sábado, 7 de setembro de 2013

A indefinição da política educativa

No seguimento do texto publicado anteriormente, é interessante ler e analisar a opinião do Ministro da Educação e Ciência quanto ao peso da perspetiva financeira sobre a educação e sobre o que se considera essencial. 
As duas questões publicadas foram retiradas de uma entrevista realizada pelo jornal Correio da Manhã e que pode ser lida na íntegra. 

Mas sempre com as medidas a serem mais ditadas por restrições financeiras do que por questões pedagógicas…
Com a preocupação de organização, mas ao mesmo tempo percebendo a situação difícil em que o país está. Mas esta situação difícil do país não significa que vamos cortar no essencial. Vamos sim racionalizar os recursos e organizar melhor para ter melhores resultados. É o que digo desde o início, é possível em educação como noutras áreas fazer mais com menos. Aumentámos apoios às escolas mas fizemos poupança noutras áreas. Mas a situação do país obriga a ter sempre em mente as limitações financeiras. Nem o povo português perceberia que fosse de outra maneira.

Mas muitas pessoas defendem que a educação devia ter sido ser poupada aos cortes devido ao atraso que temos em relação aos parceiros da UE e que estava a ser recuperado nos últimos anos…
E continuamos a recuperar. Nós estamos a poupar a educação, porque estamos a utilizar os recursos necessários. É evidente que há aspetos em que tivemos de fazer poupanças. Por exemplo, desperdiçou-se tanto dinheiro na construção de equipamentos escolares que não eram necessários que agora temos de ter muito cuidado. A construção e reabilitação de equipamentos está agora muito condicionada pela dívida da Parque Escolar, que não pode aumentar. É evidente que gostaria de ter mais dinheiro para requalificar mais depressa um conjunto de escolas, mas garanto que não iria fazer luxos. Mas reconheço que o nosso equipamento escolar precisa de algum investimento.

Das respostas do ministro é interessante retirar alguns dados (entretanto sublinhados):
- não está a cortar no essencial;
- pretende melhores resultados com a racionalização dos recursos;
- aumentou o apoio às escolas com poupanças noutras áreas;
- estão a utilizar os recursos necessários.
Bem, face às medidas tomadas e à realidade vivida nas escolas, em que ficamos?! Qual é a política educativa assumida?!

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