Dez crianças autistas portuguesas vão estrear hoje numa escola em Almada um método norte-americano de Análise Comportamental Aplicada, que lhes dá as ferramentas necessárias para entrarem no ensino regular.
A ABC Real Portuguesa nasceu da procura de respostas de um grupo de pais, que acabaram por as descobrir em Sacramento, no estado norte-americano da Califórnia. Sérgio Baptista, Carlos França, Albertina Marçal e uma equipa de técnicos portugueses visitaram a sede da ABC Real, uma escola percursora na aplicação do método desde 1987, e importaram-na para Portugal.
A preparação intensiva e individualizada durante dois a três anos faz com que 40 por cento das crianças percam as características autistas, explicou à Lusa o presidente da escola 'mãe', Joseph E. Morrow.
A factura de mil euros mensais afastou alguns interessados desta experiência piloto, mas ainda assim este custo fica muito aquém do valor real: a escola norte-americana não cobra pelos seus serviços fora da Califórnia e o Colégio Campo de Flores, onde funcionará a escola, cede gratuitamente uma sala, disse Carlos França.
A primeira escola com este método na Europa continental vai juntar 10 famílias, oriundas de vários pontos do país, tendo uma delas trocado Coimbra pela Sobreda da Caparica. Todas as crianças autistas têm problemas de comunicação e metade não verbaliza. Por isso, o método norte-americano começa por ensinar aos mais novos a pedirem aquilo que querem e necessitam para mais tarde integrá-los no ensino regular.
Dados norte-americanos indicam que em cada 160 crianças que nascem uma sofre de um espectro de autismo.
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