Menos 500 alunos vão frequentar o 1.º ciclo do ensino básico público na Madeira no próximo ano letivo, região que regista, também, uma quebra de 25 por cento nas crianças inscritas para frequentar as creches oficiais.
Dados disponibilizados (...) pela Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos dão conta de que, no 1.º ciclo, "os 9622 alunos de 2012/2013 passarão a, aproximadamente, 9129" no próximo ano letivo.
"Uma maneira fácil de entendermos melhor é saber que no 4.º ano, este ano, frequentavam 2500 alunos, que passam para o 5.º ano, e entram no 1.º ano do 1.º ciclo apenas 1900 alunos, ou seja uma diferença no global de 600 crianças a menos", disse o secretário regional da Educação, Jaime Freitas.
Já ao nível das creches públicas (dos zero aos dois anos), a tutela informa que "haverá uma redução na frequência de cerca de 800 para 650 crianças", sendo que nos estabelecimentos oficiais de educação pré-escolar (três aos cinco anos) haverá uma diminuição de cerca de 180 crianças.
A culpa é da crise
Jaime Freitas atribui a redução a questões demográficas, mas também à crise.
"Em 1980 tínhamos cerca 6500 nascimentos por ano na Região Autónoma da Madeira, neste momento temos 2047, números relativos a 2012, sendo que a perspetiva para 2013 não é aumentar, é continuar esta descida", adiantou Jaime Freitas.
O governante admitiu que "muitas famílias têm optado por recorrer a meios alternativos de guarda das crianças", através de elementos do seu agregado restrito ou alargado.
"Por outro lado, muitas famílias têm sido atingidas pelo flagelo do desemprego", declarou, referindo que se há entre os elementos do casal quem não tenha ocupação laboral dispõe de disponibilidade para cuidar de crianças: "Primeiro têm menos recursos disponíveis para pagar as creches e têm tempo disponível para cuidar dos filhos".
Para o secretário regional, será este "conjunto de circunstâncias de índole social e económica", a que acresce a emigração de "algumas famílias", a fazer "com que as creches sofram esta redução enorme de 25 por cento das crianças que a frequentam".
Menos alunos, menos professores
O governante sustentou que face a este cenário há que "dimensionar o parque escolar para as necessidades das crianças e adequar os recursos humanos necessários a essa resposta".
"Não vamos estar a contratar professores para não terem trabalho, claramente que não o vamos fazer", avisou.
"Passamos por dificuldades económico-financeiras muito graves, o que requer da nossa sociedade um esforço que é transversal e que sendo exigido a todos os cidadãos, não podemos agora na área da educação fazer contratações desnecessárias", explicou.
Quanto aos outros níveis de ensino, a secretaria regional ainda está a efetuar o levantamento, mas "há uma indicação genérica de que também há uma redução de alunos", acrescentou Jaime Freitas.
In: Expresso
Nota: Este cenário é um reflexo do que se passa na generalidade do país, com uma redução significativa de nascimentos e, consequentemente, de alunos nas escolas.
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