Brincadeiras em espaços exteriores desenvolvem “as crianças mais felizes, criativas e saudáveis” e permite-lhes “ganhar competências para a vida adulta”, defendeu hoje a Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP).
“As crianças brincam cada vez menos em espaços verdes e ao ar livre, passando cada vez mais tempo em actividades estruturadas com horários, tais como o ballet, música e inglês. É necessário inverter esta tendência actual, porque o que o espaço exterior oferece é muito mais benéfico”, sustentou Gabriela Bento, psicóloga da ANIP.
Na sexta-feira e no sábado, o auditório do Hospital Pediátrico de Coimbra acolhe o seminário “Espaços para a Infância – aprendizagens, desafios e potencialidades do exterior”, promovido pela Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP).
O evento tem como principal objectivo “evidenciar a importância dos espaços exteriores no desenvolvimento e aprendizagens de crianças pequenas, valorizando-se o brincar livre, o contacto com a natureza e as experiências de desafio e aventura, como potenciadores de um crescimento saudável”.
A psicóloga da ANIP, uma organização nacional que gere uma creche e jardim-de-infância num espaço anexo à maternidade Bissaya Barreto, revelou que têm vindo a desenvolver pedagogias muito viradas para o brincar em espaços exteriores, por considerarem que traz potencialidades muito importantes para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.
“Brincar em espaços exteriores torna as crianças mais felizes, criativas e saudáveis. Também permite que resolvam os seus problemas, treinando competências para a vida adulta”, alega.
Gabriela Bento sublinha que o bem-estar é muito grande nos espaços exteriores, onde se registam menos conflitos entre as crianças.
“Na nossa creche e jardim-de-infância temos percebido que é no espaço exterior que revelam competências que não sabíamos que tinham e que não conseguem revelar na sala de aulas”, acrescenta.
A psicóloga evidencia ainda a questão da saúde, que vem sendo prejudicada pelos hábitos que as crianças têm criado.
“Dados nacionais dizem que há doenças que estão a crescer, tais como a obesidade e a hipertensão nos mais jovens e acaba por estar tudo relacionado”, apontou.
O seminário “Espaços para a Infância – aprendizagens, desafios e potencialidades do exterior” vai contar com a presença de Carlos Neto, “um professor que vem falando imenso sobre a importância da actividade física e das actividades em espaços exteriores”.
Da Irlanda vem a especialista Carol Duffy, para “partilhar a realidade irlandesa que é semelhante à nacional”.
“Esperamos que o debate entre o conjunto de pessoas que participarão no seminário aponte estratégias e soluções para oferecermos outras experiências de infância às crianças”, concluiu.
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