Só 16,2% das pessoas com perturbações mentais ligeiras e 33,8% das que sofrem de perturbações moderadas recebem tratamento em Portugal, revela o relatório Portugal Saúde Mental em Números 2013, que esta quinta-feira foi divulgado no Porto. “Este padrão questiona os graus de estigma sociocultural em relação às perturbações mentais e o de acessibilidade aos cuidados especializados”, sublinham os autores do documento.
Pelo contrário, a percentagem de pessoas com perturbações mentais graves tratadas (66,1%) é “confortável”, consideram.
De resto, já se sabia que Portugal apresentou a prevalência mais elevada de perturbações mentais (22,9%) dos oito países da Europa que integraram o painel do estudo integrado no World Mental Health Survey Initiative, da Organização Mundial de Saúde, cujos resultados preliminares foram divulgados em 2010. A situação é “tão mais preocupante quanto alguma evidência prévia correlacionou diretamente a taxa de prevalência de doenças mentais com índices nacionais de desigualdades sociais e de saúde”, notam, a propósito, os autores do relatório.
Outro problema destacado no relatório tem que ver com a falta de estruturas para tratamento de adolescentes, tendo sido identificados casos de jovens com 16 e 18 anos internados em serviços de psiquiatria de adultos.
Os especialistas chamam ainda a atenção para a elevada taxa de prescrição de benzodiazepinas (um grupo de fármacos eficazes como ansiolíticos e hipnóticos) em Portugal, sobretudo as duas com maior risco de indução de dependência.
In: Público
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