Hoje (...) digo uma palavras sobre Educação Especial. Pedi ajuda a uma especialista na matéria. Não que eu não experimente as minhas diferentes "deficiências". Mas não estou a brincar: eu não tenho a paralisia cerebral que "ela" tem e que a quer prender num lugar que não faço ideia o que é. O que é que ela sente? Sorri. Olha-me. E eu sorrio e digo palavras que não sei. Tenho apenas a Certeza que dependemos do mesmo Amor e de o que nos distingue - de forma tão violenta - não tem a última palavra. "O meu amor tem um jeito manso que é só seu". Os gestos que trocamos não são morais, são belos. Não sei bem o que se passa, que Beleza é esta, mas tenho a certeza que o caminho passa por crescer juntos.
A especialista falou-nos, ontem, da sua experiência no terreno da Educação Especial. Não gosta de citar os "mestres" nesta matéria, embora os conheça a todos: ela é um deles, já que auto-estima e conhecimento não lhe faltam. Esclarece-nos que o objectivo principal dessa educação é a inclusão, a qual nos situa num lugar onde não há espaço para confusões inúteis. Troca por miúdos: "Incluir quer dizer 'inserir num ou fazer parte de um grupo'; em educação também quer dizer fazer parte activa de um grupo de pares; quem de nós, em algum momento da nossa vida, já não se sentiu excluído??? Lembram-se da sensação que é???"
A educadora começa a falar e não se cala: "E em contrapartida, quem já teve o prazer de se sentir incluído??? Do sentimento de pertença a um grupo??? Lembram-se como é???" E arremata: "Pois é!!! Todos somos diferentes, duma maneira ou outra, e crescemos e enriquecemo-nos nessa diferença." Isto é: "nada garante que alguém aprenda mais com outro exactamente igual a ele...; antes pelo contrário, são as diferenças que nos despertam...e assim a inclusão é válida para TODOS!!!"
E para que não restem dúvidas: "o sentido da inclusão é o de que ela é válida para todos, mais e menos diferentes. E uma vez que todos o somos de uma forma ou de outra, a deficiência é vista como uma diferença, que se integra; como se faz com os gordos, os magros, os inteligentes e os assim assim. " A exclusão pertence "ao antigamente": deseja ela, e desejo eu. Quem não deseja?
Nota: Este texto faz parte da crónica de Fátima Pinheiro, no jornal Expresso.
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