O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), David Justino, diz em entrevista (...) que defendeu, junto do ministro da Educação, que os exames de avaliação para os professores não eram a melhor solução e que havia um "mínimo".
"Aquilo que eu tive oportunidade de dizer ao senhor ministro é que face à solução que estava a ser apresentada, eu entendia que não era a melhor das soluções mas era uma solução possível", diz David Justino.
Segundo o antigo ministro da Educação do Governo de Durão Barroso, há um vasto conjunto de docentes com largos anos de serviço, sendo uma "injustiça" o Estado ter-se servido desses professores durante tanto tempo e exigir-lhes agora um teste.
"E, portanto, o ponto de encontro que enfim se acertou e foi sobre isso que eu tive oportunidade de me pronunciar [pessoalmente] e favoravelmente, é que havia um mínimo, nomeadamente, aqueles que não tivessem até cinco anos e que quem tivesse cinco anos ou mais pudesse ser dispensado desse exame, que já tinha provado", explica.
Embora defenda que os exames não melhoram a qualidade dos docentes, David Justino entende ser necessário garantir os melhores professores para transformar as escolas públicas em instituições de referência. "E escolher os melhores professores tem de ser feito logo à partida, depois temos que promover a sua formação contínua", acrescenta.
O presidente do CNE diz ainda ter-se comprometido junto de Nuno Crato a apresentar uma proposta sobre a forma como se deve entrar na profissão docente. "Aquilo que eu prometi ao senhor ministro, e irei apresentar aos conselheiros do Conselho Nacional da Educação, é uma proposta modelo, dígamos assim, que preveja e que de certa forma defina a forma como é que se entra na profissão e quais os requisitos que devem existir", revela.
Questionado sobre a qualidade do ensino, David Justino é perentório ao dizer que temos uma educação melhor do que aquilo que é o país. "O que nós podemos dizer hoje, que não podíamos dizer há 10 anos, é que o desempenho dos nossos alunos em testes internacionais é melhor do que aquilo que seria espectável aos indicadores socioeconómicos do que é o desenvolvimento do país", remata.
In: Expresso
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