segunda-feira, 30 de abril de 2012

Melhorar as Diferentes Equidades nas Nossas Escolas

Temos seguido com muito interesse as discussões que se têm desenvolvido a propósito da reforma da Educação Especial. Só para relembrar, enviamos ao Governo um memorando em Setembro de 2011, tivemos uma entrevista com a Secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário em Outubro, apresentamos as nossas posições numa reunião da mesma Secretaria de Estado em Novembro e estivemos presentes nas diversas iniciativas do grupo de trabalho de “Educação Especial da Comissão Parlamentar de Educação, Cultura e Ciência da Assembleia da República”.

Podemos assim dizer que as nossas posições são bastante bem conhecidas e temos o sentimento de ter contribuído com transparência e lealdade para que o sistema de apoio a alunos com dificuldades seja melhorado nas nossas escolas. Não iremos repisar o que o Governo, a Assembleia da República e os nossos amigos e associados já conhecem sobre as nossas posições. Agora é certamente o tempo de agir e de concretizar na legislação e no terreno mudanças que o poder executivo quis ouvir.

Esperamos que as mudanças venham globalmente em três direções:
1) Antes de mais criando um sistema mais eficaz de apoio a percursos diferentes da escola. A questão é como se criam estes percursos diferentes sem partir de pressupostos de exclusão ou de “educação separada”. Precisamos de ter estruturas nas escolas que, precoce e eficazmente, apoiem os alunos que mostrem dificuldades. A questão não é de aumentar a Educação Especial. Quem imagina que vemos a questão do apoio como um simples “engordar” do número de professores e serviços de Educação Especial, não entendeu certamente o que é “equidade”. Sabemos que numerosas situações os professores de Educação Especial são insuficientes e há mesmo escolas que não dispõem de qualquer professor de Educação Especial. Mas o que falamos é da necessidade de se criar um serviço que assegure a equidade através por exemplo de um departamento de equidade e inclusão que assegure o apoio aos professores para garantir os diferentes percursos escolares.

2) Precisamos de estruturas de coordenação a nível distrital que mapeiem os recursos, que concebam localmente e de forma integrada os recursos, as formações e os apoios que permitam identificar e avaliar de forma situada as práticas de pré-escolarização, escolarização e transição para a vida pós-escolar. A criação de estruturas de coordenação distrital seria, quando adequadamente concebida, uma medida que aumentaria a gama de recursos (ao que se pode recorrer…) disponíveis.

3) Esperamos uma maior transparência na governação deste setor. Lembro, a este respeito, o “Code of Practice” em vigor no Reino Unido em que os procedimentos de acompanhamento do aluno com dificuldades são claramente apresentados, discutidos e comentados. Maior transparência significa que as soluções sejam menos “casuísticas” e se integrem em modelos de decisão bem estabelecidos. Precisamos de melhores e mais atualizadas estatísticas sobre o sistema de Educação Especial e de uma avaliação sobre o funcionamento do sistema que seja independente, abrangente e credível.

Vão maus os ventos para mudanças positivas na Educação. O garrote financeiro não dá mostras de abrandar nos próximos anos e assim há fundados receios que as mudanças se materializem em cortes, diminuições e restrições. Na verdade, não é isso que nos têm prometido as entidades com responsabilidade política. E isso alimenta a nossa ténue esperança que possamos continuar a melhorar as diferentes equidades nas nossas escolas.

David Rodrigues
Presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial

In: Editorial da 2ª newsletter de abril da ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DOCENTES DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

Os horários escolares em Portugal

Portugal está entre os países da União Europeia onde os alunos, do 1.º ciclo ao secundário, mais horas passam nas aulas todos os anos letivos. É pelo menos o que diz um balanço sobre esta matéria divulgado pela rede educativa europeia Eurydice.

Este número está longe de se refletir nos resultados alcançados pelos alunos portugueses, que, apesar dos progressos assinaláveis dos últimos anos, continuam distantes dos melhores, como a Finlândia, que por sinal aplica uma carga horária bem mais modesta aos seus estudantes dos vários ciclos letivos.

O porquê deste aparente contrassenso varia em função do interlocutor. Para o Ministério da Educação e Ciência, o principal problema nacional é a "dispersão curricular" em que o País é "campeão" a nível europeu. Por isso mesmo, diz o ministério, foi decidido rever os currículos, reforçando as áreas "nucleares" e cortando no supérfluo.

Mas pais e professores têm visões diferentes. Para quem tem a responsabilidade de ensinar, de pouco servirá mexer nos currículos enquanto as disciplinas continuarem a ter programas gigantescos, carregados de matéria.

Já os pais associam as mexidas nos currículos sobretudo a objetivos de poupança: a demografia indica que, no futuro próximo, teremos cada vez menos alunos. Por isso, para quem governa, faz sentido começar já a cortar nos professores. O problema, defendem, é que a aposta deveria estar a ser feita na qualidade e exigência da formação destes e não em mais ou menos horas desta ou daquela disciplina.

Manda o bom senso que se ouça quem sabe. E os professores, estando no terreno, terão a autoridade necessária para se pronunciarem sobre esta matéria. A verdade é que, parece evidente, para se obterem ganhos de eficiência em matéria escolar é necessário reduzir a carga horária em vez de a aumentar. Mas para que tal seja possível, é obrigatório rever os tais programas que, de tão extensos, não cabem num ano letivo, por maior que seja a carga horária.

Editorial do DN

sábado, 28 de abril de 2012

Governo cria nova avaliação de incapacidades de pessoas portadoras de deficiência

O Ministério da Saúde vai criar uma comissão para a elaboração de uma tabela de avaliação de incapacidades que não se restrinja a doenças profissionais, seguindo assim a recomendação feita pelo Provedor de Justiça em fevereiro.
Alfredo José de Sousa pediu aos ministérios da Saúde e da Solidariedade que criassem uma nova tabela de avaliação de incapacidades, defendendo que a atual é desadequada, porque foi criada para medir deficiências decorrentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais.
Em resposta ao Provedor, e de acordo com informação da Provedoria da Justiça, o ministro da Saúde reconheceu que é necessário adotar "uma regulamentação específica para a avaliação da incapacidade das pessoas portadoras de deficiência" e informou que está a ser constituída uma comissão que irá elaborar uma Tabela Nacional de Incapacidades (TNI) que não se restrinja a doenças profissionais e acidentes de trabalho.
Já no que diz respeito à avaliação da incapacidade dos doentes crónicos, a informação do Ministério da Saúde é de que já está constituído um grupo de trabalho que "elaborou uma proposta de grelha de medição da funcionalidade de portadores das doenças crónicas mais frequentes".
"Neste momento, esta grelha está a ser avaliada, por amostragem, para a população portuguesa, pelo que, terminado esse momento de avaliação, a proposta estará em condições de ser aprovada", diz o Ministério.
Alfredo José de Sousa entende, por isso, "que já estão a ser adotadas as providências necessárias, ou seja a serem criadas tabelas próprias para a avaliação das pessoas portadoras de deficiência e das portadoras de doenças crónicas".
As sugestões do Provedor de Justiça aos ministérios da Saúde e da Solidariedade e Segurança Social surgiram depois de Alfredo José de Sousa ter estudado o regime de avaliação de incapacidades das pessoas com deficiência para efeitos de acesso a medidas e benefícios estabelecidos na lei e ter chegado à conclusão que a Tabela Nacional de Incapacidades por Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais "não é o instrumento adequado para a avaliação das pessoas com deficiência".

Comentário:
Seria bom que se estendesse ao setor da educação, designadamente, que servisse de apoio às avaliações especializadas.

