segunda-feira, 31 de março de 2014

"Quando há competência Trissomia 21 é pormenor"

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UMa recebe conferência sobre desenvolvimento vocacional



No próximo dia 7 de abril, Renato Carvalho, docente do Centro de Competência de Artes e Humanidades da Universidade da Madeira e Psicólogo na Secretaria Regional de Educação e Recursos Humanos, irá proferir pelas 18h00, no Anfiteatro 7 do Campus Universitário da Penteada, a conferência “Construção da identidade e desenvolvimento vocacional ao longo do ciclo de vida”.

A Conferência, organizada pelo Núcleo de Estudantes de Psicologia da Universidade da Madeira, destina-se preferencialmente a estudantes e profissionais da área da Psicologia.

A participação é gratuita mediante inscrição, até 04 de abril, através do correio eletrónico nepsiuma@gmail.com. Serão atribuídos certificados de presença aos participantes.
In: Dnoticias.pt por indicação de Livresco

domingo, 30 de março de 2014

A escola no ecrã

"É mais fácil ler em papel ou num ecrã? Os alunos distraem-se com a Internet na sala de aula? Há conteúdos digitais adequados? Os professores sabem utilizá-los? O uso de tecnologias da informação nas escolas não é consensual, mas já há várias em Portugal que são autênticos “laboratórios”. Uma delas até está na lista das 80 escolas mais inovadoras do mundo."

Reportagem do jornal Público que pode ser acedida aqui.

Autismo sobe 30% em dois anos nos EUA

Cerca de uma em cada 68 crianças norte-americanas tem autismo, um aumento de 30% em apenas dois anos, revelaram as autoridades de saúde dos EUA, mas a "culpa" pode ser do diagnóstico.

Apesar dos números, especialistas acreditam que o aumento pode simplesmente refletir que os pais e os médicos estão a conseguir reconhecer e diagnosticar melhor a doença.

«Não é tão surpreendente porque, como as pessoas estão mais conscientes, a prevalência tem aumentado nos transtornos psiquiátricos», disse o Dr. Thomas Frazier, diretor do Cleveland Clinic Children's Center for Autism.

O mais recente relatório do U.S. Centers for Disease Control and Prevention, que analisa dados de 2010, estima que 14,7 % em cada 1.000 crianças com 8 anos, em 11 comunidades norte-americanas, tem autismo.

Estes números comparam com a estimativa anterior de 1 em 88 crianças, ou 11,3% em 1.000 crianças de 8 anos, em 2008, e 1 em cada 150 crianças em 2000.

Autismo engloba um largo espectro de transtornos, que vão desde uma incapacidade profunda de comunicar mas também a sintomas relativamente leves em pessoas com elevada capacidade intelectual.
In: TSF por indicação de Livresco

sábado, 29 de março de 2014

Papa recebe em audiência milhares de cegos e de surdos

O Papa Francisco recebeu esta manhã em audiência membros das associações de cegos e de surdos de vários países. 
“Eis as duas culturas opostas. A cultura do encontro e a cultura da exclusão, do preconceito. A pessoa doente ou com deficiência, a partir da sua fragilidade, do seu limite, pode tornar-se testemunha do encontro: o encontro com Jesus, que abre à vida e à fé e ao encontro com os outros, com a comunidade”, afirmou Francisco, perante seis mil pessoas, e com as palavras sempre traduzidas para língua gestual de vários países
“Com efeito, só quem reconhece a própria fragilidade, o próprio limite, é que pode construir relações fraternas e solidárias, na Igreja e na sociedade", diz o Papa.
No final do seu discurso, Francisco demorou-se no cumprimento pessoal aos cerca de 6.000 presentes, muitos dos quais acompanhados dos seus cães-guia, que deram mais algum colorido ao auditório Paulo VI, no Vaticano.
In: RR por indicação de Livresco

EDUCAÇÃO INCLUSIVA ESTÁ A SOFRER FORTE RETROCESSO!

FENPROF, CNOD e APD apresentam situação junto da UNESCO, OIT e IE



O DL 3/2008 constitui um marco na história da Educação Especial em Portugal. Ao contrário do que tinha sido a prática inclusiva até então, baseada em imperativos nacionais e compromissos internacionais (DL 319/91 e Declaração de Salamanca/ 1994, respetivamente), em 2008 legislou-se num sentido que tornou bastante mais restritivas as condições para a inclusão e levou, em diversos casos, a uma separação efetiva de alunos com e sem deficiência. 
Entretanto, já em 2013/2014, assistiu-se a uma das mais conturbadas aberturas de ano letivo em que os inúmeros problemas surgidos levaram ao agravamento das condições de ensino/aprendizagem de docentes de Educação Especial (EE) e alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). 

Com o objetivo de confirmar se as situações identificadas foram resolvidas ao longo do 1º período letivo, a FENPROF realizou um levantamento a nível nacional, já no início do 2º período, que foi concluído durante o mês de fevereiro de 2014. 
O levantamento efetuado junto dos órgãos de gestão das escolas (Quadro 1) obteve um número significativo de respostas (229), verificando-se que são muitas as situações problemáticas que persistem, nomeadamente: 

- Aumento do número de alunos com NEE do ano letivo 2012/2013 (13.121) para o ano letivo 2013/2014 (13.689) – Quadro 2; 
- Diminuição do número de docentes da EE do ano letivo 2012/2013 (1.204) para o ano letivo 2013/2014 (1.149) – Quadro 2; 
- Colocação tardia de docentes da EE, muitos deles apenas a partir de novembro 2013; 
- Número excessivo de alunos com NEE para apoiar por docente da EE (Quadro 3); 
- O número de alunos a apoiar aumentou ao longo do ano letivo; 
- Número insuficiente de docentes da EE (solicitados pelas escolas com base no levantamento de necessidades, mas não colocados); 
- Docentes da EE colocados fora do nível de educação e ensino referente à sua formação inicial. 

