Para ajudar uma criança a aprender, é bom ler histórias à noite. Mas também se podem fazer contas antes de adormecer – pelo menos, essa é a solução proposta pela fundadora de uma associação americana sem fins lucrativos chamada Bedtime Math (Matemática antes de adormecer), que apresentou na Quartz as suas ideias relativas à importância de lidar com a aprendizagem sem complexos desde muito cedo.
A metáfora pode ser aplicada de forma mais ampla, pois a importância da aprendizagem contínua é uma realidade para evoluir profissional e socialmente. Não só a aprender matemática, mas a aprender conceitos úteis com aplicações práticas na vida profissional. Hoje a aprendizagem já não se esgota sequer na licenciatura, esse é mais um passo para evoluir. Os requisitos para triunfar profissionalmente implicam ir para lá da aprendizagem dada pela licenciatura e exigem um grau de especialização. Esse grau de especialização pode ser dado pela formação universitária pós-licenciatura, que confere detalhe e profundidade. (...)
A revista Wired foi rápida a anunciar para 2015 o domínio da nova economia criativa. Facilitada pelas ferramentas digitais e pela comunicação direta proporcionada pelas redes sociais, hoje o valor maior das indústrias voltou a estar do lado da criatividade. Os baixos custos de produção e a maior facilidade em chegar a clientes torna a diferenciação essencial, e é nesse sentido que a criatividade e a solidez profissional se tornam diferenciadoras.
Há dez anos, o processo de Bolonha veio introduzir novas regras na estrutura e obtenção dos graus académicos, sendo uma das mais notórias a inclusão dos mestrados na finalização dos processos de licenciatura. Ou seja, todos aqueles que finalizaram a formação superior antes dos novos cursos, ficaram um grau académico atrás dos novos formados. Esta alteração provocou uma “corrida” aos mestrados e pós-graduações, de modo a garantir a paridade académica entre os alunos pré e pós-Bolonha. Dados da Pordata revelam que nos últimos dez anos o número de mestrados cresceu significativamente, em especial a partir de 2009.
Com o aumento da concorrência no mercado de trabalho, terá melhores resultados quem tiver mais recursos para apresentar. Esses vêm da experiência e da aprendizagem, sendo que está demonstrado que, em média, quem tem mais estudos é quem mais dinheiro recebe. E para além de tudo, aprender é (deve ser) um prazer: quem se diverte a aprender tem mais facilidade em fazê-lo.
As apresentações de Ken Robinson nas conferências TED são divertidas e uma fonte de inspiração. São reflexões sobre os processos de aprendizagem na infância que concluem, invariavelmente, que os sistemas de educação estão a produzir, estruturalmente, conteúdos formativos para preparar crianças para profissões e desafios que ainda não existem. Por isso a formação ao longo da vida parece ser a melhor saída: adaptar o conhecimento para responder às necessidades. As três apresentações de Ken Robinson podem ser vistas neste link (legendas em português).
Fonte: Observador por indicação de Livresco
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