Quarenta anos de luz falada para quem vive na escuridão

Bruno, deficiente visual, utente e, em simultâneo, estagiário na Biblioteca Sonora, que nasceu como inovação nacional no seio da Biblioteca Pública Municipal do Porto, diz como um serviço destes pode iluminar quem se viu atirado para a escuridão: "O Braille é que alfabetiza, mas é mais fácil de aprender pelos cegos de nascença. Os cegos tardios, que têm mais dificuldades, ao nível do tato, para distinguir os pontos, optam pelo audiolivro ou pela informática".
Fundada em Março de 1972 - ainda está patente, no claustro da biblioteca, a exposição comemorativa -, a Biblioteca Sonora atravessa um momento de viragem, com a implementação do fundo digital, descarregável pela Internet, o que lhe permite alargar fronteiras geográficas (o mundo é o limite) que já anteriormente eram distantes, graças ao envio postal de livros gravados em suportes materiais, da vetusta cassete ao já entradote CD.
Exclusivamente destinada a cidadãos portadores de deficiência visual documentada, a Biblioteca Sonora é encarada por Carla Fonseca, responsável municipal pelo serviço de bibliotecas, como vertente importante da "coesão social" (uma bandeira política de Rui Rio), "preocupação que já existia há 40 anos e continua a ser uma aposta da Câmara do Porto".
Falamos num fundo com cerca de "seis mil títulos, correspondentes a 60 mil horas de gravação. No caso da biblioteca digital (formato MP3), estão disponíveis em linha 500 títulos (2500 horas de gravação). Originalmente, as leituras eram asseguradas por profissionais (radialistas, atores...) pagos, mas a prestação graciosa do trabalho foi-se implementando gradualmente até atingir a totalidade: hoje, a Biblioteca Sonora é o serviço com mais voluntários (27) do município.
Seja como for, o processo de gravação e disponibilização de uma obra é moroso (exiguidade de meios, pós-produção...), pelo que não pode gravar-se tudo e mais alguma coisa. "O primeiro critério é a demanda dos utentes, e só esse quase nos aloca todos os recursos", diz Júlio Costa, coordenador do serviço.
A ficção, a poesia ou o ensaio são os géneros mais requisitados, mas a função da biblioteca não se esgota aí, sendo gravados livros técnicos e manuais escolares, cheios de esquemas que a arte da audiodescrição torna inteligíveis.
Pedro Olavo Simões

O texto original contém vídeo demonstrativo.



sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quando a música se torna verdadeiramente inclusiva

Divulgo esta informação recebida por correio eletrónico, sem pretender de algum modo fazer publicidade à marca, mas apenas divulgar o produto numa perspetiva de intervenção junto de crianças e jovens com necessidades educativas especiais.

O Skoog… o novo instrumento musical que promete tornar a música (a sério) acessível a todos, duma forma simples e eficaz. O Skoog é já utilizado em contextos de ensino formal de música, mas também em sessões de musicoterapia e, claro, como forma livre de expressão individual! Deixo-vos o texto de divulgação. Caso tenham alguma questão, não hesitem em contactar-nos.

O SKOOG, o novo “instrumento musical” que permite a qualquer utilizador fazer música, possibilitando que se expresse interagindo com uma plataforma inovadora, tecnologicamente avançada, mas extremamente simples e intuitiva de utilizar. Com o Skoog a destreza motora (segurar, dedilhar…) deixa de ser um fator determinante na expressão da música que há dentro de cada um de nós! O Skoog permite criar uma experiência musical muito próxima da real, com 12 instrumentos distintos, de cordas, sopro e percussão. De seguida irão encontrar alguns dos materiais de divulgação que vos ajudarão a descobrir o potencial do Skoog. Caso surjam questões, não hesitem em contactar-nos!

· Skoog no facebook (em português):
https://www.facebook.com/skoog.pt


· Vídeo de apresentação do Skoog:
http://www.youtube.com/watch?v=K9j0rtXl6aM







pimpumplay | viver a brincar, viver a aprender
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Relatório final dos contributos para a Revisão da Estrutura Curricular

Da análise efetuada, ainda que de forma transversal, devido à extensão do documento, registam-se apenas duas referências aos alunos com necessidades educativas especiais. Aparentemente parece muito pouco podendo corresponder à pouca valorização atribuída a estes alunos e ao processo de inclusão.
Os contributos, inseridos na página 30, referem:
- A criação de um novo modelo de inclusão dos alunos com NEE, que vá ao encontro das suas necessidades reais e que lhes permita desenvolver capacidades facilitadoras da integração na vida futura.
- A criação de cursos de formação profissionalizante para alunos com NEE no ensino secundário.
Para aceder ao documento, aqui.

Recomendações da Assembleia da República: acesso ao pequeno-almoço e a uma refeição matinal

O Diário da República contém duas recomendações da Assembleia da República ao Governo que pondere a criação de instrumentos que garantam o acesso ao pequeno-almoço aos alunos mais carenciados do ensino obrigatório (Resolução da Assembleia da República n.º 56/2012) e a criação de mecanismos que garantam o acesso a uma refeição matinal aos alunos cuja situação de carência lhes impede o acesso em casa (Resolução da Assembleia da República n.º 57/2012).

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Fenprof defende alteração de lei que contribui para “segregação”

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) defendeu na Assembleia da República alterações à lei que regula a Educação Especial, que considera contribuir para a “segregação” e elevadas taxas de abandono e insucesso. 

Em declarações à agência Lusa após uma audição no grupo de trabalho da Educação Especial da Comissão Parlamentar de Educação, a sindicalista Ana Simões afirmou que a Fenprof defende “alterações para o seu melhoramento ou mesmo a revogação” do decreto-lei 3/2008.

A Fenprof considera que a atual lei teve motivos “economicistas” por trás da sua aplicação, desde logo porque significou que “três mil professores foram afastados da Educação Especial” e “mais de vinte mil alunos deixaram de ter educação especial”.

“Isto representou um recuo da educação inclusiva, considerou Ana Simões, indicando que se passou a aplicar obrigatoriamente a Classificação Internacional de Funcionalidade, Capacidade e Saúde para determinar que alunos têm direito à Educação Especial.

Assim, os alunos cegos, surdos ou com deficiências mentais profundas, como o autismo ou a trissomia 21 podem entrar na Educação Especial e ser apoiados, enquanto as deficiências mentais ligeiras e as dificuldades de aprendizagem ficam agora de fora.

Ana Simões salientou que muitos alunos cegos ou surdos nem sequer têm necessidades educativas especiais, apenas necessitam de meios adequados, como recurso a materiais em Braille ou língua gestual.

Por outro lado, a criação de “escolas de referência” a nível distrital ou regional significou que muitos alunos têm que se deslocar por vezes centenas de quilómetros para ter a educação de que necessitam.

“No caso do Porto, há uma escola de referência que serve os distritos à volta e recebe até crianças de Bragança. Muitas vezes, os pais não têm recursos para os pôr nessas escolas e o Ministério da Educação diz que não pode garantir que tenham acesso” à educação especial em outros estabelecimentos de ensino.

Isto, indicou Ana Simões, significa “taxas elevadas de insucesso e abandono”, lamenta a Fenprof.

O nascimento de um bebé com deficiência

O nascimento de um bebê desperta nos pais grandes trocas emocionais, fantasias, expectativas, sonhos. Quando um bebê nasce com algum tipo de deficiência, os pais apresentam imediatamente uma dificuldade de se identificarem com seu bebê, que antes estava idealizado em uma fantasia, estava nos seus pensamentos antes mesmo dele nascer.

Consideramos também que este bebê carrega uma continuidade dos pais, reflete seu futuro, desejos, representa os próprios valores e a maneira pela qual estabelecerão o vinculo afetivo com ele.

A partir da notícia de que o bebê tem uma deficiência como a síndrome de Down, ou qualquer alteração inesperada, os pais se veem profundamente afetados emocionalmente em seu aspecto narcisista. É um momento de luto, do bebê que foi imaginado, para o real.

Esse processo é relativamente longo e variável para cada casal para recuperarem-se, adequando-se às características do recém nascido.

Na realidade, não é somente a questão do diagnóstico que paralisa os pais, mas os sentimentos intensos relacionados ao atual bebê. Produz-se uma ruptura das fantasias sonhadas, com o vínculo que se havia estabelecido previamente, há um conflito entre sentimentos de perda do bebê desejado e a aceitação do bebê real.