As turmas com alunos com NEE, constituídas por mais de 20 alunos e/ou mais de 2 alunos com NEE mantêm-se porque, apesar do protesto de docentes e encarregados de educação, o MEC, em inúmeros casos, não permitiu o desdobramento de turmas. 
O levantamento efetuado também questionou o número de técnicos verificando-se que, no ano transato, era de 481 e, no corrente ano letivo, é de 534. Apesar de o número ter aumentado, os órgãos de gestão referem a forte redução do número de horas desses técnicos para apoio aos alunos com NEE. Grande parte do apoio é prestado por profissionais que exercem a sua atividade fora das escolas, existindo ainda alunos em lista de espera para acesso a apoio especializado (terapia da fala e psicologia). Acresce que, na ausência de respostas por parte das escolas, como deveria acontecer, muitos alunos são obrigados a recorrer a apoios especializados prestados em instituições. Mas mesmo a esse nível, o governo, de há muitos meses a esta parte, deixou de pagar às famílias o subsídio de educação especial a que está obrigado. 

Atualmente, encontra-se em curso uma alteração de legislação/quadros normativos que, temem as organizações subscritoras, possa encaminhar-se para uma maior exclusão dos alunos com NEE. A consideração, por parte do MEC, de que os docentes estarão a integrar alunos na EE de forma abusiva, dando mesmo como exemplo (que consideram negativo) o significativo aumento do número de alunos referenciados com NEE e com PEI, está na origem da preocupação quanto à real intenção do MEC com a alteração legal ou interpretativa das normas que vigoram. 
A Educação Inclusiva deve ser uma realidade nas escolas e na sociedade portuguesa e não, como quer o governo português fazer acreditar à comunidade educativa e sociedade em geral, uma utopia jamais alcançável. 

Face a situação tão negativa, a FENPROF, a CNOD e a APD apresentarão uma queixa junto da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Internacional da Educação (IE), Fórum Europeu da Deficiência (FED), dos deputados portugueses no Parlamento Europeu e às candidaturas às eleições para o Parlamento Europeu. Em causa está o contínuo desrespeito do governo português por muitas crianças e jovens com NEE e suas famílias, bem como o desrespeito pelos docentes e não docentes que trabalham com estes alunos, solicitando, àquelas entidades, que sejam desenvolvidas diligências junto do governo, no sentido de ser garantida uma verdadeira e real Educação Inclusiva nas escolas portuguesas, com respeito pela legislação em vigor no que se refere à constituição de turmas, e pelos compromissos assumidos internacionalmente pelo governo português (Declaração de Salamanca e Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência). 
Tal, obriga à revisão do DL 3/2008 mas no sentido inverso ao que as declarações dos 
responsáveis do MEC têm deixado perceber. 


(Continua)

Dados divulgados em conferência de imprensa do dia 25 de março de 2014. O documento original pode ser consultado aqui.

Agradecimento a Livreco pela indicação.



sexta-feira, 28 de março de 2014

CALDAS DA RAINHA: “DIA PARALÍMPICO NA ESCOLA” NA SECUNDÁRIA BORDALO PINHEIRO

A Escola Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, acolheu [26 de março] o “Dia Paralímpico na Escola”, uma iniciativa promovida pelo Comité Paralímpico de Portugal (CPP) e que contou com o total apoio na organização da Câmara Municipal das Caldas da Rainha.

Dinamizar e desenvolver actividades que coloquem os participantes em contacto com a realidade paralímpica e com os princípios do “Movimento Paralímpico”, promovendo a inclusão através do desporto, é o objectivo desta iniciativa que vai passando por diferentes escolas do País ao longo de cada ano lectivo.

Nas Caldas da Rainha, o Dia Paralímpico foi um êxito.

Além da excelente adesão e envolvimento dos alunos dos vários agrupamentos de escolas participantes nas várias modalidades paralímpicas, todos concordam – alunos e organizadores – que o caminho para uma sociedade inclusiva começa a ser trilhado na Escola.

Humberto Santos, presidente do CPP, começou por registar o “significativo entusiasmo” dos alunos enquanto experimentavam as várias modalidades. Mas também a surpresa com o nível de desafios que as pessoas com deficiência enfrentam a vários níveis.

Humberto Santos exemplifica: “os miúdos que estão habituados a jogar basquetball em pé, onde a impulsão é fundamental, quando jogam em cadeira de rodas têm muito mais dificuldade em conseguir chegar aos cestos. Ou seja, aquilo que acham fácil fazer quando veem os jogadores de cadeira de rodas, quando têm de fazer a dupla coordenação de manejar a cadeira de rodas, mais a diferença de altura, é de facto um momento distintivo”.

E este confronto com as dificuldades, esta consciencialização, é absolutamente determinante na formação de uma ética pessoal e social pautada pela inclusão. Neste capítulo, o desporto pode desempenhar um papel fundamental.

“Aquilo que o Comité Paralímpico pretende com estas iniciativas é sensibilizar estes jovens – que irão ser os homens de amanhã, que terão as organizações do País nas suas mãos – para que tenham então uma sensibilidade diferente. Isto é, que quando olham para o desporto de pessoas com deficiência passem a olhar de uma forma mais atenta e que a diferença não tem de significar menos valia”, nota o presidente do CPP, que prossegue dizendo: “Cada um de nós, independentemente das nossas capacidades físicas e intelectuais, temos competências que devem relevadas e consideradas.

