quarta-feira, 12 de março de 2014

Metade dos alunos portugueses acredita que esforço é sinómino de sucesso

Quase metade dos alunos portugueses acredita na possibilidade de serem bem sucedidos na escola, se trabalharem arduamente, segundo um relatório sobre motivação, que coloca Portugal acima da média dos países da OCDE.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) quis saber se os estudantes tinham motivação para serem bem sucedidos, e procurou a resposta através do estudo internacional que realiza de três em três anos a milhares de estudantes de 15 anos, o Pisa2012.

Através de entrevistas feitas aos alunos (cerca de 510 mil), o estudo concluiu que quem acredita que o trabalho traz bons resultados tem notas significativamente melhores a matemática.

Nos países da OCDE, 45% dos alunos acreditam que podem ser bem sucedidos através do esforço. Em Portugal, a percentagem sobe um ponto (46%), ficando os estudantes portugueses ao lado dos espanhóis.

O Pisa indica ainda que existe uma grande percentagem de alunos que acredita que o trabalho árduo tem mais influência nas notas do que a inteligência. Para a OCDE, esta ideia sugere que a educação e o contexto social podem fazer a diferença no que toca a incutir valores que permitem o sucesso no percurso académico.

O potencial natural e o talento são apenas uma pequena parte do que é preciso para se ser competente, refere o relatório, sublinhando que o sucesso escolar está dependente de recursos variáveis, como a família, a escola e o sistema de educação, mas a “mestria” só se consegue atingir com “trabalho árduo e perseverança”.

Segundo os resultados dos questionários feitos aos alunos, existem muitos estudantes com “falta de perseverança e motivação que lhes iria permitir crescer dentro e fora da escola”: quase dois em cada três estudantes dos países da OCDE admitem ter “dificuldade em adiar um problema”; metade disse “desistir facilmente quando confrontado com um problema” e apenas um em cada três admite que “gosta de resolver problemas complexos”.

O relatório revela ainda que a atuação dos professores pode ajudar os alunos. O documento dá como bom exemplo o caso dos docentes que definem objetivos claros de trabalho e que informam os alunos sobre o seu desempenho a matemática. Estes professores conseguem que os seus estudantes sejam mais perseverantes e tenham maior capacidade para resolver os problemas.

O relatório, no entanto, alerta para o facto de estas estratégias não estarem generalizadas entre os docentes: “Apenas 53% dos estudantes da OCDE disse que os seus professores lhes apresentam problemas que obrigam a pensar por um longo período de tempo, e apenas 47% disse que os professores lhes apresentavam problemas cuja resolução não era obvia".

Apenas 17% dos alunos afirmou que os seus professores lhes tinham dado tarefas que os obrigavam a realizar um trabalho com a duração de uma semana, revela o estudo do Pisa 2012 que avaliou 510 mil alunos de 15 anos de 34 países da OCDE e de outros 31 países e zonas económicas que não fazem parte da organização

No entanto, mais de metade (56%) dos alunos da OCDE dizem não desistir facilmente quando são confrontados com um problema, quase metade (49%) dizem manter-se interessados nas tarefas que iniciam e 44% dizem que trabalham até “tudo estar perfeito”.
In: jornal I por indicação de Livresco

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