A elaboração desse conflito depende da vinculação interna do filho ideal para o filho real, com as características dele enquanto sujeito. É um processo de reconstrução, de um novo lugar interno para esse bebê ser acolhido.

Os pais precisarão pensar em seu bebê que crescerá com uma personalidade própria, com um ritmo de desenvolvimento determinado, com um futuro de possibilidades diversas, com suas singularidades e também parecidas e pertencentes àquela família, mesmo com síndrome de Down.

No momento da noticia é importante que se oriente os pais a não deixarem de ter esperanças e manterem um projeto de vida para seu bebê, talvez um outro projeto de vida, mas que não se perca nunca. Portanto, permitir-se construir novas fantasias e esperar outras gratificações desse bebê que não era o imaginado, desejado e sonhado seria um bom começo.

Quando se trata de um bebê com síndrome de Down, com algum transtorno no desenvolvimento, o conceito de deficiência envolverá diretamente a identidade do recém nascido. Por isso, é necessário que os pais possam ser acolhidos para poderem iniciar um vinculo afetivo como qualquer bebê necessita. Um bebê com qualquer deficiência precisa que os pais, o amem, o toquem, brinquem com ele, falem, estimulem, mas tudo isso, inicialmente, é muito sofrido e difícil para os pais.

O nascimento de um bebê com deficiência gera muita angústia e constitui-se a origem de reações psicológicas complexas que variam, segundo o tipo de déficit da patologia, dos fatores que causaram e da personalidade dos pais.

A partir do comunicado do diagnóstico aos pais, os mesmos atravessam por diferentes etapas emocionais, já descritas na literatura especializada, que poderíamos resumir em: estado de choque, negação da situação, decepção, intensa tristeza e elaboração do luto.

Quando os pais conseguem um equilíbrio dos sentimentos finalmente conseguem organizar-se e ocupar-se dos cuidados necessários com seu bebê. Aparece a esperança, a força em continuar sua vida familiar em função das necessidades reais do novo bebê.

Oferecer aos pais apoio emocional, acolhimento, informações será importante para que os pais possam interagir vincularmente com seu bebê, aprendendo a observá-lo, descobrindo suas reações, necessidades e oferecendo respostas e atitudes adequadas sem superproteger ou rejeitá-lo. Cada bebê tem reações diferentes, capacidades, potencialidades e a evolução de cada um também é única, os pais precisarão ser compreendidos emocionalmente para poderem perceber a evolução de seu bebê e recuperarem seu bem estar.

Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga, Psicopedagoga e Consultora de Educação Inclusiva

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Invisuais e surdos já podem ler conteúdos electrónicos

A Universidade das Artes de Berlim (Alemanha) desenvolveu uma luva sensorial, a Mobile Lorm Glove, para pessoas com problemas de audição ou visão poderem ter acesso às novas tecnologias, tal como qualquer outro utilizador – ler, escrever, e desfrutar de conteúdos eletrónicos.


A tecnologia está dotada de sensores na palma e os dados são enviados da luva para o dispositivo portátil (tablet ou smartphone) através de Bluetooth, ou seja, o utilizador recebe uma mensagem quando os motores de vibração na parte superior da mão emitirem um sinal que será possível de ler através de padrões táteis.

A luva traduz o alfabeto tocando no texto com a “Lorm”, um meio de comunicação usado tanto por invisuais como por quem é privado de audição em alguns países da Europa e dos Estados Unidos.

A Mobile Lorm Glove fornece duas vias de comunicação inovadoras para surdos e invisuais: permite-lhes troca de informação à distância (enviar mensagens de texto, e-mails, etc.) e ainda a comunicação paralela, que é especialmente útil na escola e outros contextos de aprendizagem. Pessoas que tenham estas incapacidades poderão igualmente aceder a livros electrónicos e aplicações de tradução em simultâneo.

No entanto, a tecnologia ainda não está pronta para ser comercializada. A universidade propõe-se ainda a preparar uma aplicação de entrada e saída de voz.
In: Ciência Hoje

terça-feira, 24 de abril de 2012

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência


Fórum INR 2012

Tema: A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Local: Auditório da Junta de Freguesia de Ramalde, Porto
Data: 26 de abril de 2012
Horas: das 15h00 às 17h30

Este Fórum terá como dinamizador o Dr.º José Madeira Serôdio, Presidente do Conselho Directivo do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P..

A entrada é livre.

Está assegurado serviço de intérpretes de Língua Gestual Portuguesa.

Contactos:
Dr. Adalberto Fernandes
Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P.
Avenida Conde de Valbom, nº 63 1069-178 Lisboa
Tel: 21 792 95 00
Fax: 21 792 95 96
Sítio web: http://www.inr.pt

Menina sem mãos vence concurso de caligrafia

Uma menina de sete anos, que nasceu sem as duas mãos, venceu a categoria do Concurso Nacional de Caligrafia dos EUA dirigida as pessoas com deficiência. Como prémio, Annie Clark, de Pittsburg, recebeu um troféu e mil dólares (cerca de 770 euros).

Esta categoria especial do Concurso Anual de Caligrafia dos Estados Unidos - que já vai na 21 edição - foi inaugurada este ano, em homenagem ao estudante Maxim Nicholas, que também nasceu sem mãos e usa o antebraço para escrever mas mesmo assim fez questão de participar na edição do concurso de 2011.

A categoria Maxim Nicholas, agora inaugurada com o nome do aluno, está a aberta a alunos com deficiência física, intelectual ou cognitiva. Um outro prémio da recém inaugurada categoria foi atribuído a um estudante de Ohio que tem uma limitação visual.

“A Annie sempre foi muito determinada e muito independente, vestindo-se e comendo sozinha …Ela até anda de bicicleta e faz natação. Ela acha que não há nada que não consiga fazer", disse o pai da criança citado pelo jornal Pittsburgh Post-Gazett.
Annie foi adotada por Tom e Mary Ellen Clark e tem oito irmãos – cinco deles, adotivos. Quatro dos filhos adotivos do casal têm deficiências que afetam as mãos ou os braços. Outras duas meninas têm síndrome de Down.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nota Informativa - EDUCAÇÃO ESPECIAL E TIPO DE CANDIDATO TEIP E AUTONOMIA

Segundo uma nota da Direção-Geral da Administração Escolar, informam-se todos os candidatos, Agrupamentos de Escolas e Escolas Não Agrupadas que nas situações em que a data de conclusão da formação especializada em educação especial é anterior à data de conclusão da qualificação profissional, a data de conclusão da formação especializada, a inserir na aplicação, deve ser igual à data de conclusão da qualificação profissional.


Os Agrupamentos de Escolas e Escolas Não Agrupadas devem validar a data referida anteriormente (igual à da conclusão da qualificação profissional) como data de conclusão da formação especializada.

"A Menina da Amizade" - Trabalho no âmbito do Escola Alerta

O trabalho que segue em baixo foi realizado por um grupo de alunos da EB2,3 Febo Moniz, no âmbito do concurso Escola Alerta, do INR.

Com “A Menina da Amizade” queremos contribuir para a reflexão sobre o que é ser diferente e as dificuldades que se interpõem, as barreiras que existem a todos os níveis. Queremos também que se reflita sobre a aleatoriedade da diferença e sobre a possibilidade de cada um ter uma atitude proactiva na defesa e na adoção de atitudes integradoras. Queremos que cada um possa identificar-se com a Menina da Amizade e assim estender o braço em ajuda de todos, pela amizade sem barreiras podemos tornar o mundo mais colorido!