Para o CPP, o desporto pode ser o melhor instrumento de sensibilização e consciencialização para uma cultura de igualdade e diversidade, em que todos somos, de facto, diferentes, mas que para todos deve haver um espaço”.

Segundo o Comité Paralímpico Nacional, e a exemplo do internacional, o desporto é uma forma de inclusão social das pessoas com deficiência e essa inclusão tem de se fazer com todos, sem excepção.

Humberto Santos explicou ainda que o CPP organiza um “Dia Paralímpico na Escola” por cada período lectivo, sendo que esta organização está essencialmente vocacionada para o universo escolar.

Para além deste evento, realiza-se anualmente o “Dia do Desporto Paralímpico”, destinado à comunidade em geral e que este ano irá realizar-se na cidade de Évora.

O presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Tinta Ferreira e o vereador do Desporto e Educação, Alberto Pereira, estiveram na Bordalo Pinheiro para assistir às actividades.

Os autarcas estão em sintonia com os objectivos deste evento e com a pertinência que tem na formação dos jovens.

“Através da prática desportiva, os [nossos] jovens têm contacto com a realidade das pessoas que têm alguns handicaps e perceber o que sentem”, ilustra Tinta Ferreira. “ Isso contribui muito para a sua formação, para o conhecimento que têm do mundo que os envolve e quando forem os profissionais do futuro, nas mais diversas áreas, para além da riqueza e do conhecimento que lhes é transmitida nas escolas, têm também interiorizado que existe um conjunto de aspectos que devem ter em conta quando desenvolvem uma determinada actividade e passa por criar condições para uma sociedade efectivamente inclusiva”.

Da mesma opinião partilha Luis Ramos, um dos participantes neste Dia Paralímpico na Escola Bordalo Pinheiro.

Paraplégico há 12 anos, na sequência de um acidente de trabalho, conta que o desporto foi fundamental na adaptação à nova condição e na conquista da autonomia.

Enquanto deslizava rapidamente a cadeira de rodas pelo campo de basquete e roubava a bola aos adversários para a levar direitinha ao cesto, não consegue disfarçar o ar competitivo e a musculatura definida dos braços, que impulsionam a cadeira de forma precisa, deixam claro que em campo não há lugar a condescendências!

“[o desporto] Ajudou muito porque quando saí do hospital nem era capaz de andar numa cadeira. Não conseguia conduzir, meter a cadeira dentro do carro… e agora faço isso tudo, vou para qualquer lado sozinho se for preciso”, relata Luis Ramos que pratica basquete e andebol semanalmente. “gostei e nunca mais parei”!

Em relação às actividades do Dia Paralímpico, Luis Ramos afirma: “o que se está a fazer hoje já devia ter começado há 20 anos! É como uma árvore, que se planta hoje para colher os frutos daqui a uns anos: ajuda a criar uma nova consciência nas pessoas. Antigamente uma pessoa que ficasse de cadeira de rodas ficava confinada a casa e nunca mais dali saia e hoje não! Estes jovens, vão ser médicos, outros engenheiros, outros arquitectos… e nessa altura já vão pensar nas dificuldades das pessoas com deficiência, nas barreiras arquitectónicas… e começa tudo na escola”!

O desporto entra na vida de Luís Ramos, por convite de Manuel de Sousa, que também esteve presente neste evento na Escola Bordalo Pinheiro.

Manuel, 60 anos, paraplégico desde os 20. Vice-presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APO), delegação distrital de Leiria, tem viajado pelo mundo a praticar atletismo e paraquedismo. Pratica ainda karting e foi protagonista do primeiro salto de Paraquedas realizado em Portugal por um paraplégico. “Chamaram-me maluco quando eu saltei”, conta Manuel, “mas tinha esse sonho e para mostrar aos outros deficientes e à sociedade em geral que os deficientes não são os “coitadinhos” que muita gente pensa”, diz assertivo.

“Ainda há muito trabalho a fazer ao nível da mentalidade das pessoas mas não há dúvida que as coisas estão a mudar”, prossegue Manuel, referindo igualmente o que todos já haviam dito naquele dia: “e é na escola que começa tudo e se os alunos estiverem em contacto com pessoas como nós, isso vai reflectir-se mais tarde na sua vida adulta, nas suas atitudes e preocupações”.

Além da mudança de mentalidades, que todos os intervenientes neste dia reconhecem que está a evoluir no bom sentido, o grande problema das pessoas com deficiência são as barreiras arquitectónicas.

Manuel Sousa tem colaborado com diversas Câmaras e entidades no levantamento dos pontos problemáticos e na implementação das soluções adequadas. “Os engenheiros por muita boa vontade que tenham, há coisas que lhe escapam”, comenta aquele responsável da APO.

Nesse âmbito, não resistimos a perguntar-lhe o que acha das Caldas da Rainha e congratulámo-nos em ouvir que “não tem grandes problemas”.

O “Dia Paralímpico na Escola” nas Caldas da Rainha decorreu na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, entre as 9h00 e as 13h20, e contou com a participação de todos os agrupamentos escolares do concelho, do Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor e Escola Técnica e Empresarial do Oeste (ETEO).

Judo, goalball, Boccia, Voleibol sentado, Basquetebol em cadeira de rodas e atletismo foram algumas das modalidades praticadas pelos alunos que “adoraram a experiência” e a consideraram “enriquecedora”.

