária para o contratar". O responsável referiu que se trata de uma "menina especial" e com antecedentes menos bons, uma vez que "no ano lectivo passado um aluno saiu porque a Margarida o mordia constantemente". Também a coordenadora pedagógica do ATL, Ana Rocha, apresenta a mesma justificação para que Margarida não tenha sido aceite este ano.
Segundo Ana Patrícia, o ATL justifica que a criança não podia frequentar aquelas instalações porque "não tinham condições para cuidar" dela, devido à deficiência. Mas para a mãe de Margarida, trata-se de "pura discriminação" da parte da Associação de Pais e Encarregados de Educação.
Ana Patrícia, cozinheira, encontra-se em casa, sem trabalho, uma vez que não tem ninguém que "queira tomar conta da Margarida" e está a aguardar por uma decisão do ATL, que Margarida já frequentou no início deste ano.
Isidoro Roque, presidente da Associação de Pais, explicou ao CM que não se trata de qualquer discriminação contra a Margarida. O problema é que não há "pessoal especializado para tomar conta da criança nem a verba necessária para o contratar". O responsável referiu que se trata de uma "menina especial" e com antecedentes menos bons, uma vez que "no ano lectivo passado um aluno saiu porque a Margarida o mordia constantemente". Também a coordenadora pedagógica do ATL, Ana Rocha, apresenta a mesma justificação para que Margarida não tenha sido aceite este ano.
Comentário:
Não vou criticar a posição do ATL. Também não significa que concorde com ela!
Perante esta situação, penso que, quer os pais, quer os responsáveis do ATL devem fazer ouvir a sua voz e solicitar os recursos necessários para poderem acolher aquela criança dentro das condições adequadas e desejadas.
Claro que esta situação não é única nem exclusiva dos ATL. Basta uma deslocação às escolas para constatar a falta de recursos humanos e materiais! Trata-se da grande falácia da política educativa!
3 comentários:
O grotesco: Sempre haverá algo que justifique os desmandos e abusos cometidos por quem tem a obrigação moral e legal de prestar os serviços.
Quando é uma criança que não se pode defender, arranjam-lhe sempre um problema social ou de comportamento qualquer para justificar senão o descaso, a própria incompetência e imoralidade quem nos deveria prestar os serviços.
Nós, pais de crianças com necessidades especiais, deveríamos formar uma associação própria dentro das escolas, para funcionar paralelamente à associação de pais, uma vez que os interesses em causa são muitas vezes divergentes faos dos outros pais.
Sei bem o que isso é, por mim mesma e por outros com quem me vou cruzando. È inimaginável o que esta hipócrisia sórdida, de pais cujos filhos não têm necessidades especiais, nos faz sentir. E é revoltante que isto se passe práticamente por todo o país, como se não fizesse diferença a ninguém! As associações de pais que o fazem, escudam-se bem e ainda ficam com os louros de uma suposta preocupação com as necessidades destas crianças às quais dizem não poder atender! As entidades competentes e quem deveria legislar para não permitir esta descarada descriminação prosseguem serenos com as politicas de escola inclusiva... Provavelmente pensam que nós não precisamos trabalhar, ou que se trabalhamos, temos uma espécie de horário exótico que nos previligia em relação aos outros pais e que não precisamos de Ocupação dos tempos não lectivos para os nossos meninos! Enfim... vamos lutando nós como podemos, na esperança que as coisas algum dia mudem... Talvez um dia, se a sensibilidade tocar nos representantes dos pais e eles sintam que devem representar efectivamente TODOS os pais.... Ou talvez no dia em que a vida inesperadamente tambem lhes mostre que as dificuldades não ocorrem só aos outros e sintam na pele alguma espécie de dificuldade como aquela que nos fazem sentir sem qualquer espécie de peso na consciencia.
É tão fácil atirar pedras...
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