"Educação Inclusiva:por uma escola sem exclusão"

Um grupo de associados da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial, decidiu participar no desfile comemorativo do 25 de Abril que descerá a Avenida da Liberdade, em Lisboa, levando um cartaz a favor da Educação Inclusiva (“Educação Inclusiva: por uma escola sem exclusão”).
Os associados e amigos que se quiserem juntar a este grupo podem-se encontrar em frente à sede do “Diário de Notícias” – quem desce a avenida à esquerda, logo depois do Marquês de Pombal - pelas 15h00.

domingo, 22 de abril de 2012

A pessoa com “deficiência” durante o Estado Novo

No ano em que se completam 38 anos da “Revolução dos Cravos”, importa recordar que ainda existem significativas áreas temáticas por desbravar em relação ao Estado Novo (1933-1974), por exemplo no que se refere à situação da pessoa “deficiente” durante aquele período. Afinal, que representações veiculava/silenciava o regime português sobre a pessoa considerada “deficiente”? Qual a acção da censura sobre os textos que, de algum modo, se relacionassem com a problemática em causa? Que analogias se poderão (ou não) estabelecer, neste caso concreto, entre Salazar, Mussolini, Hitler ou Franco?

Como escreveu Susana Bastos, em vários momentos do Estado Novo, as pessoas consideradas como tendo “deficiência” chegaram, em certa medida, a ser equiparadas “aos opositores políticos do regime e, por isso, como eles encarcerados”, sem que, no entanto, depois do 25 de Abril se tenham feito as devidas referências a esse facto (Bastos, Susana Pereira. 1997. O Estado Novo e os Seus Vadios. Contribuição para o Estudo das Identidades Marginais e da Sua Repressão. Lisboa: Publicações Dom Quixote p. 375). Também por isso, no mês da “Revolução dos Capitães”, pareceu-nos oportuno partilhar aqui com o leitor (numa versão necessariamente sumária) algumas das reflexões que temos vindo a desenvolver sobre esta temática.

Já lá vão, aproximadamente, 51 anos. Corria o dia 25 de Abril de 1961, em pleno Estado Novo salazarista, quando o jornal O Século tentou publicar uma notícia com o seguinte título – “Trucidada por um comboio uma doente mental”. Consequência: o censor cortou, com o “lápis azul”, a expressão “uma doente mental” e o artigo foi proibido (ANTT – Arquivo de “O Século”, Cortes de Censura, Data: 1961, Janeiro a Março; Cx. 195, M.ºs 247). Seria este corte uma excepção ou faria parte da regra “salazarista” eliminar determinadas notícias que abordassem a questão da “deficiência”? Eis a dúvida que imediatamente nos assolou quando, pela primeira vez, contactámos com a fonte agora citada e que procuraremos dissipar, na medida do possível, ao longo deste texto.

De um modo geral, e pese embora o perigo das sínteses redutoras (a História é multicolor e assaz complexa…), poderemos afirmar que o Estado Novo português preconizou, pelo menos até aos anos 50, um modelo de intervenção perante a pessoa com “deficiência” que passava, grosso modo, pelo seu internamento em instituições. Esta situação integrava-se, afinal, numa estratégia mais ampla de ocultar/silenciar todos os aspectos que, em certa medida, comprometessem a imagem do país (leia-se, da “Situação”), daí a “construção do estatuto marginal do vadio” e seus afins, o que incluía, por exemplo, os “deficientes mentais” (Bastos, 1997, p. 372). Era, afinal, a materialização da célebre “Política do Espírito”…

Susana Bastos menciona que, entre 1933 a 1951, o Estado Novo procurou instaurar o modelo institucional e entre 1952 a 1974 assistiu-se à desestruturação do modelo institucional (sobretudo, do ponto de vista ideológico/conceptual, acrescentado da nossa responsabilidade). A referida investigadora, que estudou o Albergue da Mitra, durante o Estado Novo, destinado pelo regime a internar (e esconder…) os vadios e os seus equiparados, concluiu que, pelo menos até 1951, o albergue “acolhia um número considerável de doentes mentais, mas não lhes proporcionava qualquer vigilância e tratamento psiquiátricos” (Bastos, 1997, p. 216), sendo que, ainda segundo a autora, na época era muito comum a ligação estreita da vadiagem e da mendicidade à alienação mental (bem como o inverso).

No que diz respeito a 1959, Susana Bastos alerta-nos para a admissão de doentes mentais em instituições policiais, sem qualquer preocupação do ponto de vista dos cuidados do foro psiquiátrico” (Bastos, 1997, p. 271). Assim, “encerrando tais personagens em instituições totais, exilando-os do espaço público, o regime, ao mesmo tempo que exorcizava certos medos, escondia as suas imperfeições dos olhos nacionais e de estrangeiros” (Bastos, 1997, p. 59).

Por isso, o corte do “lápis azul” ao artigo que o jornal O Século procurou publicar, no dia 25 de Abril de 1961, não foi uma excepção! Isabel Forte, que estudou a censura salazarista ao Jornal de Notícias, recorda-nos que a expressão “alienação mental” constituía um dos termos que o “lápis azul” se encarregava de eliminar (Forte, Isabel. 2000. A Censura de Salazar no Jornal de Notícias. Coimbra: MinervaCoimbra, p. 83), facto que, naturalmente, acrescentado da nossa responsabilidade, levava os jornalistas e, de um modo mais vasto, todos aqueles que escreviam a pensarem bem antes de o fazerem (prática da autocensura).

Através do nosso contacto com os Arquivos da Censura, afigura-se-nos possível levantar a hipótese segundo a qual a acção dos censores perante os textos analisados seria diferente consoante o tipo de “deficiência” descrita. Só isso justifica, aliás, que no dia 25 de Abril de 1961 o jornal O Século tenha conseguido publicar na íntegra a seguinte notícia: ““Bebeu de mais e vibrou duas facadas num mudo. Sambade, 24 – Devido aos vapores do vinho que ingerira, António Lamas, de 30 anos, casado, jornaleiro, vibrou no mudo Armando Carrega, de 32 anos, solteiro, duas facadas, que lhe produziram graves ferimentos na cabeça. O Armando, que é pessoa inofensiva, foi socorrido por um médico. O agressor é useiro e vezeiro em tais proezas” (ANTT – Arquivo de “O Século”, Cortes de Censura, Data: 1961, Janeiro a Março; Cx. 195, M.ºs 247).

Já no que diz respeito a problemas do foro mental, reforce-se, o “lápis azul” parece ter sido implacável. Para o demonstrar transcrevemos de seguida duas provas de censura, que integram um corpo mais vasto de instruções telefónicas, transmitidas pelos censores ao jornalista Manuel Ramos, entre 1956 e 1966, que trabalhava no Jornal de Notícias: “Louco que em Évora se feriu com uma faca – Cortar; […] Louco desaparecido na Foz do Tua, não dizer em título que se trata de um doido” (Forte, 2000, p. 89). O referido jornalista, em jeito de comentário às instruções citadas anteriormente, deixou-nos a seguinte reflexão: “Loucos não havia. Eram suicídios, loucos e abortos. Nada” (Ramos in Forte, 2000, p. 130).

Como destaca Humberto Rodrigues, durante a guerra colonial (1961-1974), os hospitais militares funcionaram como um refúgio para muitos dos “deficientes” da guerra [recorde-se que, para o Estado Novo “os deficientes eram considerados inválidos – Rodrigues, Humberto Sertório Fonseca (s.d.). Deficientes. http://www.guerracolonial.org/index.php?content=190, p. 2], mas também constituíram “um depósito onde os corpos amputados, os homens em cadeira de rodas ou os cegos tropeçando se mantiveram longe das vistas da sociedade, porque, oficialmente, Portugal não estava em guerra e a sua visibilidade poderia motivar interrogações incómodas para o regime sobre a realidade do que se passava nas frentes de combate”.

Analisar o que se escreveu, mas também o que foi silenciado/censurado, pode, talvez, ajudar-nos a compreender não só a realidade da pessoa com “deficiência” durante o Estado Novo e o próprio regime em si, mas também alguns dos bloqueios que ainda hoje persistem, em relação a esta temática.