Guadalupe Pereira, 18 anos, aluna da Bordalo Pinheiro, foi mais longe e afirma: “acho muito importante porque nunca sabemos o que nos pode acontecer por isso é uma experiência importante para todos nós!”
In: Local.pt por indicação de Livresco

Qualidade de vida dos formandos deficientes deve ser uma aposta

O investigador Carlos Veiga defendeu, esta sexta-feira, que as instituições que dão formação a deficientes devem apostar mais em práticas que promovam a qualidade de vida no dia-a-dia, para que haja uma efetiva inclusão social.

"Devem alterar o paradigma formativo para dar mais atenção àquilo que é a qualidade de vida do quotidiano dos formandos do que, ainda que sem deixar de o fazer, às questões laborais", disse (...) o docente da Universidade do Minho.

Carlos Veiga coordenou um estudo sobre o impacto da integração profissional na qualidade de vida das pessoas com deficiência, (...). O estudo, que partiu de um desafio lançado pela Formem - Federação Portuguesa de Centros de Formação Profissional e Emprego de Pessoas com Deficiência, envolveu uma amostra de 36 ex-formandos (seis de cada instituição), que estão inseridos no mercado de trabalho e foi feito por uma equipa de cinco investigadores das universidades do Minho e de Évora.

O estudo mostrou que os ex-formandos têm "muitas vezes dificuldades em construir, manter e dinamizar relações de amizade significantes" e que o convívio extra laboral é normalmente "esporádico, de curta duração e sem diversificação de locais".

No que respeita às relações amorosas, "sentem muita dificuldade" em entrar nelas, sendo que apenas oito tinham namorada ou companheira. Segundo o estudo, "a maioria dos relacionamentos é de curta duração e de nível muito elementar", sendo que 78% dos ex-formandos nunca se tinha envolvido em relações amorosas.

Estes resultados levam Carlos Veiga a questionar se as políticas e as práticas das organizações formadoras "estão a cumprir o paradigma mais atual da inclusão das pessoas com deficiência, que é o acesso à qualidade de vida". "Isso significa ter uma vida autónoma, independente, com participação social e cívica. Não é entrar no mercado de trabalho, ganhar um dinheiro e a vida permanecer igual. A entrada no mercado de trabalho tem de trazer mais qualidade de vida", defendeu.

O coordenador do estudo referiu que "as grandes tendências apontam para que a qualidade de vida das pessoas não tenha sentido o abalo positivo que seria desejável". Admitiu que, com a entrada no mercado de trabalho, "há pequenas conquistas, como mais alguns amigos ou pelo menos pessoas que entraram nas suas vidas, uma melhoria da capacidade financeira que já permite ir almoçar ou jantar fora de vez em quando e comprar um ou outro objecto".

"Mas, e as relações amorosas? Têm parceiro? Poucos deles. Tiram proveito das relações de amizade? Muito pouco. As pessoas conseguem ir a mais espaços, diversificar as atividades da sua vida? Muito pouco", acrescentou.

Ainda que a formação dê algumas ferramentas aos deficientes para entrarem no mercado de trabalho, o investigador defendeu que as instituições "têm de mudar a forma como ensinam, como praticam a formação".

Exemplificou que as associações desenvolvem frequentemente atividades como levar os deficientes ao cinema, à praia, ao teatro, a participar nalguns jogos, "mas não os ensinam verdadeiramente a entrar nessas atividades, não os treinam para isso". "No fundo, mostram-lhe as coisas, mais do que os preparar para poderem usufruir destas coisas", explicou.

Na sua opinião, tal contribuiu para que "a rotina do quotidiano seja da casa para o trabalho e do trabalho para casa", não estando treinados, por exemplo, para ir comprar um bilhete para o cinema ou para um jogo de futebol.

Neste âmbito, o treino de mobilidade é uma das sugestões que a equipa deixa às instituições. "Se têm amigos, se até arranjam uma namorada ou um namorado, mas depois não conseguem ir ter com eles, como é que alimentam a relação?", questionou.

Um livro com os resultados do estudo vai começar na próxima semana a ser distribuído gratuitamente pelas instituições e ficará disponível em formato digital na página da Formem e do Instituto Nacional de Reabilitação.
In: Público por indicação de Livresco

Mulher vive emoção de ouvir pela primeira vez

A emoção de uma pessoa que teve de esperar 39 anos para conseguir ouvir um som pela primeira vez é algo que não será fácil de imaginar. Para Joanne Milne, uma britânica que padecia de surdez profunda desde a nascença, foi um momento único quando ouviu os dias da semana, pela voz de uma enfermeira que lhe ligou os implantes cirúrgicos instalados um mês antes. 


"Quando ligaram o aparelho, vivi o momento mais emocionante e avassalador da minha vida", disse Joanne ao "The Journal", depois dos momentos de descontrolo emocional vividos no Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, onde foi tratada.

Joanne nasceu surda e, aos 20 anos, o síndrome de Usher continuou a evoluir e tirou-lhe também a visão. Com os implantes agora a funcionar, ouviu pela primeira vez as vozes das outras pessoas, mas também a sua. "Ser surda era quem eu era. Infelizmente, quando me tornei cega também, as coisas mudaram drasticamente e, pela primeira vez, ser surda tornou-se cada vez mais difícil", confessou Joanne.

