Espaço de debate, informação, divulgação de atividades, partilha de documentos e troca de experiências relacionados com a inclusão, a educação inclusiva e as medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Inclusão – Um Desafio entre o Ideal e o Real
Professores devem voltar ao debate sobre a identidade da educação
"É importante que os professores regressem ao debate sobre a educação, que reflictam para além do que já foi adquirido, e que construam a sua identidade do século XXI", defendeu.
Para António Nóvoa, "a educação precisa, como aconteceu no século passado, de assumir uma enorme centralidade nos debates sociais deste século": "Ser professor hoje é ter uma voz pública, ser um mediador, ter uma postura de compreensão e de respeito pelo diálogo educativo e social", argumentou.
O professor universitário explicou a uma audiência de 500 elementos da comunidade educativa nacional e internacional que "durante o século XX, as quatro ideias fundadoras da pedagogia da educação -- educação integral, centralidade da criança, métodos activos e pedagogia diferenciada -- foram para dentro da escola porque não existiam na sociedade".
"A escola funcionou, na educação das crianças, a contra-corrente da sociedade, que depois absorveu estas ideias", disse.
"O que proponho", acrescentou, "é que hoje os professores recriem estas quatro ideias-chave, que as repensem, que as insiram no debate e que, de novo, com novas ideias, voltem a funcionar em contra-corrente, para poderem depois mudar a sociedade".
António Nóvoa propôs, assim, "quatro novos conceitos basilares": "espaço público da educação - para que haja articulação com a sociedade civil e impedir que sejam atiradas para dentro da escola todas as responsabilidades -, valorização da cultura e das aprendizagens -- para fazer com que todas as crianças tenham verdadeiramente sucesso, de forma a podem participar na sociedade do conhecimento, longe do velho ler e contar".
"Abordagens reflexivas - para reintroduzir o silêncio na escola, contrapondo o frenesim permanente das actividades contemporâneas -, e a compreensão do diálogo - para integrar a diversidade e criar uma personalidade no debate", enumerou.
O 1º Congresso Internacional Ser Professor de Educação Especial, a decorrer no Instituto Piaget de Almada até dia 29, foi organizado pela Associação Nacional de Docentes de Educação Especial - Pró-Inclusão, e conta com a participação de profissionais e investigadores de instituições nacionais e internacionais, que vão debater o actual papel e desafios dos professores de educação especial.
sábado, 28 de novembro de 2009
Uma semana “especial” - Madeira
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Educação: Comissão parlamentar quer discutir educação especial no parlamento
"Gostaríamos de tomar conhecimento das conclusões que saírem deste congresso, para levar para a discussão política as reflexões e preocupações encontradas aqui", afirmou Luiz Fagundes Duarte, na sessão de abertura do 1º Congresso Internacional Ser Professor de Educação Especial.
Para o deputado socialista, "importa, em relação à educação especial, fazer um ponto de situação, perceber os maiores problemas, quer ao nível da formação de docentes, quer ao nível das suas condições de trabalho e das suas carreiras".
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Jurista portadora de deficiência acusa o Ministério das Finanças de discriminação
A advogada é a única entre os 50 alunos do curso 2008/9 do INA que ainda não conseguiu colocação no sector público, dado que apenas pretende trabalhar na zona da sua residência em Braga, Guimarães ou Barcelos.
A exigência da advogada de 33 anos - vítima na juventude de um acidente rodoviário - prende-se com o facto de ter dificuldades motoras - não podendo, por exemplo, usar guarda-chuva - e de necessitar de apoio constante da família, com quem ainda vive.
Para fazer os três trimestres do curso, a aluna pagou cinco mil euros e teve de se deslocar para Oeiras, com apoio familiar.
Maria João Marques acaba mesmo de rejeitar uma proposta de trabalho oferecida para a sede do Porto do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, perdendo, assim, o direito à integração no serviço público que lhe era garantido pela frequência, com aptidão, do curso.
Anteriormente haviam-lhe sido oferecidas possibilidades de trabalho em Lisboa e em Matosinhos, que rejeitou pelas mesmas razões.
Em resposta à proposta de trabalho, Maria João Marques diz que não pode ir para o Porto devido aos problemas decorrentes da deficiência e considera «estranho» que não lhe tenha sido dada preferência para colocação em Braga, onde foram colocados outros colegas, «o que pode constituir prática discriminatória, violadora dos artigos 13º, 14º, 44, 46º e 47º da Lei nº 59/2008, de 11.09».
Lembra, ainda, «a obrigação que impende sobre o Estado de estimular a integração das pessoas portadoras de deficiência em instituição pública».
«A proposta de colocação que ora me fazem é impossível de aceitar, para mim, e revela, para além da questão legal, uma total insensibilidade perante a deficiência de que sou portadora», acentua, anunciando que pondera recorrer aos tribunais.
O advogado de Maria João Marques, Paulo Viana escreveu já à Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público, contestando a validade jurídica - por «inconstitucional» - de uma portaria de Fevereiro do Ministério, que alterou as regras do jogo para o curso 2008/2009.
O causídico lamenta que o Governo tenha alterado três regras fundamentais, já após o curso ter começado: a da obrigatoriedade de o Estado pagar aos alunos os respectivos vencimentos até a sua integração num serviço; a da responsabilidade da DGAEP pela eventual não colocação de um aluno em serviço público; e a instituição de uma norma segundo a qual colocação tem de se consumar até 31 de Dezembro.