Se o nascimento de uma criança “diferente” (leia-se especial) continua a ser associado, na actualidade, a uma multiplicidade de sentimentos (sofrimento, exclusão, revolta…), a verdade é que o contacto com as fontes e a revisão da literatura que temos vindo a desenvolver ajudou-nos a percepcionar algumas das diferenças que, neste caso concreto, existem entre o passado da ditadura e o período posterior à “Revolução dos Cravos”. Eis, afinal, outra das portas que Abril também abriu e que importará continuar, diariamente, a abrir…

Renato Nunes

Retirado do Blog "Educação do Meu Umbigo"

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Estudo abre esperanças na cura da paralisia cerebral

Um novo tratamento ajudou coelhos nascidos com paralisia cerebral a recuperar uma mobilidade normal, o que abre a esperança de um potencial avanço na cura de pessoas com este distúrbio atualmente incurável, de acordo com uma equipa de cientistas dos EUA.


O estudo desenvolvido por Sujatha Kannan e os seus colegas do Instituto Nacional de Saúde Infantil e do Departamento de Perinatologia e Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos foi publicado no jornal científico Science Translational Medicine e recorreu à nanomedicina.

Os cientistas libertaram um medicamento anti-inflamatório diretamente nas partes comprometidas do cérebro dos coelhos através de minúsculas moléculas em cascata, conhecidas como dendrímeros. No quinto dia, os animais, que nasceram com paralisia infantil, movimentavam-se em níveis quase normais.

As crias de coelho tratadas seis horas após o nascimento registaram "uma melhoria dramática na função motora" ao quinto dia, afirmou a autora principal do estudo, que explicou que os testes foram bem-sucedidos porque o método permitiu que o fármaco cruzasse a barreira sangue-cérebro, desativando prontamente a inflamação cerebral.

A médica explicou ainda que a utilização de coelhos como cobaias está relacionada com o facto de, à semelhança do que acontece com os humanos, os seus cérebros se desenvolverem antes e depois do nascimento, enquanto a maioria dos outros animais nascem com as habilidades motoras já formadas.

"Uma vantagem disso é que podemos testar tratamentos e olhar para a melhoria na função motora usando este tipo de modelo animal", esclareceu Kannan.

Uma das causas principais da paralisia cerebral é o nascimento prematuro, mas a doença não costuma ser diagnosticada antes dos dois anos. Consequentemente, "no momento em que fazemos o diagnóstico, há muito pouco que podemos fazer", confessou o Roberto Romero, co-autor do estudo, citado pela AFP.

Apesar de os especialistas admitirem que serão necessários vários anos até que se conheça totalmente esta abordagem, a investigação demonstra que uma intervenção precoce poderá ter a capacidade de inverter os danos cerebrais.

"Este trabalho é importante porque indica que há uma janela no tempo, imediatamente após o nascimento, quando a neuroinflamação pode ser identificada e quando o tratamento com um nanodispositivo pode reverter os efeitos da paralisia cerebral", concluiu o obstetra do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano.

Falar sozinho não tem de ser mau sinal

Falar sozinho não é necessariamente um sinal de que se está a ficar lunático. Quem o diz são psicólogos que estudaram este comportamento em crianças e adultos e verificaram que, em determinadas situações, como procurar um objeto em casa, ou um produto no supermercado, isso ajuda a encontrar mais rapidamente o que se procura, segundo um artigo publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology.

É claro que falar sozinho parece de repente um pouco bizarro. Então porque é que as pessoas o fazem com tanta frequência?

Foi esta a pergunta que os psicólogos norte-americanos Gary Lupyan e Daniel Swingley, respetivamente das universidades de Wisconsin-Madison e da Pensilvânia, se propuseram responder e os resultados das suas investigações acabam por ser um alívio para quem às vezes se surpreende a si próprio nesses preparos.

Nas experiências realizadas pelos dois investigadores, os participantes tinham de procurar determinados produtos num supermercado e numa das situações, deviam dizer alto os nomes desses produtos. Em resultado disso, verificaram os psicólogos, as pessoas conseguiam encontrar mais depressa o que procuravam.

Este comportamento é habitual nas crianças, por exemplo quando têm de desempenhar uma tarefa, e os psicólogos pensam que isso lhes serve para se concentrarem e poderem ser mais eficazes na realização da tarefa. Provavelmente, nos adultos, o princípio é o mesmo.

Declaração de retificação do sistema de avaliação do desempenho docente

A Declaração de Retificação n.º 20/2012 vem proceder a três retificações ao texto do Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de fevereiro, do Ministério da Educação e Ciência, que regulamenta o sistema de avaliação do desempenho do pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Descoberto método para ajudar alunos a ler e escrever

Uma investigadora do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) descobriu algumas fórmulas simples que, ao serem usadas na sala de aula, podem ajudar os alunos com mais dificuldades a aprender a ler e escrever.

A docente universitária Ana Cristina Silva coordenou três investigações com alunos, com dificuldades económico-sociais, que frequentavam o primeiro, segundo e quarto anos de escolaridade.

"A aprendizagem é um processo complexo e temos muitas crianças que enfrentam o insucesso escolar logo no primeiro ciclo. Não nos podemos esquecer que existem crianças que não são acompanhadas em casa pela família e que vão ficando para trás. No entanto, desenvolvemos três estudos de intervenção cientificamente fundamentados que podem prevenir as dificuldades de aprendizagem que vão surgindo", contou à Lusa a professora.

Uma das investigações centrou-se num grupo de meninos, sinalizados como tendo falhas na aprendizagem, a quem foi pedido que descobrissem sozinhos algumas regras ortográficas através da apresentação de grupos de palavras.

Por princípio, num sistema de escrita de base alfabética cada letra deveria representar um som. No entanto, no português, essa regularidade encontra-se poucas vezes. Por exemplo, as letras "m" e do "n" podem ler-se da mesma maneira (como em "campo" e "canto") e para quem está a aprender esta pode ser uma regra difícil de perceber.

Os investigadores davam às crianças grupos de palavras e pediam-lhes que descobrissem as parecenças. No final, quando comparado o grupo a quem era exigido que descobrissem as regras com o grupo a quem simplesmente eram ensinadas as normas, percebeu-se que os primeiros estavam mais aptos a escrever e "davam muito menos erros", revelou Ana Cristina Silva.

Com os alunos do quarto ano, a equipa de investigadores de ISPA tentou perceber se havia alguma forma de conseguir com um método simples que eles conseguissem melhorar a escrita, nomeadamente as suas composições.

Assim, a um dos grupos foi entregue várias grelhas com regras que as crianças tinham que seguir quando realizavam os trabalhos enquanto um outro grupo mantinha o ensino normal. No final, Ana Cristina Silva diz que os meninos que tinham o apoio das grelhas escreviam muito melhor e conseguiam, durante a revisão do trabalho, corrigir algumas das suas próprias falhas.

"Estes são métodos de ensino sem custos para as escolas e que iriam permitir que as crianças com mais dificuldade conseguissem ter melhores resultados, mas a verdade é que não são aplicados nas escolas", lamentou a doutorada em Psicologia da Educação.

A docente universitária criticou ainda alguns projetos do Ministério da Educação, como o aumento de alunos por sala de aula, que considera perigoso, uma vez que poderá agravar a qualidade do ensino dos meninos com mais dificuldades, já que "os professores passam a ter ainda mais dificuldade de os conseguir acompanhar".

Os projetos da investigadora são apresentados hoje no ISPA durante a conferência "É possível aprender a ler e a escrever com sucesso".

Lei Tutelar Educativa não é cumprida

O prazo legal de três meses para a conclusão de inquérito tutelar educativo não está a ser cumprido.

Celso Manata, coordenador dos procuradores do Ministério Público junto do Tribunal de Família e Menores de Lisboa, revelou ontem que o prazo legal de três meses para a conclusão de inquérito tutelar educativo não está a ser cumprido.