"Não consigo parar de chorar e já prevejo como isto me vai mudar a vida", afirma a mulher de 39 anos que não sabia o que era música. Para colmatar essa falha, uma amiga organizou-lhe uma lista de música que servisse de introdução ao tema. Nela constam tema de Nirvana, Joni Mitchell, Prince e Tracy Chapman, entre outros.

In: JN por indicação de Livresco

Caneta que também é para invisuais

O jovem artista italiano de 26 anos estava quase a desistir da ideia quando pôs a última caneta que construiu nas mãos de Francisco Vicente, invisual de 49 anos. “Juro que nunca vi uma expressão assim tão forte na cara de uma pessoa”. Filippo Fiumani desenvolveu vários protótipos de uma caneta que faz desenhos em relevo até chegar ao resultado final que apresentou no âmbito de um mestrado: chama-se Le Mani e é um objecto leve, movido a electricidade, que vai criando relevo no papel à medida que é usado e que pode ter aplicações não só no campo artístico, mas também educativo. É para toda a gente, mas o sentido final do instrumento foi pensado para que quem não vê possa desenhar e ainda perceber o que os outros desenham, através do relevo criado. Filippo Fiumani teve 20 valores com este projecto que desenvolveu durante seis meses, ao longo do mestrado em Design de Produção no IADE – Creative University, em Portugal. (...)

Apesar de haver no mercado outras canetas pensadas para serem usadas por invisuais, de uma forma geral, aquela criada por este artista é sobretudo para desenhar ou perceber o que os outros desenham. Tem uma ponta que funciona como uma agulha, que vai furando e criando relevo no verso do papel, e que é movida por um pequeno motor – alguns protótipos funcionam através de pilhas ou baterias, outros, como o último, trabalham directamente ligados a uma tomada eléctrica. Agora a ideia de Fiumani é precisamente retirar essa parte eléctrica, fazendo com que o movimento não dependa deste tipo de energia. O criador quer tornar a caneta não só mais autónoma, mas também ecológica. (...)
In: Público

U.Dream: Estudantes ajudam crianças a realizar sonhos

Chama-se U.Dream e é a primeira empresa social júnior em Portugal a ajudar crianças doentes na luta pelos seus sonhos. A iniciativa partiu de um grupo de estudantes da Universidade do Porto e vai ser apresentada ao público este sábado, 29 de março, na Exponor.

"Queremos descobrir o verdadeiro sonho da criança e concretizá-lo para que assim lhe consigamos dar um bocado de esperança e alento" - é assim que Patrícia Viana, diretora geral interna da U.Dream, descreve a missão da organização, fundada na Universidade do Porto (UP), em agosto de 2013.

Desde essa altura, a associação sem fins lucrativos, que conta no presente com 45 membros, tem vindo a acompanhar crianças num "estado de saúde ténue, sobretudo com cancro e doenças raras".

Atualmente, a U.Dream acompanha dez crianças no Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO Porto) e no Centro Raríssimas da Maia. Esse acompanhamento é feito, em média, durante um período de três meses mas dá a possibilidade à criança de obter um padrinho ou madrinha, escolhido pela organização, "que o acompanhará a longo prazo". A equipa de relações humanas visita as crianças várias vezes por semana, viajando entre o IPO, o Centro Raríssima e a casa dos mais pequenos, explica Patrícia.

Desde visitas ao jardim zoológico até à realização de um book fotográfico, já são vários os sonhos concretizados pela associação. Patrícia foi madrinha da primeira criança acolhida pela associação e garante que é possível marcar a diferença. "Somos quase como um melhor amigo para eles, apesar de todos os inconvenientes", conta.

Recentemente, a vontade da associação é realizar o sonho do Gabriel, uma criança com paralisia cerebral: "Ele tem muita força nos pés e o fisioterapeuta disse que caso conseguíssemos pagar essa cadeira vertical, o menino poderia começar a dar passos e há uma grande possibilidade de começar a andar", diz.

A angariação de fundos é assim um dos principais objetivos da U.Dream e é com este propósito que se realiza no próximo sábado, dia 29 de março, a primeira gala oficial de apresentação.

In: JPN por indicação de Livresco

Auxiliares da Educação criticam recrutamento 'indiferenciado e desqualificado'

A presidente do Sindicato dos Técnicos Administrativos e Auxiliares da Educação criticou (...) o recrutamento de "pessoal indiferenciado e desqualificado" para exercer funções nas escolas dos Açores, lamentando a "falta de respeito" pelas funções que estes profissionais desempenham.
"Não pode ser. As pessoas da escola contactam com jovens e crianças deste país e têm de ser pessoas com uma formação específica e não pode ser qualquer um que trabalha com o amanhã do nosso país", afirmou aos jornalistas a presidente do sindicato, Cristina Ferreira, após um plenário sindical em Ponta Delgada, na ilha açoriana de São Miguel.
Cristina Ferreira referiu que esta sua primeira deslocação a São Miguel permitiu "conhecer no terreno as preocupações e angústias" dos assistentes operacionais e técnicos, "muito semelhantes ao resto do país" e que passam por "falta de condições de trabalho e falta de formação".
"São vistos muitas vezes como o pessoal de limpeza das escolas e não o são. Os assistentes são muito para além da limpeza", afirmou Cristina Ferreira, acrescentando que são estes profissionais que "detectam determinados sinais e problemas que os jovens e crianças têm".
Segundo a presidente do sindicato, estes profissionais precisam de formação, acompanhamento e muito respeito e, por isso, anunciou que em junho os cerca de 200 associados do sindicato em São Miguel vão poder frequentar uma formação nas áreas do comportamento e gestão de conflitos.
(...)
"Nós entendemos que estes trabalhadores, que estão na área da educação, pela especificidade de competências que lhes estão atribuídas no relacionamento com os alunos, têm de ter características especiais, que façam com que a mobilidade na administração pública seja feita apenas entre trabalhadores da área da educação", afirmou João Dias da Silva.
In: Sol por indicação de Livresco