«Parece-me de duvidosa legalidade/constitucionalidade a alteração imposta pela Portaria, por traduzir uma violação das expectativas e da confiança criadas juntos dos alunos que, em 2008, se candidataram a um curso que tinha um determinado figurino e que, a meio do ano, sofre radicais mudanças», acentua.
Contactada pela Lusa, a directora de Serviços do Departamento de Gestão e Desenvolvimento dos Recursos Humanos da Administração Pública, Alexandra Duarte, rejeitou a existência de «discriminação», garantindo que o organismo tem feito tudo o que pode para a integrar.
«Não houve serviços em Braga que respondessem positivamente ao nosso envio do currículo da advogada», frisou.
A responsável acentuou que os próprios serviços só podem, actualmente, contratar quadros se houver vaga no mapa de pessoal e se tiver sido feita a respectiva cabimentação orçamental.
Alexandra Duarte contrapõe que dois outros alunos do curso do INA, portadores de deficiência, foram já contratados, garantindo que Maria João Duarte não teve nenhuma oferta da zona de Braga, pelo menos que passasse pelo seu serviço.
Sobre as alterações às normas em vigor no curso, que prejudicaram os alunos, diz que as regras são feitas pelo Governo.
Lusa / SOL
Acção de formação "Web acessível"
Esta acção tem um número limite de 12 formandos.
Para efeitos de participação na referida acção a ficha de inscrição deverá ser enviada para os contactos abaixo indicados, até ao dia 11 de Dezembro.
Dotar os formandos de bases fundamentais à construção de sites acessíveis às pessoas com deficiências ou incapacidades, à luz da nova legislação nesta matéria.
METODOLOGIA
Método interactivo que permita um maior envolvimento e participação de todos os intervenientes
DESTINATÁRIOS
Designers, programadores, técnicos de informática, gestores, informáticos e outros profissionais que intervêm na construção de sites, técnicos da Administração Pública e estudantes do Ensino Superior
CONTEÚDOS
Introdução e noções básicas
Utilização de leitores de ecrã como exemplo de navegação alternativa
Regulamentação e directrizes de acessibilidade
Validação da acessibilidade:
FORMADORA:
Eng. Carla Faria
CUSTOS:
50,00 € por participante
25,00 € para estudantes e desempregados.
CONTACTOS
Manuela Branco
manuela.s.branco@seg-social.pt
Telefone. 21 792 95 00 Fax: 21 792 95 09
Catarina Pereira
catarina.pereira@seg-social.pt
Telefone: 21 792 95 00 Fax: 21 792 95 09
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Quantos são... os alunos com dificuldades numa classe? Quantos são eles?
Numa reunião em que participei há pouco no Brasil, um grupo de professores levantava esta questão analisando os processos tal como se desenrolam no dia a dia das escolas. E as opiniões foram muito interessantes: dizia-se que, se um professor (vá-se lá saber porquê) identificar um grande número de alunos com dificuldades na sua sala de aula, isso acarretava consequências curiosas.
Antes de mais dava ao professor uma aura de rigor e de competência do tipo (“Este professor é muito exigente em termos de aprendizagem”). Depois, o professor marcava território no sentido em que se os resultados finais fossem maus ele poderá sempre dizer “Eu logo preveni que tinha muitos alunos com dificuldades”. Uma terceira consequência verifica-se no efeito desta identificação ao nível dos outros professores. Se um colega diz que tem muitos alunos com dificuldades, em que posição fica um colega que assinala poucos ou nenhuns alunos? Fica sem dúvida numa posição de fragilidade podendo a sua posição ser conotada com um idealista ou então mesmo de incompetente.
Diziam-me estes professores brasileiros que conheciam casos em que se verificou um “efeito de cascata”, em que começando um colega a assinalar as grandes e numerosas dificuldades dos seus alunos, os outros se sentiam na obrigação de seguir ou mesmo aumentar a parada. E este processo já tinha chegado a que se identificassem numa única sala de aula 40% (quarenta por cento) de alunos com dificuldades. (Parece aquelas conversas de idosos em que o seguinte tem uma doença sempre maior e mais dolorosa do que o anterior...)
E aqui vemos a necessidade de trabalhar em práticas que possam mudar estas atitudes. Repito: práticas que possam mudar as atitudes. Tantas vezes ouvimos que “é preciso mudar as atitudes” que até poderíamos pensar que havia umas “técnicas especiais” para mudar atitudes. Seria tempo perdido. As atitudes mudam consequentemente quando a pessoa vive e reflecte sobre experiências que são incompatíveis com as representações que ela tem da realidade.
Há tempos um professor contava-me que os alunos da sua classe ficaram bem espantados pelo facto do seu colega cego ter tido a melhor nota num teste em Língua Portuguesa. Este é o tipo de experiência que pode mudar efectivamente as atitudes destes alunos em relação ao seu colega cego. Assim em lugar de dizer “mudar atitudes” talvez devamos dizer “mudar as práticas para mudar as atitudes”.
