A família está mais presente e participativa na vida escolar dos alunos, ainda que ligeiramente mais afastada da escola.
O barómetro EPIS envolveu mais de 23 mil alunos de dezenas de escolas com 3.º ciclo, de norte a sul do país, e traça uma evolução da relação dos alunos com a escola, com a família, assim como da relação da família com a escola entre 2007 e 2012, para além de apresentar uma caracterização socioeconómica de alunos e agregados familiares.
De acordo com as respostas recolhidas entre os alunos, a grande maioria – percentagens próximas dos 90% - sente-se acarinhada e apoiada pela família, ainda que sejam menos os que se consideram satisfeitos com o tempo passado em família e quanto à participação nas conversas sobre os problemas em casa e nas decisões importantes para o agregado familiar.
A maioria dos alunos também declara que há um interesse dos pais pela sua vida escolar e em acompanhar o seu percurso e resultados na escola, mas em 2012, comparativamente a 2010, diminuiu a percentagem de alunos que indica que os seus encarregados de educação já falaram com o diretor de turma ou se deslocaram à escola para uma reunião com este responsável.
O barómetro aponta também que as expectativas da família relativamente à duração do percurso escolar são superiores às dos próprios alunos: quase 80% dos alunos refere que os pais gostariam que concluíssem um curso superior, mas apenas 63,5% dos estudantes admite ter vontade de continuar a estudar para lá do 12.º ano.
Quer do lado das famílias, quer do lado dos alunos, é residual a percentagem dos que apontam o 9.º ano de escolaridade como limite para o percurso escolar.
Quase 95% dos alunos admite ter em casa regras que está obrigado a cumprir, sobretudo relacionadas com a realização dos trabalhos de casa (79,3%) e com os horários para dormir (75,6%), havendo castigos para os incumprimentos (75,9%). O barómetro revela também que entre os alunos aumentou a percepção da utilidade da escola e dos conhecimentos adquiridos para a sua vida futura – 79% reconheciam essa importância em 2007, 97,8% em 2012.
Essa percepção da utilidade da escola pode estar relacionada com o aumento da assiduidade entre os alunos, que cresceu de 74% em 2007 para os 93,8% em 2012, de acordo com as respostas dadas pelos directores de turma.
Apesar de, em comparação com 2010, ter aumentado em 2012 a percentagem de alunos que considera a escola um espaço confortável (90,9%), apenas 56,6% considera que o estabelecimento escolar tem uma temperatura confortável no inverno. Já em relação à temperatura no verão, são mais de 83% os que consideram a escola confortável nesse período.
Os estudantes declaram-se ainda satisfeitos com o nível de recursos pedagógicos, tecnológicos e lúdicos das escolas, com a melhoria mais significativa a registar-se ao nível dos equipamentos tecnológicos, comparando 2010 com 2012. A perceção da adequação das Atividades de Enriquecimento Curricular aos interesses dos alunos também melhorou, passando de 77,2% em 2007 para 92,8% em 2012.
Entre os inquiridos melhorou também a percepção do nível de exigência das escolas face à disciplina e resultados escolares, com mais de 90% dos alunos a avaliarem positivamente o trabalho dos directores das escolas.
No mesmo sentido, os estudantes consideram que os professores se esforçam para que aprendam as matérias dada em aulas, mas em 2012, face a 2010, diminuiu ligeiramente a percentagem dos que consideram que os docentes estão disponíveis para abordar assuntos não relacionados com matéria.
A associação EPIS foi criada em 2006, na sequência de um apelo feito pelo Presidente da República à sociedade civil, no seu discurso por ocasião das comemorações do 25 de Abril, e escolheu a educação com o foco da sua ação.
In: Público
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