Workshops - Intervenção nas NEE


Alunos com PHDA

Intervenção centrada na criança

12 de abril | 9:30 – 16:00

Mais informações



Alunos com DAE

Avaliação e Intervenção na caligrafia

9 de abril | 9:30 - 18:30

Mais informações



CICLO DE WORKSHOPS

31 de maio | 10:00 - 16:30

Estratégias de intervenção na sala de aula para alunos com DAE
A comunicação nas PEA
Intervenção nas Competências Sociais na Síndrome de Asperger
Agressão entre pares: Bullying e Cyberbullying
PHDA: intervenção em contexto escolar
Mais informações

Recebido por correio eletrónico

quinta-feira, 27 de março de 2014

CAMPO DE FÉRIAS NA CASA DOS MARCOS PARA CRIANÇAS COM DOENÇA RARA

A Raríssimas promove o primeiro campo de férias, gratuito, na Casa dos Marcos, para crianças e jovens dos 10 aos 16 anos com doença rara, a decorrer durante a interrupção letiva da Páscoa (7 a 11 de abril).


In: DGE

BULLYING: COMO IDENTIFICAR OS SINAIS?

Não é novidade, mas nunca é de mais lembrar: o bullying já não é só a violência física e psicológica continuada. Agora, manifesta-se também sob a forma de e-mails e sms. E quanto mais cedo os pais e os professores identificarem os sinais, melhor. O PortalBullying pode dar uma ajuda.

[Entrevista a Tânia Paias, psicóloga, que tem como área de investigação as atitudes dos jovens face à violência em contexto escolar, o que a levou a criar o PortalBullying, de que é diretora. Tem uma pós-graduação em Neuropsicologia, mestrado em Saúde Escolar e está a terminar o doutoramento em Ciências Forenses. É autora de Tenho Medo de Ir à Escola (ed. Esfera dos Livros).]

Acaba de publicar o livro Tenho Medo de Ir à Escola [ed. Esfera dos Livros], sobre bullying, e criou um portal sobre o mesmo tema (www.portalbullying.com.pt). Este é um fenó­meno novo?
_Não, na sociedade sempre houve intimi­dadores sociais, agora é que falamos mais sobre estas questões e as modalidades de perpetuação são distintas.

Quando criou o portal, achou que jovens, pais e professores estavam pouco informados?
_A ideia de criar o portal surgiu da mi­nha prática clínica com jovens vítimas de bullying. O denominador comum nestes jo­vens era (e é) o medo, e igualmente a von­tade de denunciar, mas está encapsula­da pelo receio de se tornar pior, ou de não serem capazes de se sair bem. Portanto, criar uma ferramenta com base nas novas tecnologias, através da qual os jovens pu­dessem esclarecer-se, quer pelos conteú­dos disponíveis quer por um fórum (espa­ço público), quer via chat (espaço privado), começou a fazer todo o sentido para mim. Destina-se principalmente aos jovens, e aos pais, mas efetivamente destina-se à comunidade em geral.

Que tipo de ajuda as pessoas encontram no livro e no portal?
_O livro pretende ser um guia para pais e educadores, no sentido de identificarem os sinais debullying e de cyberbullying. O portal, para além de esclarecer dúvi­das, oferece um espaço público [fórum] de «autoajuda», onde as pessoas dão o seu testemunho e ajudam outras, através das suas experiências, a perceber o que se es­tá a passar, como se sentiram e o que po­dem fazer. Existe ainda um espaço priva­do [chat] que esclarece as pessoas nas suas dúvidas específicas. Sempre que o chat es­tá online, a resposta é imediata, mas como este portal não possui qualquer financiamento e não temos capacidade para con­tratar colegas, quando não é possível estar online (dependendo das horas vagas de que disponho), as questões colocadas são en­viadas para o meu e-mail.

As vítimas geralmente não contam a ninguém que são alvo de agressões continuadas, o que agrava a situação. Por que razão o bullying não deve ser silenciado?
_Pelo simples facto de que ninguém deve sofrer em silêncio nem deve permitir que a sua liberdade lhe seja retirada.

Sentem vergonha das agressões?
_Sentem. Pela sua impotência, pelo facto de não se sentir capaz de agir, de ripostar, de parar com aquela constante humilhação. Não nos esqueçamos de que estas idades são decisivas no que concerne à aceitação dos pares, à necessidade de afirmação, de se ser bem visto, de ser popular, de possuir caraterísticas de que os outros gostem.

Segundo dados recolhidos em Portugal, no âmbito do estudo Health Behaviour in School-aged Children [HBSC], da Organi­zação Mundial de Saúde [OMS], e no qual foram entrevistados 6131 jovens, 40 por cento dos estudantes já se tinham envolvi­do em ações de bullying, tanto no papel de vítima como no de agressor. Chocou-a esta percentagem?
_Chocou, é uma percentagem alta. De res­to, também me surpreendeu o resultado de uma investigação levada a cabo por mim, numa amostra de 900 alunos, em que foi possível aferir que a percentagem entre os que maltrataram e os que se sentiram mal­tratados algumas vezes durante um ano le­tivo varia entre 34 e 38 por cento.