Esta mudança de práticas é extremamente complexa. Uma determinada forma de actuar está profundamente ligada a um complexo de valores e práticas: ao mudar uma delas devemos estar conscientes que estamos a mexer uma pedra de um muro e muitas vezes não podemos nem mesmo estimar os efeitos desta mudança.
Que práticas poderiam conduzir a que as atitudes face à diferença dos alunos fossem positivas e esporádicas em lugar de negativas e generalizadas (como vimos podendo chegar a 40%)? Poderíamos talvez avançar 3 ideias.
Antes de mais a mudança da escola deve vir de dentro da escola. É a escola que deve avaliar as suas forças e vulnerabilidades e a partir dessa análise do que melhor pode fazer com as suas próprias forças estudar quais os meios que precisa para fomentar uma educação respeitadora e valorizadora dos diferentes esforços de cada um. E o que não conseguir fazer com as suas forças saber pedir o que precisa.
Depois, a avaliação deve ser mais e mais centrada nos processos e não só nos resultados. Este ano pedi aos meus alunos de Mestrado que decorassem um soneto (“Sete anos a Labão Jacó servia...”) e escrevessem numa simples folha quais as estratégias que usaram para o decorar. Foi um boa experiência sobre como os processos para atingir um fim semelhante podem ser diversos. No final a pergunta que presidiu à análise desta experiência foi: será que damos aos nossos alunos ferramentas e lhes permitimos usar estratégias para trabalhar semelhantes àquelas que nós próprios precisamos?
Por fim, saber que separar um aluno da classe por lhe termos identificado uma necessidade “especial” pode ser uma limitação que só nos permite ver os factos mais aparentes. Os professores que são mais eficazes a lidar com a diversidade trabalham no sentido de responderem a todos os alunos que podem, em qualquer momento, apresentar algum tipo de dificuldades (e são quase todos). Separar os alunos que têm dificuldades dos que não têm pode ser só um sintoma que não conseguimos identificar as dificuldades de uma grande parte dos alunos.
Quantos são, perguntávamos... São talvez todos os que podem ter dificuldades em algum momento, em alguma matéria em alguma experiência do ensino. Mas são talvez muito poucos os que por terem dificuldades precisam de meios de ensino que não podem ser usados na sala de aula e que não beneficiem da interacção, convívio e interacção dos colegas.
Menino esteve 11 dias no metro de Nova Iorque
Francisco Hernandez Jr. desapareceu dia 15 de Outubro por recear que iria ter problemas na escola. Com 13 anos e Síndrome de Asperger, refugiou-se na rede de metro de Nova Iorque e por ali vagueou durante 11 dias.
Dormiu em carruagens, utilizou as casas de banho públicas e, com onze dólares no bolso, comeu chupas, batatas fritas e outros alimentos que comprou nas estações. Nunca pediu ajuda a ninguém, o que especialistas dizem ser comum devido à sua patologia.
Foi encontrado, por acaso, por um agente da polícia, que o reconheceu de cartazes afixados na rede de metro pela família e regressou a casa são e salvo.
A mãe, Marsiela Garcia, disse à CNN que a polícia pouco fez para ajudar a encontrar o filho, quando denunciaram o seu desaparecimento, interpretando o caso como uma fuga do menor.
Decidiram então afixar cartazes e distribuir folhetos pela vizinhança, em Brooklyn, e em espaços públicos, incluindo na rede de metro.
Cinco dias após o desaparecimento de Francisco, o departamento de pessoas desaparecidas da polícia de Nova Iorque visitou os pais e aconselhou-os sobre onde deveriam procurar o filho. (...)
Défice de atenção
O aluno que sistematicamente se deita tarde ou, como já ouvi relatar por directores de turma, passa a noite na Internet, certamente terá grande dificuldade em se concentrar.
A falta de atenção na sala de aula é um tema recorrente. Muitos são os professores que manifestam preocupação relativamente a este problema, uma vez que é grande o número de alunos que estão permanentemente distraídos. Muitas causas poderiam ser enumeradas para tentar justificar esta elevada distractibilidade. O aluno que sistematicamente se deita tarde ou, como já ouvi relatar por directores de turma, passa a noite na Internet certamente terá grande dificuldade em se concentrar. Quando o assunto abordado na aula apresenta uma complexidade demasiado elevada para ser apreendido por um determinado aluno, é normal que ele "desligue" e invente formas, por vezes muito pouco simpáticas, para se distrair. Os problemas de comportamento decorrem frequentemente da incapacidade em acompanhar as temáticas abordadas.
Madeira: educação especial conta com novo regime jurídico
Professores portugueses querem mais formação
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Adequações curriculares individuais: como efectuar?
A partir deste pressuposto, as adequações curriculares individuais podem consistir em algumas modalidades, de acordo com as especificidades, as características e as necessidades do aluno em causa.
No caso de um aluno com dificuldades de visão, de surdez ou de limitações ao nível da mobilidade, as adequações podem consistir na introdução de áreas curriculares específicas, como a leitura e a escrita Braille, a língua gestual, o treino da mobilidade e da orientação, entre outras.
Na situação de alunos que apresentem dificuldades em acompanhar o currículo comum, normalmente de natureza cognitiva, ainda que só em determinadas áreas, as adequações podem consistir na introdução de objectivos e conteúdos intermédios em função das competências terminais de ciclo, das características de aprendizagem e de dificuldades específicas.