"Ouvimos o jovem rapidamente, mas depois precisamos do relatório social, da Direção-geral de Reinserção Social, que devia estar pronto num mês, mas chega a durar um ano, presumo que por falta de recursos humanos", disse o responsável, à margem do seminário ‘Segurança em Ambiente Escolar’, em Lisboa. Estes inquéritos são instaurados no âmbito da Lei Tutelar Educativa, que se aplica a jovens entre 12 e 16 anos que cometam crimes, e não está a ser cumprida. "A demora gera uma sensação de impunidade. É como um filho fazer um disparate e o pai dar-lhe uma palmada passados três dias. Não resulta", ironizou.


V Jornadas do Encantado - Desenvolvimento Infantil: teoria e prática



CURSO DE FORMAÇÃO: V Jornadas do Encantado Desenvolvimento Infantil: teoria e prática



25 HORAS (1 crédito)

ÁREA DE FORMAÇÃO: Sensibilização à Educação Especial

DESTINATÁRIOS: Professores dos Grupos de Recrutamento 100, 110, 910, 920 e 930

DATAS DE REALIZAÇÃO e LOCAL: 4, 5, 19 e 26 de maio de 2012
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

EMOLUMENTO: 80€ até 25 de abril
100€ até o dia do evento

(Nota: nº mínimo de formandos para a execução da ação: 10 formandos)

Ministério de Educação e Ciência cria o programa «O Mundo na Escola»

O Ministério da ducação e Ciência, através da publicação do Despacho n.º 5368/2012, cria o programa "O Mundo na Escola".
O Programa «O Mundo na Escola» tem como finalidade a formação para a cultura e para as várias áreas do saber nas escolas e versará, na sua fase inicial, sobre Ciência e Tecnologia de uma forma que dinamize a aproximação entre a comunidade científica e a comunidade escolar, valorizando os recursos existentes.

Nem demasiado fáceis, nem excessivamente complexos

(...) Com a entrada no terceiro e último período do ano, a azáfama aumenta nas escolas. Os alunos que têm exames no calendário têm de se preparar para uma etapa importante do percurso escolar, os professores lembram e insistem que é preciso estudar. Na preparação para os exames, o EDUCARE.PT recolheu pensamentos de vários professores que esperam que os exames não sejam demasiado fáceis, nem excessivamente complexos e que contenham questões que sirvam para separar o trigo do joio. E nada contra o regresso dos exames no 4.º ano do 1.º ciclo. Bem pelo contrário. 


Paula Canha, professora de Biologia e Geologia da Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, em Odemira, espera que os próximos exames nacionais não sejam demasiado fáceis ou excessivamente difíceis. E gostaria que houvesse um maior cuidado em alguns aspetos, nomeadamente nos critérios de correção para, explica, "não excluir respostas válidas e que correspondem às perguntas, mas não foram contempladas nas possibilidades de resposta pela equipa que elabora os exames". A professora, a quem o Ministério da Educação atribuiu o Prémio Inovação em 2008, gostaria também que as questões não fossem ambíguas e que houvesse uma menor variação no nível de dificuldade dos exames de ano para ano.

"Espero que os exames continuem, na linha do que tem acontecido nos últimos anos, a apelar à capacidade de interpretação do mundo real, integrando nesse processo todos os conhecimentos de uma forma articulada", refere. Nada de testes muito fáceis o que, na sua opinião, "ridicularizaria o sistema educativo, como aconteceu em alguns casos, no passado". Nem demasiado difíceis, embora admita que é desejável incluir algumas questões mais complexas para "evidenciar a excelência da preparação de alguns alunos". Por aquilo que vê, a sensação que tem é que os alunos do 12.º ano preparam-se melhor do que os do 11.º ano. O facto de estarem a dois passos de uma candidatura ao Ensino Superior pode ajudar a explicar essa dedicação. "Na realidade, os alunos estão cada vez menos convencidos que um curso superior seja realmente importante para o seu futuro, dado o elevado desemprego entre os jovens licenciados", comenta. 

Paula Canha concorda com a reintrodução dos exames no 4.º ano do 1.º ciclo que, na sua perspetiva, nunca deveriam ter saído do programa curricular. "Se assim fosse não teríamos alunos no secundário que não sabem ler, escrever e fazer operações matemáticas simples como dividir ou calcular uma percentagem". A docente defende, por outro lado, que as escolas do 1.º ciclo deveriam ser mais apoiadas no que diz respeito aos casos de alunos com problemas graves de competências sociais, deficiências físicas e mentais e problemas cognitivos e emocionais, nomeadamente através de equipas constituídas por psicólogos, assistentes sociais e técnicos formados em ensino especial. 

"Se assim não for, o professor não conseguirá ensinar os alunos a ler ou a fazer operações matemáticas." "Como se exige atenção e trabalho a um aluno com fome ou maltratado ou com graves problemas cognitivos?", questiona. Depois desse apoio então deve-se exigir ao professor do 1.º ciclo que prepare os seus alunos "para um exame rigoroso, exigente e incidindo, pelo menos, sobre os conhecimentos básicos de cálculo e da leitura". 

A professora Ana Paula Carvalho conta que a expectativa generalizada vai no sentido de os próximos exames serem mais difíceis e exigentes, tendo em conta a amostra dos testes intermédios, que confirmam uma maior dificuldade e que se traduzem em resultados não muito animadores. "Estes testes têm incidido mais na vertente do raciocínio e compreensão da leitura do que propriamente na explicitação do conhecimento", repara. "Ora, todos sabemos que aqui residem as maiores deficiências dos nossos alunos, e até o próprio GAVE já tem chegado a essa conclusão quando faz a análise dos exames nacionais", acrescenta. 

O problema, na sua opinião, não reside no aumento do grau de exigência dos exames nacionais, mas sim na forma como os alunos encaram esses testes, acabando por desvalorizar a importância que têm na nota final. "Não estudam, não se aplicam, é o lema do 'deixa andar' e, isso sim, é condicionador de todo o processo de ensino e de aprendizagem". E a experiência mostra que assim é, sobretudo no Ensino Básico, até porque há professores de Língua Portuguesa e de Matemática que se disponibilizam para continuar a trabalhar com os alunos depois do ano letivo terminar, e até à fase dos exames nacionais, mas são poucos os que comparecem as essas aulas. "Não vemos os alunos, pelo menos do Ensino Básico, preparados em preparar-se para os exames." 

"Tenho a firme convicção de que é imperiosa uma mudança radical de atitude e de postura dos alunos face à escola. É urgente a noção de que estudar impõe sacrifício, rigor e persistência e é também urgente a colaboração das famílias, no sentido de encararem a escola como um aliado em todo este processo", refere Ana Paula Carvalho. Concorda com os exames no último ano do 1.º ciclo. "Os alunos devem habituar-se a esta nova realidade de avaliação desde cedo", refere. 

Paula Carqueja, presidente da Associação Nacional de Professores (ANP), garante que os docentes começam a preparar-se para os exames nacionais logo no início do ano letivo. Mas com a aproximação do final do ano, e depois do arranque do 3.º período, a azáfama aumenta nas escolas. "É um frenesim para todo o público escolar, parece que a avaliação é mais rigorosa e as aprendizagens, com o aproximar da data dos exames, tornam-se mais adquiridas e as competências dos alunos mais desenvolvidas, aumenta a responsabilidade", afirma. 

Os exames são importantes e permitem várias leituras. "Poderão estatisticamente servir para aferir com fiabilidade sobre os resultados das aprendizagens dos alunos e, sobretudo, fazer uma avaliação das práticas letivas no sentido de possibilitarem uma reflexão na comunidade educativa sobre os resultados obtidos para obter mais e melhores resultados." E os alunos têm noção da importância dos exames para o seu futuro? Paula Carqueja falou com alguns alunos sobre o assunto e sentiu que eles estão preocupados com os testes porque têm receio da nota e dessa influência na média final. "No entanto, a opinião é generalizada: deve haver exames e eles são importantes." E porquê? "Uns porque consideram que os exames distinguem os melhores alunos positivamente, outros porque com os exames os professores sabem se os alunos estão realmente preparados para mudarem de ano." 