O que pode estar por detrás das condutas vio­lentas na escola? Podem ser manifestações de quê?
_A violência, ou a propensão para ser vio­lento, é algo inerente à condição humana, e a verdade é que no espaço escolar, onde se encontram diversas realidades sociais, faixas etárias distintas, é natural que ha­ja conflito, divergência. É por esta altura que os jovens são atraídos por muitos es­tímulos externos, são permeáveis às mar­cas, pouco tolerantes com a diferença, têm dificuldade em flexibilizar o pensamento, em se colocarem no lugar do outro, ficando assim o caminho aberto para as condutas mais violentas. Agora, o mau ambiente familiar, o desajuste social, o sentimento de rejeição e a necessidade de chamar a atenção ampliam em grande escala estas condutas, potenciando que as divergências inerentes à fase em que se encontram assumam outras proporções. Também não nos devemos esquecer de que o temperamento (a personalidade) dos jovens irá determinar em grande escala uma maior ou menor adequação à resolução destas situações.

Qual é o perfil da vítima de bullying?
_Ainda que qualquer criança/jovem possa estar no papel de vítima/agressor/espetador, podemos considerar alguns sinais de uma maior tipificação: crianças mais tímidas, inseguras, com baixa autoestima, ansiedade, introversão.

E do agressor?
_Não respeita o espaço dos outros, possui uma conduta muito agressiva, o grupo e o tipo de interesses que desenvolve continuadamente atentam a liberdade dos outros.

O que se passa na cabeça de um e de outro?
_Ambos possuem desajustes relativa­mente à agressividade. Se por um lado o agressor necessita deste tipo de condu­ta para se sentir superior aos outros, na maioria dos casos para esconder os seus próprios sentimentos de solidão, tristeza, a vítima engendra todo o tipo de ação pa­ra fazer face a estas situações, mas o me­do faz que não se sinta capaz de colocar em prática aquilo que quer fazer. Instala-se assim uma espiral descendente com sen­timentos de incapacidade, raiva, revolta para consigo mesmo (e para com os outros também), vergonha, etc.

Com base naquelas caraterísticas pessoais, é possível os pais saberem se têm filhos potencialmente vítimas ou potencialmente agressores?
_É possível aos pais, se estiverem atentos ao estilo de convivência dos filhos, à sua propensão natural para lidar com as cir­cunstâncias e ao ambiente em que estes circulam, aperceberem-se de algumas ca­raterísticas que jogam um papel decisivo numa e noutra conduta.

A partir de que idade [dos filhos] os pais de­vem preocupar-se?
_Se é verdade que existe uma idade mais complexa (11/15 anos) e uma tipificação maior dos comportamentos, também te­nho tido conhecimento de situações que envolvem a dinâmica dobullying já no pré-escolar. Portanto, se sabemos que em anos mais tardios devemos vigiar os com­portamentos, não devemos esquecer-nos de que estes primeiros anos escolares ser­virão como sinais de alerta para o tipo de relacionamento entre pares.

E como é que os pais podem ajudar os filhos, num caso e no outro?
_No caso das vítimas, devem auxiliar na restituição da capacidade de resposta e is­to faz-se pensando com eles, ensinando-os a procurar alternativas, a ensaiar res­postas, atitudes, formas de estar e de se relacionar com os outros. Ajudá-los a in­tegrarem-se novamente, isto porque a ví­tima acaba por se sentir excluída dos gru­pos. Quanto aos agressores, é necessário fazer-lhes perceber que existem certos ti­pos de comportamentos que são inaceitá­veis, devem desenvolver a sua capacida­de de se colocar no lugar do outro, traba­lhar as competências sociais, a empatia. É importante canalizar a componente mais agressiva para meios mais saudáveis, como o desporto por exemplo.

E qual o papel da escola? Castigar ou colocar à disposição das vítimas e dos agressores um terapeuta, por exemplo?
_A escola deve responsabilizar, porque o mais importante nestas situações é que estes jovens compreendam a repercussão dos seus atos e isso faz-se implicando-os na resolução dos mesmos. Mas também é necessário acompanhar estes jovens com apoio especializado: no caso das vítimas é necessário ensinar-lo a defender-se, resti­tuir a sua capacidade de resposta e autoes­tima; no caso dos agressores é necessário trabalhar a agressividade, as condutas de base, a forma como se relacionam consigo mesmos e com os outros.

In: Notícias Magazine por indicação de Livresco

Morrem por ano 200 crianças e jovens sem receber cuidados paliativos

Todos os anos morrem em Portugal cerca de 600 crianças e jovens, cerca de 200 necessitariam de cuidados paliativos mas morrem sem os receber, afirma a pediatra Ana Lacerda, da Comissão de Cuidados Continuados e Paliativos da Sociedade Portuguesa de Pediatria. Este será um dos temas debatidos no VII Congresso Nacional de Cuidados Paliativos que decorre nesta quinta e sexta-feira no Algarve.

Quando se fala de paliativos pensa-se erradamente que apenas dizem respeito “a cuidados em final de vida”, a situações “agónicas” em que a morte é inevitável e iminente, e essa é uma noção incorrecta, esclarece, desde logo, a médica.

A prestação de cuidados paliativos, tal como os define a Organização Mundial de Saúde (OMS), engloba, por exemplo, a medicação para o controlo de sintomas, desde fármacos para a dor, para o controlo de espasmos e vómitos, mas também apoio psicológico à crianças e suas família, incluindo os irmãos da criança doente, “que muitas vezes são esquecidos”. Passa “por encaminhar as pessoas para os apoios sociais e financeiros que existem para os seus casos e que as pessoas muitas vezes desconhecem”. Nos casos “mais dramáticos” os cuidados paliativos passam também “pelo apoio no luto, no apoio à família pós-morte”, nota.