Sobre este ponto, há que fazer algumas considerações.
O currículo comum contém competências gerais, competências essenciais e experiências de aprendizagem, não referindo objectivos. Como sabemos, com a última reforma do currículo nacional, os objectivos foram substituídos pelas competências. Assim, por analogia, e considerando que as adequações curriculares individuais têm como padrão o currículo comum, penso que as adequações curriculares individuais devem ser definidas com base nas competências e não nos objectivos, como refere o Decreto-Lei n.º 3/2008, no n.º 4 do art. 18º. Os objectivos, na minha perspectiva, constam do Programa Educativo Individual, uma vez que este deve conter obrigatoriamente a “Discriminação dos conteúdos, dos objectivos gerais e específicos a atingir (…)” (alínea f, n.º 3, art. 9º).
Em termos práticos, como podem ser efectuadas as adequações curriculares individuais? Com base no normativo, podem consistir na introdução de competências e conteúdos intermédios. Encaro esta possibilidade como repartir, esmiuçar uma competência, criando outras mais simples, que, de forma gradual, levam ao desenvolvimento da competência prevista inicialmente. Assim, e tomando como exemplo o domínio da leitura, uma das competências essenciais para o 2º Ciclo, é “Capacidade para ler com autonomia, velocidade e perseverança”. Se o aluno revela dificuldades e um atraso significativo neste domínio, poderemos optar por esmiuçar a competência e faseá-la, gradativamente, ao longo do ano. Pode consistir por ler frases, ler pequenos textos com ajuda, ler pequenos textos sem ajuda, promover a leitura individual e recreativa, ou seja, embora a um ritmo mais lento, adaptado ao aluno, estamos a contribuir para o desenvolvimento sustentado desta competência. Trata-se de um exemplo aplicável às restantes áreas disciplinares ou disciplinas.
Penso, ainda, que as adequações curriculares podem prever o desenvolvimento parcial de uma competência. Tomando ainda o exemplo do domínio da leitura, poderemos definir como competência final a “Capacidade para ler com alguma autonomia”, independentemente da velocidade, ou seja, sem colocar em causa o desenvolvimento da competência essencial, vai-se exigir um pouco menos em função das suas características e potencialidades, contribuindo para elevar os níveis de funcionalidade.
As adequações curriculares individuais podem, ainda, traduzir-se na dispensa de actividades que se revelem de difícil execução, em função da incapacidade do aluno.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Surfista tetraplégico
Nuno Vitorino ficou tetraplégico após ter sido atingido com um tiro disparado acidentalmente por um amigo que manuseava uma arma de fogo. O acidente retirou-lhe a possibilidade de praticar bodyboard, mas não a vontade de fazer desporto. Ao fim de quatro idas ao mar com a prancha de surf, Nuno sente-se a progredir e na tarde de Sábado no Lagido até arrisca fazer um "tubo", a manobra que todos os surfistas anseiam conseguir fazer. Contudo, este jovem informático na Câmara Municipal de Lisboa tem sobretudo como objectivos "saber que é capaz" e "mudar mentalidades". "De certeza que estou a mudar mentalidades das pessoas que vêem que o jovem que está na prancha é o dono da cadeira de rodas", frisou, lamentando que o surf não conste ainda das actividades paraolímpicas.
Apesar de reconhecer que "não é normal uma pessoa em cadeira de rodas praticar surf", Nuno Vitorino conta com a ajuda dos amigos para ultrapassar alguns pormenores, como conseguir meter-se em cima da prancha. Disposto a alargar a sua experiência, o desportista e vários amigos, todos da zona de Lisboa, criaram um projecto ( www.estadoliquido.org ) destinado a "levar outros jovens com deficiência a ter uma prática regular de surf".
A ideia é ajudar essas pessoas a superar as suas limitações e apoiá-lo sempre que quiserem entrar no mar, mas sem esquecer que a "prática do surf envolve alguns cuidados".
Médicos de família levam mais de 18 mil crianças a ler
Martim Gomes de 17 meses entrou no Centro de Saúde de Sete Rios bem-disposto, mas na sala de consultas começou a fazer birra. Só acalmou quando lhe puseram um livro nas mãos. A criança brincou e folheou as imagens durante toda a consulta. E quando o médico acabou de o ver nem a mãe lhe conseguiu tirar o livro.
Mais de 18 400 crianças tiveram no ano passado consultas médicas nos centros de saúde para incentivar a leitura. O projecto, que envolveu 121 centros de saúde e 731 médicos de família, destina-se a meninos dos seis meses aos seis anos e tem como objectivo avaliar o desenvolvimento e familiarizar os mais novos com a leitura.
O programa, nasceu em 2008 de uma parceria entre o Plano Nacional de Leitura, a Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral e da Sociedade Portuguesa de Pediatria. Desde aí o número de unidades abrangidas não parou de crescer. Atinge agora 132 centros de saúde de todo o País e potencialmente centenas de milhares de crianças.
"O projecto foi integrado em consultas de vigilância, em que fazemos a verificação da saúde da criança, cuidados preventivos, o estímulo e aconselhamento à leitura, dando aos pais instrumentos para cuidar da saúde dos filhos", explica Risério Salgado médico de família do Centro de Saúde de Oeiras, o primeiro onde o projecto arrancou. "É fácil observar a interacção das crianças com os livros. É um instrumento que fortalece a relação entre pais e filhos", acrescenta.
