Contrariando as palavras da ME, quando afirma que nenhum aluno fica sem apoio especializado, temos a voz dos especialistas (ver post anterior) e os casos que vão sendo divulgados.
Acedendo ao apelo lançado por uma mãe, divulgo uma notícia publicada num jornal diário nacional, que encontrei no Profavaliação.
"Faltam educadores de infância para acompanhar crianças com necessidade de intervenção precoce
08.10.2008, Bárbara Wong
Cláudia Rocha tem um filho de dois anos que sofre de paralisia cerebral. Em Abril do ano passado, a criança foi inserida no programa de intervenção precoce e recebia em casa o acompanhamento de uma educadora de infância do Agrupamento de Escolas de Alapraia, Estoril. Desde o início do novo ano lectivo que não é acompanhado por nenhum profissional. O seu filho não é caso único. O Ministério da Educação (ME) ainda não colocou educadores de infância do ensino especial no concelho de Cascais, mas também nos distritos de Aveiro e de Coimbra, denuncia a Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP).
"A resposta da escola é que não tem educadores colocados", explica Cláudia Rocha. O agrupamento de Alapraia é a escola de referência para o ensino especial no concelho de Cascais e ainda não recebeu todos os educadores de infância necessários, informa Ana Rolo, do concelho executivo. "Dependendo do número de alunos, são feitas as colocações dos educadores. Neste caso, faltam [profissionais] para servir o concelho todo", confirma. A professora não especifica quantas crianças são afectadas pela falta destes profissionais porque "as sinalizações vão sendo feitas ao longo do tempo".
Cláudia Rocha, que tem um e-mail a circular na Internet a denunciar a situação, lembra que no ano passado havia sete educadores de infância para acompanhar as crianças do ensino especial e que este ano ainda só foi colocado um profissional na escola. Portanto, calcula, estarão a ser prejudicadas cerca de 60 crianças com necessidades educativas especiais, uma vez que cada educador será responsável pelo acompanhamento de cerca de dez meninos. "As colocações são sempre feitas um pouco depois das aulas começarem, por isso, continuamos a aguardar", diz Ana Rolo, acrescentando que a correspondência trocada com a Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) tem sido "insistente e permanente". Também em Aveiro e em Coimbra há vagas de educadores por preencher, diz Leonor Carvalho, vice-presidente da ANIP. Sem números precisos, a responsável sabe que essas faltas têm sido colmatadas por outros profissionais porque, no âmbito da intervenção precoce, os profissionais trabalham numa equipa multidisciplinar com técnicos da educação, saúde e segurança social, explica. "As famílias estão a perder com a falta de profissionais", acusa. Leonor Carvalho lamenta que, apesar da legislação sobre a intervenção precoce ser a mesma desde 1999, tenham mudado as regras de colocação dos educadores e professores, bem como os parâmetros de definição das crianças que precisam de apoio. O PÚBLICO contactou a ministra da Educação, mas não recebeu qualquer resposta em tempo útil. 60 Só no concelho de Cascais estarão a ser prejudicadas cerca de 60 crianças com necessidades especiais 60 Só no concelho de Cascais estarão a ser prejudicadas cerca de 60 crianças com necessidades especiais."
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