"Os exames são necessários para controlar a escola, o facilitismo de algum professor ou a exigência de outros". A presidente da ANP concorda plenamente com os exames no 4.º ano. "É uma forma de se valorizarem as provas de aferição já existentes. Os alunos já passam por momentos de stress sem 'nenhuma' compensação e com um rigor desmedido para umas provas sem compensação valorativa", sublinha. 

Manuela Sousa é professora do 1.º ciclo e coloca várias questões quando o assunto são os exames nacionais. "O ensino tem sido tão desvalorizado e tão facilitado que falar em exames nacionais pode ser preocupante para todos." Mesmo para todos. Para os alunos que sempre tiveram a vida facilitada e sempre passaram de ano, para os pais que estão habituados a que não haja qualquer chumbo no percurso dos filhos, para os professores que podem ver resultados nas pautas que não correspondam ao trabalho realizado durante o ano letivo. 

"Os resultados podem surtir efeitos tanto positivos como negativos. Dará para os dois lados. E tudo depende de um momento de uma prova. De um momento em que o aluno pode estar demasiado nervoso, adoentado..., e de uma prova que pode ser demasiado difícil ou demasiado fácil - como já aconteceu em provas de aferição." Em seu entender, os alunos ainda não têm a noção da importância dos testes nacionais e prevê que isso só acontecerá quando sentirem na pele ou conhecerem alguém que chumbou devido à nota do exame.
Sara R. Oliveira
In: Educare

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Arranja-me um emprego…

No seio da maioria das famílias portuguesas e na generalidade das instituições escolares os jovens são educados para desenvolverem uma cultura de procura de um emprego. Raramente os filhos e os alunos são incentivados à criação do seu próprio trabalho. Esta aparentemente pequena distinção de cultura organizacional e de posicionamento perante a vida revela-nos, todavia, a grande diferença entre os que se situam num modelo social dos primórdios do século XX e os que se integram na economia de mercado globalizante da sociedade da informação e do conhecimento que caracteriza o século XXI.

Em Portugal, se as escolas e os educadores não cultivarem uma cultura de empreendedorismo, estarão a contribuir significativamente para que os nossos jovens engrossem as fileiras dos inaptos e dos que nem podem ser considerados desempregados, dado que nunca chegaram a ter qualquer atividade produtiva. Revela-se, pois, necessário perceber a grande mudança introduzida na economia pelo avanço das novas tecnologias, pelo desenvolvimento dos mercados virtuais e pela permanente deslocalização das empresas: os jovens terão que ser preparados para identificarem as oportunidades que se lhes deparem, transformando-as em atividades económicas sustentáveis. No entanto, e com poucas e recentes excepções, o estudo das oportunidades não faz parte dos currículos escolares. E essa lacuna não é só da escola. Também os currículos de aprendizagem na família, na rua e nos grupos de pares (os currículos informais e ocultos) raramente abordam este tema. Por isso, nunca é demais sublinhar que preparar os jovens para o emprego, hoje, é deseducar. É não desenvolver neles o protagonismo, a iniciativa, inibindo a sua capacidade de inserção autónoma na sociedade.

Salientemos que nada disto tem a ver com a defesa de uma sociedade ultra liberal, individualista e concorrencial que, infelizmente emerge das políticas dos nossos governantes e que traduzem uma vontade incompreensível de destruição do Estado social que serviu de base a todas as democracias ocidentais. Reclama é uma compreensão de que o mundo é feito de mudança e que a produção de bens e serviços e a inserção profissional dos agentes económicos já nada tem a var com os modelos industriais do pós-guerra.

É então importante a introdução nos planos de estudos das nossas escolas conteúdos e actividades que capacitem os estudantes a desenvolver competências que os conduzam à livre iniciativa, com conhecimento dos meios e dos recursos que a sociedade lhes disponibiliza em apoio aos jovens que quiserem ser empreendedores.

No contexto das exigências da sociedade do conhecimento e da tendência para a globalização dos mercados, essa formação profissionalizante dos estudantes e a construção de uma cultura centrada no empreendedorismo revela-se fundamental para as instituições de ensino que, também elas, queiram ser competitivas nas apertadas teias dos sistemas educativos europeus.

Se a globalização está associada a uma aceleração do tempo e a uma progressiva integração do espaço, então importa que estejamos abertos às exigências dos processos irreversíveis que contaminam os agentes económicos. Aprender a viver com isso é preocupação que deve nortear as decisões estratégicas, das instituições de ensino, já que a questão que se lhes coloca é a de saberem identificar e aproveitar as oportunidades que emergem de uma economia internacional sem fronteiras.

A contemporaneidade exige que os futuros profissionais possuam e demonstrem competências em diversas áreas do saber e do saber fazer, muitas delas pouco tradicionais e geralmente expurgadas dos templos de ciência estática em que se transformaram as nossas escolas. Mudemos então essas escolas para que possam voltar a desempenhar um papel fundamental em todo o processo de formação destes cidadãos que se querem aptos a viverem na sociedade da informação, sabendo assumir-se como líderes audazes das próprias carreiras.

Sabemos que estes novos desafios obrigam a mudanças radicais nas rotinas organizacionais das instituições. Mas sem mudança não há futuro que valha a pena ser vivido.

João Ruivo

ruivo@rvj.pt

Autista "torturado" sete horas com choques elétricos

Um autista de 18 anos foi "torturado" com choques elétricos durante sete horas, numa escola do ensino especial nos EUA. André McCollins foi, ainda, privado de comida e bebida. O vídeo, com imagens que podem ferir os mais sensíveis, chegou agora à opinião pública, após longa batalha jurídica.

André McCollins recusou tirar o casaco ao chegar à Escola do ensino especial Juiz Rotemberg (JRS, na sigla original), em Canton, no estado norte-americano de Massachusets. Em poucos segundos, um funcionário agiu, aplicando um choque elétrico, que caiu no chão, contorcendo-se e gritando de dor.

A recusa em despir o casaco continuou e os choques multiplicaram-se. Uma "tortura", nas palavras da mãe de André McCollins, que durou cerca de sete horas. Longos minutos em que foi recusada ao jovem comida, bebida e até a satisfação de necessidades básicas.
"Uma violação brutal das normas de cuidado", argumentou um dos peritos ouvidos no tribunal, terça-feira, nos EUA. Os médicos citados, a pedido da defesa, consideraram que o jovem poderia ter morrido em consequência dos choques elétricos.
O tratamento a que foi submetido deixou André McCollins, então com 18 anos, incapacitado e em coma, durante três dias, no hospital para onde a mãe o levou quando o foi buscar à escola. Os médicos diagnosticaram-lhe "stress agudo", em razão dos choques elétricos.
Durante o procedimento, André McCollins foi amarrado e enxovalhado, com alguns professores a rir, enquanto o jovem se contorcia de dores. O caso remonta a outubro de 2002, mas o vídeo só agora foi tornado público, após uma longa btalha jurídica, com a escola a opôr-se à divulgação das imagens filmadas pelas câmaras de segurança da JRS.
"Não inscrevi o meu filho na escola para ser torturado, aterrorizado e abusado", disse Cheryl McCollins, a mãe de Andre, citada pelo canal de Bosto Fox25. "Não fazia ideia, nenhuma ideia, que torturavam crianças na escola", desabafou.
Em 2010, a ONU considerou que o tratamento com choques elétricos equivalia a tortura e exortou a administração Obama a acabar com este procedimento, que a escola defende. "É tão ridículo chamar à terapia de aversão da JRC (que é aprovada pelo tribunal, caso a caso) tortura como é considerar o ato de um cirurgião cortar a pele de um paciente com um bisturi um ataque com arma perigosa", justifica a escola, numa resposta escrita enviada ao canal de televisão norte-americano ABC News.
"Se um choque elétrico de de dois segundos numa zona da perna ou do braço pode impedir uma criança com problemas de comportamento de furar os próprios olhos, de arrancar os dentes ou de se deixar morrer de fome, nenhuma pessoa sensível deveria recusar um tratamento tão humano", justifica a JRS. "A alternativa é serem drogados até à insensibilidade, serem amarrados e fechados num hospital mental - o que é, de facto, uma forma de tortura", argumenta a escola.



