Infelizmente, o ano letivo é, também, marcado pela falta de psicólogos. Na maior parte das escolas, o horário foi reduzido para contratos de 18 horas sem que tenha havido qualquer avaliação das necessidades educativas ou a mínima preocupação com os alunos.
Os meios de comunicação têm dado alguma ênfase a essa situação:
O bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Baptista, critica a falta de estratégia de contratação por parte das escolas, argumentando que o sistema em vigor, entre Setembro e Julho, não permite uma continuidade no trabalho desenvolvido.
"O Ministério vai contratando um conjunto de pessoas, ano após ano. O psicólogo chega em Setembro, sai em Julho, é uma solução remediativa. Este sistema não permite, muitas vezes, dar continuidade ao trabalho desenvolvido", disse à agência Lusa Telmo Baptista.
De acordo com o bastonário, no presente ano lectivo, o número de psicólogos nas escolas passou de 176 para 181, "mas em 80 casos a meio tempo".
"Não é um aumento, é uma diminuição. E precisamos de muitos mais para satisfazer as necessidades", frisou.
Telmo Baptista adiantou que parte daqueles profissionais têm de se deslocar entre mega-agrupamentos e chegam a ter 3.000 alunos a cargo.
"As escolas são sítios muito sensíveis, era aqui que se podia reforçar a proximidade, mas tudo isto é muito pouco para o que podia ser feito", lamentou.
Para o bastonário, a falta de investimento em psicólogos, agora, no âmbito escolar, apostando na prevenção de patologias como a ansiedade, "vai-se pagar mais tarde no âmbito da saúde, e é mais caro". (SOL)
Face à situação, o mesmo bastonário avança com a proposta de criação do "cheque-psicólogo", iniciativa semelhante ao "cheque-dentista", que pretende alargar o acesso a serviços de psicologia "de qualidade e certificados", em todo o país.
"Com cheque-psicólogo as crianças com NEE (necessidades educativas especiais) veriam alargadas as tipologias e problemáticas que permitem acesso ao acompanhamento sem aumentar os custos para o ministério", garantiu o responsável da OPP (Ordem dos Psicólogos Portugueses), sem, no entanto, adiantar qualquer valor ou estimativa de poupança face às soluções atualmente existentes, por considerar que os dados não devem ser divulgados antes de se realizarem as reuniões pedidas aos três ministérios.
"O Ministério da Educação e Ciência, mas sobretudo as escolas e os alunos, beneficiariam de uma maior oferta para responder às necessidades dos alunos. As escolas hoje têm um psicólogo para um agrupamento ou mais", referiu.
Samuel Antunes sublinhou que o enfoque do "cheque-psicólogo" é aumentar a cobertura do acesso a serviços de psicologia em todo o território nacional, sobretudo nas vertentes clínica e educacional, tornando-os mais acessíveis para os cidadãos, mas sem que isso implique maiores gastos para os ministérios, podendo mesmo representar uma poupança. (DN)
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