quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Atividades de Enriquecimento Curricular potenciam desenvolvimento dos alunos

As Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) nas escolas são potenciadoras do desenvolvimento global do aluno e de aprendizagens inovadoras, promovendo também competências operantes para outras atividades do contexto-escola, revela hoje um estudo da Área Metropolitana do Porto.
O estudo “Avaliação do Impacto Social e da Implementação de projetos de Atividades de Enriquecimento Curricular na Área Metropolitana do Porto” foi realizado no ano letivo 2011/2012 pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, em parceria com o Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte.
O objetivo, diz a AMP, foi “proceder a uma reflexão crítica sobre o trabalho desenvolvido pelos 16 municípios neste domínio”.
De acordo com o relatório síntese do estudo, publicado na página da internet da AMP, “alunos, pais, professores e assistentes operacionais consideram que as AEC são potenciadoras do desenvolvimento global do aluno, de aprendizagens ‘inovadoras’, e que promovem competências operantes para outras atividades contexto-escola”.
“Quanto mais consideram que no contexto das AEC ‘aprendem coisas novas’, mais satisfeitos estão com as atividades realizadas e mais consideram que estas contribuem para o seu desenvolvimento e para outras aprendizagens escolares que lhes dizem respeito”, sustentam os autores.
O estudo, que abrangeu um universo de 10.126 indivíduos, entre os quais alunos, profissionais e pais, permite também concluir que “as AEC têm um impacto muito positivo junto de todos os membros da comunidade educativa”, sendo que “a satisfação que as crianças reportam é consistente com a perceção que os adultos têm da mesma”.
As AEC “cumprem uma função essencial de suporte e inclusão”, revela também o estudo, adiantando que estas atividades destinadas a alunos do 1.º ao 4.º ano do ensino básico “são fortemente valorizadas enquanto dispositivo pedagógico promotor de um espetro alargado de competências e de ‘experiências desenvolvimentais’ às quais, muito provavelmente, muitas crianças não teriam acesso a não ser por via das mesmas”.
“Julgamos ser dificilmente refutável a conclusão de que as AEC vieram preencher uma função importante de inclusão social das crianças. Uma função que estava ausente do sistema de ensino à escala que agora encontramos”, dizem os autores, que assumem, “com as devidas reservas, que as conclusões aqui retiradas são muito similares das que se constatarão em todo o país”.
No conjunto dos 16 municípios analisados, é possível perceber que a diversidade de oferta de AEC é grande: é “assegurado o envolvimento das crianças em 19 atividades diferentes (na maioria dos casos, quatro ou mais ofertas por município)”.
Para os autores do estudo, que foi efetuado no âmbito de uma candidatura apresentada pela AMP ao Programa Operacional Regional do Norte - ON.2 e decorridos cinco anos da implementação do programa das AEC, tanto o conteúdo das atividades como o momento em que elas surgem são fundamentais.
“Seja qual for o domínio a que as AEC se reportem, estas surgem num período particularmente relevante no que concerne à construção de representações sobre várias áreas do saber e das profissões que lhes estão associadas”, salienta o relatório.
Os resultados “apontam para um aspeto essencial destas atividades: não podem ser concebidas, planeadas, estruturadas e implementadas como tratando-se de ‘mais-escola’”.
Para efetuar este estudo foram selecionadas apenas nove das 19 AEC oferecidas na AMP, designadamente inglês, música, atividade física e desportiva, expressão plástica, expressão dramática, tecnologias da informação e comunicação, dança, prevenção rodoviária e pequenos engenheiros.
O estudo envolveu 107 agrupamentos de escolas, 197 escolas e 257 turmas.

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