A Direção Regional de Educação do Centro suspendeu o transporte para a escola de uma menina de 14 anos com uma deficiência física. A irmã deixou a escola por falta de meios e a família subiu de escalão.
"Eu gostava de saber se os filhos do primeiro-ministro também são tratados assim". É desta forma que a mãe de Diana Mendes mostra a sua indignação. Viúva há pouco tempo, Ester Mendes, de 46 anos, não compreende a decisão do Ministério de Educação de suspender o apoio que garantia o transporte da filha, deficiente motora com 14 anos, de casa, em Aldeia Viçosa, na Guarda, para a escola e vice-versa.
"A minha filha mais velha desistiu de estudar, por falta de meios quando o pai era vivo, e agora que somos três a viver do meu salário, sou forçada a retirar a Diana da escola", contou, entre lágrimas.
De acordo com o ofício que a DREC endereçou ao Agrupamento Escolar da Sé, a mãe de Diana, embora viúva, subiu do segundo para o terceiro escalão de rendimentos. Não porque tenha passado a ganhar mais, mas porque a outra filha, deixando de estudar, passou a ser excluída do agregado. "É inacreditável porque, para todos os efeitos, sou eu que a estou a governar", explicou Ester Mendes.
Antes do arranque do novo ano letivo, a Escola de S. Miguel, ligada ao Agrupamento de Escolas da Sé, endereçou à DREC um pedido idêntico aos dos dois últimos anos e, convencida de que não haveria alterações, autorizou que, na primeira semana de aulas, o taxista selecionado mediante concurso efetuasse o transporte de Diana Mendes. Mas foi sol de pouca dura.
"No domingo, o taxista informou-me de que o pedido foi indeferido e que a minha filha perdeu o apoio", contou Ester. Operária numa multinacional em Porto da Carne, a mãe da aluna do 9.º ano trabalha por turnos e garante não ter recursos para pagar o transporte, que custava ao Estado cerca de 150 euros por semana. Diana Mendes tem dificuldades de locomoção por causa de uma doença neuromuscular, mas tem o pleno das faculdades mentais. Nunca chumbou e gostava de seguir ciências. " Estou muito triste", disse (...), nas proximidades da escola onde agora está impedida de concluir o ensino obrigatório.
O agrupamento escolar já solicitou à DREC que atenda a este caso concreto, mas ainda não houve resposta.
In: JN
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