Cientistas britânicos desenvolveram um teste universal para despistagem de quase todas as doenças genéticas em embriões. O teste MoT, que custará qualquer coisa como 1500 libras (1885 euros) deverá estar disponível no ano que vem, noticiou hoje o jornal "The Times".
Hoje, casais que sejam portadores de genes que podem estar na origem de doenças congénitas podem optar pela fertilização in vitro, para implantar no útero da mãe um embrião saudável. Para isso, os médicos retiram uma única célula ao embrião, quando este está no início do desenvolvimento, e não é mais que uma microscópica bolinha de células, e lêem os seus genes.
O novo teste, diz o "Times", vai aumentar em muito o leque de doenças que podem ser despistadas, e mais rapidamente. Hoje em dia há testes para 350 das doenças de origem genéticos, como a coreia de Huntington, a fibrose quística ou até a doença dos pezinhos. O cientista responsável pelo desenvolvimento deste novo teste é Alan Handyside, que desenvolveu nos anos 80 esta técnica do diagnóstico pré-implantatório.
O próximo passo, diz o diário britânico, será a apresentação de um pedido de autorização à Autoridade para a Fertilização e Embriologia Humana no Reino Unido para poder utilizar esta técnica. A notícia surge, no entanto, num momento algo conturbado no Reino Unido relativamente à manipulação de embriões humanos. A Câmara dos Comuns aprovou esta semana legislação que permitirá criar embriões híbridos, isto é, criados com recurso a um ovócito animal e uma célula humana, através do processo da clonagem terapêutica. O objectivo é ter mais matéria-prima para fazer experiências que conduzam a novos tratamentos para doenças — já que os ovócitos humanos são um bem escasso.
A lei há-de ser votada ainda na Câmara dos Lordes. O primeiro-ministro Gordon Brown, cujo filho mais velho sofre de fibrose quística (que é incurável, leva à morte numa idade jovem, e pode beneficiar com este tipo de investigação), votou favoravelmente esta lei.
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