A taxa de chumbos no ensino básico e secundário atingiu, no ano lectivo 2007/08, o valor mais baixo da última década, com a maior diminuição a registar-se no terceiro ciclo, segundo dados do Ministério da Educação (ME).
A melhoria de resultados verificou-se em todos os níveis de ensino, com os números da retenção a descerem até aos 22,4 por cento no secundário (menos 3,5 pontos percentuais do que no ano anterior) e aos 8,3 por cento no básico (menos 2,5). A maior queda registou-se no nono ano, onde os chumbos caíram 7,5 por cento, ficando-se pelos 14,3.
A diferença pode ser explicada pela diminuição das negativas no exame nacional de Matemática do terceiro ciclo, que baixaram quase 30 pontos percentuais. Na prova que a Associação de Professores de Matemática acusou este ano de ser demasiado fácil, 45 por cento dos alunos tiveram nota negativa, um resultado melhor do que o alcançado em 2006/07, quando 72,2 por cento dos estudantes tiveram o mesmo desempenho.
Mudança de ciclos de ensino implica aumento de chumbos
A análise dos dados permite ainda concluir que a transição entre ciclos de ensino constitui sempre um momento mais delicado para os estudantes, com os chumbos a aumentarem invariavelmente. Do primeiro para o segundo ciclo, por exemplo, a taxa de retenção quase duplica (dos 4,6 por cento no quarto ano para os 8,4 no quinto ano). O mesmo acontece na transição para o terceiro ciclo, quando os chumbos atingem os 17,8 por cento no sétimo ano de escolaridade.
Os números mais negros da retenção verificam-se, no entanto, no ensino secundário, onde mais de um quinto dos estudantes fica retido. Só no 12º ano mais de um em cada três alunos não consegue passar, um valor melhor do que o registado em 2000/01 quando mais de metade chumbava no último ano do antigo liceu.
A melhoria global dos resultados confirma, assim, uma tendência registada desde a década de 1990, altura em que os chumbos chegavam a ser o dobro do que agora, nomeadamente no primeiro ciclo.
Em Março deste ano, o ME divulgou os números relativos ao ano lectivo anterior, que também já representavam uma evolução positiva. Na altura, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues considerou "notável" a diminuição deste indicador, atribuindo-a a medidas como o plano de acção para a Matemática e o Plano Nacional de Leitura.
Comentário:
De facto, os resultados escolares têm melhorado. Volto a questionar: estamos perante uma curva crescente no "sucesso real" ou no "sucesso estatístico"?! Nem sempre os fins justificam os meios!
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