Os resultados da entrega de livros nas consultas vão servir de base a um estudo sobre o desenvolvimento de crianças, que já começou a produzir resultados em casa.
No centro de Saúde de Sete Rios o projecto só arrancou este ano, mas já é possível perceber o impacto das consultas em algumas famílias.
Martim já procura sozinho os livros de pano com bonecos, mexe e quer que lhe leiam histórias. A criança, com uma deficiência num braço, tem "dificuldade em mexer em brinquedos", explica a mãe, Goreti Gomes. "Mas tem mais facilidade a manusear livros".
A sua reacção acabou por contagiar a irmã mais velha. "Ele puxa por ela, abre o livro e vira a página", diz a mãe.
Jessica, de nove anos, passa horas a ler-lhe histórias e ele está sempre com atenção. Começou a gostar mais de ler, não só em casa mas também na escola, e até os professores notaram a diferença de comportamento.
Segundo o especialistas, são inúmeras as vantagens do contacto com livros para o crescimento das crianças, quer na introdução do gosto pela leitura quer na integração escolar ou na transmissão de valores.
"Ajuda na aprendizagem da língua portuguesa. Ela está ao fim-de-semana com o irmão a ler e a brincar", confirma a mãe.
A introdução de livros nas consultas, tem uma componente técnica de reforço da leitura e de aprendizagem da linguagem, mas também de distracção e alívio da dor, explica a enfermeira Ana Maria Araújo, de Sete Rios. Torna o atendimento pelos médicos mais fácil.
O processo de sensibilização passa pelo alerta e aconselhamento dos livros de acordo com a idade das crianças, da sua leitura em voz alta e de um acompanhamento mais próximo dos pais no crescimento dos filhos.
sábado, 21 de novembro de 2009
"O Sistema Braille: Passado e Futuro de um Instrumento essencial"
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Multideficiência: Que desafios? Educar, Reabilitar para Integrar
Cavaco Silva visita empresa onde deficientes são maioria
O lema de vida de Aristides Santos - "querer é poder" - está espelhado em cada canto da Deficiprodut, empresa que criou, em 1998, em Maceda, Ovar, depois de se ter lançado no sector da marroquinaria, três anos antes, com a simples venda de porta-chaves.
"Bendita poliomielite", solta o empresário, ao JN, de sorriso aberto, sobre a doença que o "atacou" aos três meses, deixando-o paraplégico. Mas também "mais sensível para o mundo das diferenças" (ler texto ao lado).
De tal forma que, actualmente, dá emprego a 39 funcionários, 24 dos quais com as mais variadas deficiências. O sonho maior de "criar uma empresa em que os protagonistas fossem cidadãos portadores de deficiência com dificuldades de inserção social" concretizou-se. Aristides é, por isso, "um homem feliz!".
A empresa da Aristides será uma das instituições a ser visitada por Cavaco Silva, hoje, no primeiro dia do Roteiro das Comunidades Locais Inovadoras, que levará a comitiva presidencial a Ovar, Santa Maria da Feira, Espinho e S. João da Madeira.
À chegada à Deficiprodut, Carla Dias, 37 anos, é o primeiro rosto a sorrir. E o da diferença. Foi-lhe amputado o antebraço esquerdo quando tinha apenas nove meses. "Foi um acidente com um candeeiro a petróleo", conta Carla, sem ressentimentos. Afinal, a deficiência não foi impedimento para rumar do Algarve até ao Norte e tirar a Licenciatura de Marketing. Na Deficiprodut trabalha na direcção comercial. "Dentro desta empresa acabamos por vestir a camisola daquilo que nós próprios já somos. No entanto, ninguém é tratado como coitadinho", disse Carla. Ainda assim, a funcionária lamenta "não poder seguir o sonho de ser enfermeira". "Nem me deixam tirar o curso", desabafa.
Ao descer até à fábrica voltam a multiplicar-se sorrisos. Anabela Valente, 33 anos, surda, não tem dúvidas que na fábrica "todos se tratam como família". José Carlos Ferreira, 48 anos, que sofreu poliomielite aos 14 meses,afirma que, mesmo de muletas "caminha faça chuva ou sol" durante meia-hora para todos os dias apanhar boleia para o trabalho. "Andava a pedir nas ruas da amargura, quando surgiu esta oportunidade de trabalho. Graças a isso, hoje tenho uma casa", conta, orgulhoso.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Seminário: Necessidades Educativas Especiais – O Contributo da Experiência do Reino Unido
Conferência INCLUSÃO Um desafio entre o ideal e o real
Descarregar Folheto / Ficha de Inscrição
Hoje em dia ouve-se um novo grito de inclusão, potenciado entre os indivíduos que não vêem as suas competências reconhecidas, cujas capacidades são regularmente negadas e ignoradas e que sentem que a sociedade não honra os seus direitos de participarem de forma activa neste conjunto.
A inclusão social é um processo complexo e gradual de construção de uma nova sociedade, através de pequenas e grandes transformações, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas. Na sua globalidade, o processo de inclusão implica uma aplicação em cada subsistema social, pois quanto mais sistemas comuns da sociedade adoptarem a inclusão, mais depressa se constrói uma verdadeira sociedade para todos, a sociedade inclusiva.
