A PSP está a investigar o Colégio Décroly, em Lisboa, que acolhe 160 crianças e jovens com paralisia cerebral, pela alegada prática do crime de maus tratos, noticia hoje o “Diário de Notícias”. Os três proprietários foram constituídos arguidos.
A investigação da Divisão de Investigação Criminal da PSP refere a falta de um sistema de ventilação no edifício. O colégio explica que este sistema seria prejudicial para alguns alunos com problemas respiratórios.
Segundo o jornal, a investigação levantou outras questões, como os internamentos sucessivos de um dos alunos e os métodos que os funcionários utilizam para imobilizar os alunos durante as suas crises.
São imputados aos proprietários factos como a violação das regras de acolhimento das pessoas com deficiência, que provocam lesões físicas, défices nutricionais, exposição dos utentes a ambientes muito frios no Inverno e muito quentes no Verão, falta de higiene e de actividades lúdicas e pedagógicas para promover o desenvolvimento dos alunos.
Depois de várias denúncias, o colégio foi alvo, há dois meses, de uma operação de fiscalização da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), Polícia Judiciária, PSP e Segurança Social. Esta operação descobriu medicamentos em armários com as portas abertas, ao alcance de todos, e que as casas de banho não tinham sabonete nem papel higiénico para evitar que as crianças os arremessassem aos colegas e funcionários.
O colégio acolhe de momento 160 alunos, 70 dos quais em regime de internato. É a DREL (Direcção-Regional de Educação de Lisboa) que coloca os alunos naquele colégio.Vasconcelos Salgado, advogado de defesa dos três proprietários do Décroly, denuncia que ainda não teve acesso ao processo. “A operação já foi há dois meses e ainda não pude consultar o processo”, disse ao “Diário de Notícias”. O advogado, que fala em interesses escondidos, não compreende a suspeita sobre os seus clientes porque nunca houve uma queixa e as crianças são bem tratadas.
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