Inquérito desenvolvido pela Universidade do Porto dá conta que há salas em jardins de infância com sete crianças com Necessidades Educativas Especiais. (...)
No relatório feito a partir dos resultados do inquéritos indica-se que “foram assinaladas 37,5% de salas que incluíam no seu grupo crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) e 48,5% como tendo problemas de desenvolvimento e/ou de comportamento, sem qualquer apoio”. Na rede pública, o número de crianças com NEE por sala varia entre 1 a 7. Já no privado “nenhuma sala tem mais do que uma criança com NEE”.
A “proporção de crianças quer com NEE quer com problemas de comportamento/desenvolvimento em relação ao número total de crianças na sala, mostrou-se muito variável”, mas houve situações em que em que atingiu os 63,6% no primeiro caso e os 50% no segundo. “Estas percentagens merecem particular atenção, nomeadamente quanto ao planeamento de recursos no âmbito da Educação Especial”, alertam os autores.
Os educadores foram também questionados sobre as suas necessidades de formação em áreas que extravasam as definidas nas orientações curriculares. A liderar a tabela surge precisamente a Educação Especial. Quase 60% dos inquiridos indicaram sentir “bastante ou muita necessidade de formação” nesta área.
Por comparação a 2006, há também “uma maior percentagem de educadores que refere sentir necessidade de formação ao nível da transição para o 1.º ciclo, da avaliação e do envolvimento das famílias”. Apenas 158 educadores responderam à parte do questionário relativa ao envolvimento das famílias. Destaca-se a continuidade no recurso a "práticas passivas de envolvimento dos encarregados de educação”, sendo as mais frequentes a entrada destes na sala de aula e o envio de informações sobre as crianças para casa.
Os autores do estudo referem a propósito que o envolvimento dos encarregados de educação “é referido pela maioria dos educadores como uma prática frequente, mas as estratégias mais utilizadas parecem indiciar que não se pretende deles um envolvimento activo”.
O inquérito confirma também que os educadores de infância, sobretudo os do ensino público, são um grupo envelhecido. A média de idades dos inquiridos ronda os 48 anos, existindo em média cerca de 11 anos de diferença de idades entre os educadores das redes pública e privada,
Em 2013, último ano com dados, mais de metade dos 8355 educadores da rede pública tinham 50 ou mais anos. Já no privado esta era a situação de apenas de 808 dos 7075 educadores em funções.
Fonte: Público
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