Apesar de tudo, a inclusão mantém-se um tema controverso, principalmente na educação, dado que relaciona valores sociais e educativos, bem como o sentido do nosso valor próprio enquanto indivíduos. Para falar sobre inclusão escolar é preciso repensar o sentido atribuído à educação, além de actualizar as concepções existentes, bem como dar novo significado ao processo de construção do indivíduo na sua globalidade.
Contacto: geral@centroaba.com
O que são Dificuldades de Aprendizagem Específicas? factos e estatísticas
As dificuldades de aprendizagem são uma desordem de carácter permanente, vitalícia portanto, que, segundo o "National Institutes of Health" americano, afecta cerca de 15% das crianças e adolescentes americanos em idade escolar. Na sua forma mais severa (cerca de 5% da população estudantil), quanto mais cedo se efectuar a identificação e a avaliação destes alunos (nestes casos, a avaliação deve ser muito mais completa, compreensiva, dado que há a necessidade de se elaborarem programações educativas individualizadas/PEI), maior oportunidade terão de se tornarem adultos bem-sucedidos e produtivos, uma vez que eles possuem um quociente de inteligência na média ou acima da média.
No nosso país, os alunos com dificuldades de aprendizagem têm sido negligenciados pelo sistema educativo (incluo neste sistema os pais), continuando a não terem direito a qualquer tipo de serviço que se enquadre no âmbito da educação especial (serviços e apoios especializados). Assim sendo, uma grande percentagem destes alunos começabem cedo a sentir o peso dessa negligência, traduzida num insucesso escolar marcante, que leva, na maioria dos casos, ao abandono escolar.
Mas, porque será que os problemas destes alunos são tão incompreendidos? De acordo com Jane Browning, directora executiva da Associação Americana de Dificuldades de Aprendizagem, "As crianças e os adultos com dificuldades de aprendizagem lutam pela aceitação e compreensão da sua problemática devido à falta de visibilidade da sua discapacidade". E continua, "Todos compreendemos que alguém numa cadeira de rodas possa necessitar de medidas especiais (uma rampa, por exemplo), mas geralmente não imaginamos que a "rampa" que um indivíduo com dificuldades de aprendizagem possa necessitar terá a ver com ajustamentos e/ou adaptações curriculares, como, por exemplo, mais tempo para processar a informação, ou equipamento electrónico (exemplo, um gravador de som) para tirar apontamentos. As dificuldades de aprendizagem podem ser invisíveis, mas são reais."
No entanto, a situação do outro lado do Atlântico parece bem mais promissora. De acordo com um inquérito efectuado, em 2004, pela "Coordinating Campaign for Learning Disabilities" , uma coligação que envolve as sete organizações mais influentes do país no que toca às dificuldades de aprendizagem, a maioria dos americanos (91%) acreditam que "as crianças com dificuldades de aprendizagem processam a informação de uma forma diferente" , identificando correctamente um conjunto de indicadores de dificuldades de aprendizagem que elas geralmente apresentam:
- inversão de letras e/ou números (79% concordam)
- problemas de leitura (72% concordam)
- problemas na organização de informação (67% concordam)
- problemas de escrita (65% concordam)
- e quociente de inteligência na média ou acima, mas dificuldade em aprender (56% concordam).
Contudo, de acordo com o mesmo inquérito, infelizmente os americanos desconhecem que esta problemática é vitalícia, embora acreditem que uma grande percentagem de crianças com dificuldades de aprendizagem podem compensar a sua discapacidade se lhe forem dispensados os apoios adequados. O facto de não perceberem que a problemática é vitalícia faz com que muitos pais "adoptem uma atitude de 'esperar para ver'", especialmente quando se trata de crianças com 3 e 4 anos, ignorando comportamentos que podem ser indicadores de dificuldades de aprendizagem como, por exemplo:
- problemas em contrair amizades ou em dar-se bem com os seus pares (só 33% dos pais consideram estes problemas sérios);
- problemas em seguir instruções simples ou rotinas (só 27% consideram estes problemas sérios);
- muita agitação e/ou problemas de atenção (só 25% dos pais consideram estes problemas sérios);
- problemas com números, alfabeto e dias da semana (só 20% dos dos pais consideram estes problemas sérios);
- e problemas com rimas (só 16% dos pais consideram estes problemas sérios).
Perante estes factos, Marshall Raskind, director de projectos especiais e de Investigação da Fundação Schwab Learning , afirma que "é importante que os pais percebam que ascrianças com dificuldades de aprendizagem crescem para se tornarem adultos com dificuldades de aprendizagem" e que "as dificuldades de aprendizagem não desaparecem como que por encanto - elas são uma condição vitalícia."
