quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Fenprof marca nova manifestação para 8 de Novembro

Os professores regressam às acções de luta a 8 de Novembro, com uma manifestação nacional de protesto em Lisboa contra as políticas educativas e o ambiente vivido nas escolas, anunciaram hoje sindicatos do sector.
Em conferência de Imprensa promovida pela Plataforma Sindical dos Professores, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, anunciou a convocação de uma manifestação que será "um momento de partida para reiniciar a luta no período 2008/2009".
"Oito meses depois da manifestação de 8 de Março, os professores vão voltar à rua contra as políticas educativas do Ministério da Educação e contra o clima muito complicado e de sufoco que se vive nas escolas", afirmou Mário Nogueira. Actualmente, decorrem negociações entre a tutela e os sindicatos representativos dos professores, para alterar o diploma que rege o concurso de colocação de docentes, que termina a 30 de Outubro. Caso seja accionada a negociação suplementar, haverá mais duas reuniões, sendo que a segunda decorrerá, segundo os sindicatos, por volta de 10 de Novembro.
Mário Nogueira sublinhou que a manifestação convocada "não será comparável à de Março", que mobilizou cerca de 100 mil professores, porque não é esse o objectivo. A 8 de Novembro, os manifestantes vão concentrar-se no alto do Parque Eduardo VII, em Lisboa, e percorrerão o caminho até ao Ministério da Educação, na avenida 05 de Outubro. O sindicalista precisou ter sido muito importante escolher uma data que permitisse "expressar o descontentamento da classe", mas "também intervir caso o ME não tenha acatado as propostas apresentadas".
Mário Nogueira adiantou também que o Ministério da Educação aceitou a proposta de realizar uma "reunião tripartida com os sindicatos e o Conselho Cientifico de Avaliação dos Professores" para fazer um "balanço rigoroso do que se passa nas escolas". "Tem que perceber-se se a avaliação de desempenho está a por em causa o desempenho e a afectar o funcionamento normal das escolas. Se estiver, têm que ser tomadas medidas, que podem ir da simplificação à suspensão", frisou.
O porta-voz aproveitou ainda para se desmarcar da manifestação marcada para 15 de Novembro por vários movimentos cívicos de professores, em Lisboa: "É uma iniciativa que, pela forma como está a ser organizada e promovida, demonstra um tom anti-sindical", afirmou. "As manifestações e lutas devem sempre ajudar a unir e servir para construir. Os sindicatos já voltaram a construir essa unidade para os professores, pelo que apelamos que todos os movimentos se juntem à manifestação de 08 de Novembro".
Para Mário Nogueira, isto deve acontecer "sem qualquer sectarismo, sem qualquer exclusão e divisão", uma vez que nada se ganha a fragilizar os sindicatos: "Não há nada que se construa e não há unidade que exista sem sindicatos", frisou.
Comentário:
Perante a convocação de uma manifestação para o dia 15 de Novembro, a Fenprof antecipa-se marcando uma para o dia 8, afirmando que a primeira é encarada como um movimento anti-sindical. Não será a manifestação do dia 8 anti-movimentos cívicos de professores? Não seria mais sensato aproveitar esta onda de conjugação de esforços dos professores, e os sindicatos apoiarem-na, colaborando, incentivando à luta? Não contribuiriam, desta forma, para fortalecer a união da classe docente?
Ou, pelo contrário, querem colaborar com o ME, dando uma imagem de fragilidade do corpo docente? Alguém tem dúvidas do descontentamento dos docentes com a actividade sindical actual? Os factos confirmam-no! Alguns membros de direcções sindicais já manifestaram publicamente o descontentamento com o acordo celebrado pela plataforma sindical e a adesão à manifestação marcada para o dia 15!
Vamos aguardar pelascenas dos próximos dias...

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