Alunos com faltas a mais proibidos de ir aos exames

Os alunos do ensino secundário que tenham muitas faltas não vão poder inscrever-se para os exames ou provas de equivalência, que começam em Junho, refere uma portaria publicada esta terça-feira em Diário da República.

Os alunos passam assim a ficar retidos não podendo anular a matrícula para se candidatarem a exame ou a prova de equivalência e tentar concluir o 9º ano, tal como acontecia até ao ano passado, em que os alunos que não tinham aproveitamento a uma ou duas disciplinas podiam candidatar-se a exame.

A primeira fase dos exames decorre de 18 a 26 de Junho e a segunda fase vai de 13 a 18 de Julho.

Infantário num contentor para aproximar ciganos

Em Darque, a escola foi ao encontro das mães e crianças do acampamento cigano e instalou um contentor com duas salas de aula para motivar as famílias a deixarem os menores frequentar o pré-escolar. 


É a materialização do popular ditado, segundo o qual "se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé". Em Darque, o agrupamento escolar instalou, junto às bombas da Galp, à entrada do acampamento, um contentor com duas salas de aula para promover o de-senvolvimento infantil dos mais pequenos e motivar as famílias a deixarem as crianças frequentar o pré-escolar.

Para o agrupamento de Darque, a estrutura - atualmente frequentada por sete crianças e respetivas mães -, apresenta-se como o culminar de trabalho iniciado há perto de cinco anos, em plena comunidade cigana, por Zaida Garcez, educadora recentemente falecida, que proporcionou o primeiro contacto dos mais pequenos com livros e cadernos "junto às barracas, debaixo das árvores, no seio da comunidade".

Apoiada pela Junta de Freguesia, Câmara e centro de saúde local, a proposta surgiu "da necessidade de intervir junto da comunidade cigana, para promover o desenvolvimento infantil das crianças até aos 3 anos", explica a subdiretora do agrupamento, Manuela Seromenho, dando conta de que o contentor foi colocado à entrada do acampamento "para que as famílias possam estar mais próximas, dada a resistência em deixar os filhos sair do seio familiar para a escola".

"Incutir-lhes o gosto"

Mãe do pequeno Leandro, Fátima Robalo, de 24 anos, acanha-se com a pergunta do jornalista e olha para as restantes mães, na maioria muito jovens, em jeito de quem procura consentimento. Quando este lhe é dado, não se inibe de responder e dizer que o tempo que ali passa com o filho "será muito bom para ele, no futuro". Livros, marcadores, jogos e brinquedos espalham-se pela mesa de uma das salas e cativam o olhar dos mais pequenos.

"São materiais que queremos explorar com as crianças e com as mães, para incutir- -lhes o gosto", refere Marisa, a educadora que acompanha as famílias, considerando "diferente" o trabalho por si desempenhado: "Aqui, estamos em contacto permanente com as mães, o que é uma mais-valia". Ao lado, Alexandra, de 23 anos, mãe de uma menina com dois anos e meio, acrescenta: "Se não fosse este espaço, as crianças não saíam do acampamento. Era muito difícil".

Grupo de trabalho sobre as metas de aprendizagem

Pelo Despacho n.º 5306/2012 é criado, na dependência direta do Ministro da Educação e Ciência, um grupo de trabalho de reformulação das Metas Curriculares, o qual tem por missão identificar o conjunto de conhecimentos e capacidades essenciais que o aluno tem de adquirir e desenvolver, por ano de escolaridade ou ciclo, nas diferentes disciplinas dos ensinos básico e secundário.
No quadro da sua missão, são objetivos do grupo de trabalho:
a) Elaborar um documento orientador para os subgrupos de trabalho assegurando que, para cada disciplina e cada etapa, se identifiquem de forma clara:
i) Os conteúdos fundamentais que devem ser ensinados aos alunos;
ii) A ordenação sequencial ou hierárquica dos conteúdos ao longo das várias etapas de escolaridade;
iii) Os conhecimentos e capacidades a adquirir e a desenvolver pelos alunos;
iv) Os padrões/níveis esperados do desempenho dos alunos que permitam avaliar o cumprimento dos objetivos;
b) Avaliar as propostas de reformulação das Metas Curriculares apresentadas pelos subgrupos e de eventual ajustamento parcial dos programas das diferentes disciplinas, assegurando a necessária coerência do currículo nacional.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Workshop "SGS II - Escala de Avaliação das Competências no Desenvolvimento Infantil"

19 Maio 2012 (sábado) - Lisboa (Parque das Nações)

A SGS II – ESCALA DE AVALIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL II (Schedule of Growing Skills II) é um instrumento de rastreio do desenvolvimento das crianças dos 0 aos 5 anos, concebido para ser utilizado por todos os profissionais ligados à promoção da saúde infantil.

Baseada nas sequências do STYCAR de Mary Sheridan, a SGS II reúne os critérios científicos de validade e fidelidade, clínica e científica, exigidos a um instrumento deste tipo. Adicionalmente, apresenta algumas vantagens, quando comparada com outras ferramentas de avaliação no desenvolvimento, designadamente:
Rapidez – a avaliação de uma criança utilizando a SGS II tem uma duração média de 20-25 minutos.
Simplicidade – os itens das diferentes escalas que compõem a SGS II são simples de aplicar e os resultados são de fácil interpretação, quer para os profissionais, quer para os pais das crianças avaliadas.

Adicionalmente, esta edição da SGS II apresenta instruções de aplicação bastante detalhadas e são utilizados materiais de estímulo bastante atrativos para as crianças.
Validade – os estudos de validade que correlacionaram a Escala de Desenvolvimento de Griffiths e a SGS II apresentam coeficientes que variam entre .52 e .96. Estes resultados confirmam que a SGS II constitui uma alternativa bastante válida àquele instrumento, quando se trata de fazer uma avaliação inicial do estado de desenvolvimento da criança.
Tradução Oficial – a versão portuguesa, cujos direitos de comercialização são detidos pela CEGOC, é uma tradução oficial devidamente aprovada pelo editor da prova. A sua utilização permite, não só uma utilização uniforme da prova nas diferentes áreas profissionais ligadas à avaliação do desenvolvimento, como também a partilha de informações entre especialidades.

Objectivo
- Desenvolver competências na aplicação, cotação e interpretação da SGS-II.

Itinerário Pedagógico
1. Apresentação da SGS-II
- Estrutura da Escala
- Materiais
- Áreas de competências
- Utilizações
2. Aplicação da SGS-II
- Condições físicas
- Aspetos a ter em consideração na aplicação dos itens
3. Folha de Registo
Preenchimento e cotação das áreas de competências:
. Controlo Postural Passivo
. Controlo Postural Ativo
. Locomoção
. Manipulação
. Visão
. Audição e Linguagem
. Fala e Linguagem
. Interação Social
. Autonomia Pessoal
4. Folha de Perfil
- Transferência dos dados para a Folha de Perfil
- Interpretação dos resultados

Métodos Pedagógicos
- Exposição teórico-prática
- Apresentação de casos e treino no registo e cotação dos itens

Coordenação Pedagógica
Dra. Magda Machado - Psicóloga
Area Manager – Testes Psicológicos da CEGOC-TEA.

Destinatários
- Técnicos das Equipas de Intervenção Precoce: psicólogos, educadores, terapeutas;
- Médicos de Família e Enfermeiros dos Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiares;
- Outros profissionais com formação académica e/ou experiência profissional na área do desenvolvimento infantil.

Local: Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (Parque das Nações)

Nº de Vagas - 35 (Admissão por Ordem de Chegada das Fichas de Inscrição)

Horário: 10 às 17 horas

Preço de Inscrição : Até 11/05/2012 - € 75 ; Após 11/05/2012 - € 100 

Secretariado
Oficina Didáctica
Rua D. João V, nº 6-B (ao Rato)
1250-090 Lisboa
Tel.: 213 872 458 - Email: info@oficinadidactica.pt