No entanto, quando se trata de crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 8 anos, os pais conseguem identificar indicadores de dificuldades de aprendizagem:
- problemas em segurar um lápis/caneta (67% dos pais considera estes problemas sérios)
cometer constantemente erros na leitura/soletração (60% dos pais considera estes problemas sérios)
- problemas na combinação de letras e sons (58% dos pais considera estes problemas sérios)
- e, problemas na aquisição de novas competências, apoiando-se, em seu lugar, na memorização (52% dos pais considera estes problemas sérios)
São estes e muitos outros problemas que tornam esta problemática numa condição séria que, se não for devidamente compreendida, pode fazer, e na maioria dos casos faz, com que os alunos que a apresentam se sintam ansiosos e frustrados, não vislumbrando qualquer saída que não seja o abandono escolar. Nas palavras de Sheldon Horowitz, do National Center for Learning Disabilities, "um dos grandes desafios que enfrentamos é o de saber como assegurar sucesso escolar aos alunos com dificuldades de aprendizagem", adiantando, no entanto, que "a chave do sucesso estará na elaboração de programações educativas individualizadas que considerem ajustamentos e adaptações curriculares consentâneas com as suas necessidades."
As estatísticas e os factos aqui apresentados, embora infelizmente não reflictam o que se passa no nosso país, são mais uma evidência daquilo que há muito venho a dizer: as dificuldades de aprendizagem inserem-se no quadro das necessidades educativas especiais permanentes e, como tal, os alunos que as apresentam têm direito a uma igualdade de oportunidades traduzida numa educação apropriada que tenha em conta as suas características e necessidades. O mesmo é dizer que, no caso dos alunos com dificuldades de aprendizagem severas, haverá sempre a necessidade de se recorrer aos serviços e apoios de educação especial para que, conjuntamente com os seus professores e com os seus pais, possam elaborar programações educativas que conduzam ao sucesso.
Termino recorrendo à analogia feita por Jane Browning, dizendo apenas que tal como uma criança numa cadeira de rodas necessita de uma rampa para contornar escadas, também uma criança com dificuldades de aprendizagem necessita de meios específicos que a ajudem a contornar os problemas, tantas vezes graves, que encontra no processamento de informação, na memória, na leitura, na escrita, no cálculo ou na socialização.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Programa de Emprego e Apoio à Qualificação das Pessoas com Deficiências e Incapacidades
Pequenos grandes sucessos
Educação especial por vocação. Professores contam experiências de alegrias e obstáculos para contornar. As conquistas têm outro sabor.
Foi na oficina de comunicação vocacionada para alunos com dificuldades de leitura e de escrita, e quando ainda era professora de Português, que o interesse veio ao de cima. Rosalina Sousa, 22 anos como professora no ensino regular, há seis na educação especial, é agora responsável por um centro de recursos de novas tecnologias, que avalia e acompanha alunos com necessidades educativas especiais para adequação de tecnologias de apoio, em cinco concelhos do distrito de Aveiro. Uma avaliação feita em vários momentos para ser mais rigorosa. "Sempre tive vocação para alunos com necessidades educativas especiais, senti que gostava de trabalhar com eles, encontrar estratégias diversificadas para respostas diferentes", revela.
A Língua Gestual em Portugal e em África
Declaração de Rectificação do Decreto-Lei que altera o ECD
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Nova estratégia da União Europeia para a deficiência
O INR, IP, assume claramente a sua vocação e missão para dar corpo e voz àquelas que são as aspirações dos cidadãos e organizações no que diz respeito aos temas e problemáticas relacionados com a deficiência.
Assim, o Instituto Nacional para a Reabilitação, IP, tem disponível, desde Agosto, na página de entrada do seu sitio internet, um inquérito de 2 perguntas, A sua opinião conta, um convite à participação de todos, a fim de aproximar o seu trabalho dos cidadãos e melhorar o serviço público que presta.
Avaliação dos alunos com necessidades educativas especiais
Bolsas Google para estudantes com deficiência
As candidaturas devem ser apresentadas até 15 de Março de 2010.Mais informações no sítio internet da Google, de onde retirámos a imagem.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Língua gestual ainda não é opção nas escolas
Três escolas superiores de educação do país - Setúbal, Coimbra e Porto - disponibilizam a licenciatura em Língua Gestual Portuguesa (LGP). Os primeiros habilitados a transmitir fielmente o português numa língua feita de gestos, e vice-versa, surgiram em 2004. São eles o meio de comunicação entre surdos e ouvintes. Fazem com que o surdo oiça com os olhos e fale com as mãos.
Os intérpretes têm sido requisitados essencialmente pelas escolas de referência de educação bilingue (LGP como primeira língua), criadas em 2008.
A Escola EB 2, 3 de Lamaçães (Braga) é uma delas. "Temos 62 alunos surdos que aprendem a língua gestual portuguesa como primeira língua e o Português como segunda", diz ao JN a directora da Escola, Margarida Leitão. A escola conta com três intérpretes que fazem a ponte entre os alunos surdos e os professores.
A intérprete Vera Macedo considera que "a LGP deveria ser opção nas escolas de ouvintes, porque é uma realidade viva". "Estamos perante uma língua viva falada por surdos que vivem numa sociedade ouvinte", sublinha.
O mesmo defende a intérprete Joana Moreira, para quem a LGP deveria ser uma disciplina opcional nos vários níveis de ensino (desde o básico ao secundário).
A LGP é uma língua "natural" para a maioria das crianças surdas e é a língua materna para as crianças surdas filhas de casais surdos. "Deve ter a mesma relevância que a língua portuguesa tem para os alunos ouvintes, com uma carga horária importante", defende a coordenadora de educação especial da Escola, Luísa Campos. "Antes a LGP era algo acessório ao currículo, nem contava para a passagem do aluno", recorda.
