terça-feira, 23 de setembro de 2008

Escola: pais e professores receiam facilitismo

Em declarações à agência Lusa, o dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof) Mário Nogueira disse que a ambição da taxa de 100 por cento é «partilhada por todos», adiantando contudo que a «ministra da Educação tem feito muito pouco para que isso aconteça».
«Para ter esse sucesso, o ministério tem que ter nas escolas professores de educação especial para ajudar os alunos com dificuldades», disse.
Mário Nogueira criticou a redução no número de professores de ensino especial nas escolas, defendendo também a existência de professores devidamente valorizados para se envolverem no combate ao insucesso escolar.
Sucesso tem de corresponder a conhecimentos
Também o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) defendeu uma alteração na cultura das escolas para ajudar os alunos com dificuldades.
«Têm de ser desenvolvidas várias estratégias para ajudar os alunos, logo que começam a apresentar dificuldades», referiu Albino Almeida
O presidente da Confap considera que «a escola tem de fazer o seu trabalho sem facilitismos», adiantando que a «escola pública só será de qualidade quando atingir os seus objectivos», nomeadamente zero por cento de abandono escolar e 100 por cento de sucesso.
O secretário-geral da Federação Nacional de Educação, João Dias da Silva, referiu que é ambição comum que todos os alunos tenham sucesso, seja do 4º, 6º, 9º ou 12º anos, mas desde que esse sucesso corresponda à aquisição de conhecimentos.
«É uma ambição legítima de todos os educadores, mas é preciso que este sucesso corresponda à efectiva aquisição de conhecimentos e competência que são essenciais para o nível de escolaridade que nos reportamos», sublinhou.
«Não interessa um sucesso estatístico e administrativo, é necessário saber se todos reúnem um conjunto de competências e conhecimentos próprios do seu nível de ensino», acrescentou.
«Cá estaremos para dar o braço a torcer»
No mesmo sentido, o presidente da Confederação Nacional Independente de Pais, Joaquim Ribeiro, realçou que a aprovação a 100 por cento é um desejo de todos os pais, mas «desde que não haja facilitismos».
«Duvidamos que isso aconteça de um ano para o outro, mas cá estaremos para dar o braço a torcer e dizer que a ministra da Educação tinha razão», referiu.
Na opinião de Joaquim Ribeiro, a aprovação a 100 por cento «é possível numa escola pública de qualidade e com o envolvimento de toda a comunidade educativa».

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