Sessenta por cento dos edifícios em Portugal não são acessíveis a cadeiras de rodas, apesar de a maioria das construções terem apenas um alojamento e serem baixas, notou hoje João Pedro Branco, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
No seminário "O Parque Habitacional e a sua Reabilitação: Retrato e Prospetiva", com base em dados do período entre 2001 e 2011, o responsável referiu-se a uma análise da entrada do edifícios e nos percursos até à entrada dos fogos.
No evento, a decorrer em Lisboa, o responsável notou que a proporção de edifícios clássicos acessíveis apresentou variações significativas: com mais locais acessíveis a todos estavam o Baixo Vouga, o Pinhal Litoral e o Baixo Mondego.
Do lado posto, as regiões com uma menor proporção de edifícios acessíveis eram a Serra da Estrela (20,5%), o Douro (22,4%) e a Beira Interior Norte (24,3%).
Assim, a conclusão é que o parque habitacional nas regiões do litoral Norte e Centro era mais acessível naquele período.
“Menos de metade (39,5%) dos edifícios era acessível a pessoas em cadeira de rodas. Nos edifícios clássicos construídos para possuírem três ou mais alojamentos familiares, a proporção de edifícios acessíveis era de 19,2%”, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Os mesmos dados indicam uma tendência de aumento da proporção de edifícios acessíveis no edificado construído mais recentemente e em melhor estado de conservação.
Na sua apresentação, João Pedro Branco referiu não ter encontrado justificações para a grande percentagem de edifícios acessíveis no Baixo Vouga.
O orador sublinhou que os números de 2011 mostram que em Portugal 85% dos edifícios tinham um ou dois pisos e cerca de 87% apenas um alojamento. Nesse ano, o país tinha cerca de 3,5 milhões de edifícios.
Quase metade dos edifícios com quatro ou mais pisos estavam localizados nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto.
Grande Lisboa, Grande Porto e a Península de Setúbal são caracterizadas como as regiões onde havia menos edifícios de um só alojamento.
Nesta apresentação foi ainda indicado que, apesar da melhoria do estado de conservação, em 2011, cerca de um milhão de edifícios portugueses necessitavam de intervenção.
In: O Mirante por indicação de Livresco
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