Hoje assinala-se o Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa - 15 de Novembro recorda o dia em que, em 1995, se criou a comissão para o reconhecimento da língua gestual portuguesa e defesa dos direitos das pessoas surdas, objectivo que veio ser alcançado dois anos depois. Na sequência da revisão constitucional de 1997, foi "criada" a nova língua oficial de Portugal, além do Português e do Mirandês.
Educação Especial será reforçada no próximo ano lectivo
sábado, 14 de novembro de 2009
Açores: Encontro Internacional sobre Educação Inclusiva
O projecto da "Avaliação da Educação Inclusiva nos Açores" resulta de um protocolo entre a direcção regional da Educação e Formação, direcção regional da Juventude, Universidade dos Açores e de Leipzig, da Alemanha.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Seminário: “O Direito da Criança ao Desenvolvimento Pleno das suas Capacidades”
Concurso Ilustração dos Direitos da Criança
Comemora-se este ano o 50º aniversário da Declaração dos Direitos da Criança, proclamada pelas Nações Unidas no dia 20 de Novembro de 1959.
No âmbito desta comemoração, foi celebrado um protocolo de cooperação entre o Ministério da Educação, através da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, e a Pro Dignitate – Fundação de Direitos Humanos, em que se prevê a realização de um concurso de ilustração, abrangendo todos os estabelecimentos de educação e ensino, desde a educação pré-escolar até ao 3º ciclo do ensino básico. Igualmente se prevê que as pinturas, fotografias ou desenhos premiados sejam integrados numa brochura sobre os direitos da criança, a ser amplamente divulgada.
Assim, os direitos pessoais da criança à identidade, à igualdade de oportunidades, ao respeito e à diferença, bem como os seus direitos civis, económicos e culturais, a saúde, a segurança social, a educação e a cultura, definidos nos dez artigos que compõem a Declaração, serão os motivos inspiradores da interpretação que cada grupo de crianças e alunos, com o apoio de um/a educador/a ou professor/a responsável, lhes entenda dar.
A realização destes trabalhos permite que, em cada comunidade educativa, educadores, docentes, alunos e também os pais e encarregados de educação possam desenvolver uma reflexão e boas práticas sobre os direitos da criança. Na verdade, é preciso conhecer bem esses direitos para que eles possam ser protegidos, reclamados e respeitados na vida quotidiana, tanto no plano pessoal, como familiar, escolar ou social. O conhecimento e o reconhecimento desses direitos despertarão, naturalmente, nas crianças e nos jovens, a consciência dos seus deveres e a responsabilidade para com as outras crianças e os outros jovens, os adultos, a comunidade e o ambiente que os cerca.
No regulamento em anexo estão definidas as condições de participação no concurso e os prazos de entrega e de apreciação dos trabalhos, os critérios de avaliação e os prémios a atribuir.
O concurso decorrerá entre os dias 3 de Novembro, abertura do concurso, e 2 de Março, data em que a lista de premiados será publicada.
O Ministério da Educação e a Fundação Pro Dignitate apelam para que cada comunidade escolar promova a dinamização desta iniciativa, mobilizadora de uma cultura de respeito, solidariedade e cidadania activa e responsável.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Campanha angaria brinquedos para crianças com deficiência
A responsável adiantou que a adaptação dos brinquedos vai ser feita por um grupo de alunos e professores voluntários do departamento de Engenharia Electrotécnica do Politécnico de Leiria.
«O trabalho consiste em adaptar o circuito de alimentação de cada brinquedo para poder ser usado com um interruptor externo que acciona o seu funcionamento», afirmou Célia Sousa.
A coordenadora esclareceu que, «depois de adaptados às necessidades de cada um, o objectivo será realizar a oferta dos brinquedos a diferentes instituições, com crianças com necessidades especiais».
Segundo Célia Sousa, os brinquedos adaptados destinam-se a «crianças essencialmente com deficiências motoras, que estão em cadeira de rodas e que não se podem deslocar para brincar com um brinquedo como qualquer criança».
«Também podem ser crianças com autismo, que precisam de ter alguns momentos de atenção», esclareceu a responsável, adiantando que igualmente crianças multi-deficientes estão no grupo de pessoas a que se destinam estes brinquedos.
«É essencial permitir às crianças portadoras de deficiência o acesso a brinquedos que lhes possibilitem gozar da actividade lúdica e situações de brincadeira com outras crianças que favorecem a sua integração na sociedade», defendeu Célia Sousa.
A campanha Mil brinquedos por mil sorrisos sucede a uma outra - Um brinquedo por um sorriso - que culminou, em Fevereiro deste ano, com a entrega de duas centenas de brinquedos a 20 instituições, incluindo estabelecimentos de ensino da região de Leiria.
A coordenadora do CRID adiantou que o objectivo da nova campanha é chegar aos mil brinquedos até ao Natal e alargar a sua distribuição a todo o distrito.
«Se tivermos mil brinquedos, podemos inclusivamente distribui-los por outros locais do país para os quais temos sido solicitados», declarou Célia Sousa.
Os brinquedos podem ser entregues no CRID, sediado na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, e a partir de dia 28 na Aldeia de Natal, que vai decorrer na cidade de Leiria.