O Ministério da Educação e Ciência (MEC) indicou esta terça-feira que a experiência-piloto do ensino vocacional de nível secundário, com cursos de dois anos e uma carga horária de três mil horas, arranca este ano em 22 escolas e abrange 400 jovens com mais de 16 anos.
Distinto do ensino profissional, por ter “uma componente técnica com maior ligação às empresas” (correspondente a 46% do total de cada curso), este modelo completa as respostas existentes no sistema educativo num momento em que a escolaridade é obrigatória até ao 12.º ano ou aos 18 anos de idade, especifica o Ministério da Educação e Ciência (MEC), através do gabinete de imprensa.
No mesmo comunicado em que anuncia a visita do ministro a uma das escolas em que ensino vocacional de nível secundário vai ser testado, em Setúbal, o MEC indica que os cursos já aprovados incidem sobre as áreas de Produção Agrícola e Animal, Floricultura e Jardinagem, Metalurgia e Metalomecânica, Electricidade e Energia, Eletrónica e Automação, Hotelaria e Restauração e Comércio e Turismo e Lazer.
Crato: "Muito sucesso"
Em Setúbal, o ministro declarou que o ensino vocacional está a ser um sucesso e que vai proporcionar aos alunos o acesso imediato a uma profissão, sem fechar as portas ao prosseguimento dos estudos. "A experiência do vocacional, que está a decorrer com muito sucesso pelo país todo, que decorreu no vocacional do ensino básico e que agora se estende ao ensino secundário, é uma dessas alternativas que queremos oferecer aos jovens", disse na secundária Sebastião da Gama (...).
"É uma oferta que permite aos jovens um tipo de ensino mais prático e que conduza imediatamente a uma profissão, sem fechar portas ao prosseguimento dos estudos e a outras alternativas", disse Nuno Crato, lembrando que, ao mesmo tempo que os alunos têm contacto com a profissão, continuam a aprender outras matérias fundamentais na escola.
Segundo as informações do ministério, a matriz curricular dos cursos integra quatro componentes – geral, complementar, vocacional e um estágio formativo – tendo as escolas, em articulação com as empresas, “um elevado grau de autonomia na estruturação e organização das três primeiras". Assegura, no entanto, que a “formação sólida” oferecida na componente geral permite aos alunos não só enfrentar os desafios do mercado de trabalho, mas também prosseguir estudos superiores.
O ensino vocacional foi lançado no ano lectivo de 2012/2013 em 13 escolas do ensino básico, igualmente como experiência-piloto, abrangendo 285 alunos. Foi na altura apresentado como uma resposta para alunos com 13 anos ou mais e várias experiências de insucesso escolar, que ofereceria um primeiro contacto com diferentes profissões e permitia concluir o 3.º ciclo num ano, ou em dois, em vez dos três regulares. Este ano foi alargado a mais de 500 estabelecimentos de ensino, integrando cerca de nove mil estudantes.
In: Público
Sem comentários:
Enviar um comentário