Ana Lacerda, que é pediatra no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, diz que não se está a dizer que estas crianças não recebem cuidados de saúde adequados, o que se está a dizer é que não recebem cuidados paliativos, com tudo o que isso implica. E, a este nível, Portugal é “na Europa desenvolvida” o mais atrasado. De acordo com um mapa da OMS divulgado em Janeiro deste ano, “Portugal está no nível zero em termos de provisão de cuidados paliativos pediátricos, a par de África, da Ásia e da América do Sul ocidental”. (...)
Nota: Destacado do editor do blog.

quarta-feira, 26 de março de 2014

“Apoio Psicológico no Ensino Superior: da Organização dos Serviços à Promoção do Sucesso Educativo”

Teresa Espassandim, psicóloga, especialista no apoio psicológico a estudantes do Ensino Superior, membro fundador e da direção da Rede de Serviços de Apoio Psicológico no Ensino Superior (RESAPES-AP), é a oradora convidada pelo Departamento de Psicologia e Educação da Universidade de Beira Interior para proferir a conferência “Apoio Psicológico no Ensino Superior: da Organização dos Serviços à Promoção do Sucesso Educativo”, no dia 2 de abril, a partir das 14H30, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (anfiteatro 7.21) da Universidade da Beira Interior.

Delimitar e apresentar a temática enquanto área de intervenção psicológica, as condições e alternativas de organização, ganhos esperados numa perspetiva pessoal (dos estudantes) e institucional são os objetivos da iniciativa que, embora aberta à comunidade, tem como destinatários preferenciais os estudantes de graduação e pós-graduação em Psicologia, participantes e colaboradores em serviços de apoio aos estudantes do Ensino Superior, responsáveis por estes serviços, dirigentes associativos e estudantes do Ensino Superior em geral.

Recebido por correio eletrónico

Portugal não tem cuidados paliativos para crianças

É uma falta que penaliza as crianças afetadas por doenças incuráveis. Portugal é o país da Europa Ocidental mais atrasado nos cuidados paliativos para crianças, não dispondo sequer de serviços especializados, segundo um relatório que vai ser apresentado no VII Congresso Nacional de Cuidados Paliativos, dias 27 a 29 de Março, no Algarve.

Faltam equipas especializadas em cuidados paliativos pediátricos, falta organização dos serviços e faltam profissionais formados no apoio às crianças e às famílias, aponta Ana Lacerda, pediatra no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e membro da comissão de cuidados continuados e paliativos da Sociedade Portuguesa de Pediatria. “Estas crianças podiam sofrer menos e não é só nos últimos tempos de vida. Às vezes falamos de anos de suporte à vivência com uma doença crónica complexa que limita a qualidade de vida da criança”, alertou, (...) criticando ainda o facto de estas crianças serem tratadas como se as doenças de que elas sofrem fossem curáveis quando não o são. Como se não bastasse, os cuidados existentes estão centralizados em hospitais terciários que ficam muitas vezes "a centenas de quilómetros do domicílio dos doentes".

As crianças não são, porém, as únicas afetadas pela inexistência de cuidados paliativos. No Serviço Nacional de Saúde, apenas 10% dos doentes são referenciados para este tipo de cuidados, segundo a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP). “Cerca de 90% da população que precisa de cuidados paliativos em Portugal não os recebe”, aponta a APCP.

Baseando-se no relatório da Entidade Reguladora da Saúde, a APCP recorda que, entre Janeiro de 2011 e Setembro de 2012, apenas 3.450 doentes foram referenciados para a rede nacional de cuidados integrados.

“Fica claro que nem o Serviço Nacional de Saúde nem as entidades fora da rede e os privados conseguem dar uma resposta a estas milhares de pessoas, todos os anos”, conclui a APCP.

Além do desconhecimento da população quanto a estes cuidados que podem fazer toda a diferença para quem sofre de uma doença incurável, a APCP lembra que a lentidão dos tempos de referenciação para os serviços não se compadece com as necessidades dos doentes: 50% das pessoas morrem antes de serem chamadas.

A APCP defende assim a criação com urgência de uma rede de cuidados paliativos domiciliários, capaz de apoiar a rede hospitalar nos apoio a estes doentes. E, a partir dos dados do INE que lembra que 62.107 das 103.512 pessoas que morreram em 2007 tiveram necessidade de cuidados paliativos, aquela associação propõe que a rede integre 265 médicos e 465 enfermeiros com formação específica na área e a criação de 1062 camas de internamento, o que corresponde a 89 unidades, “30% delas em hospitais de agudos e as restantes noutras tipologias de instituições, com 200 médicos e 500 enfermeiros por dia”.

Jovens estão preocupados com sucesso escolar, futuro profissional, aparência e morte

A principal preocupação dos jovens portugueses é o sucesso escolar, mas os alunos do 3.º ciclo também andam inquietos com o futuro profissional, a sua aparência e a morte, revela um estudo realizado a dois mil estudantes.
Promovido pela Associação EPIS - Empresários pela Inclusão Social, o estudo incidiu sobre as expectativas, preferências e capacidades de 1963 alunos com idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos, que frequentam o 3.º ciclo.
Segundo o inquérito, realizado no final de 2013, a primeira preocupação dos jovens é o seu sucesso na escola (70%): tanto rapazes como raparigas têm esta preocupação, existindo apenas pequenas diferenças entre os que têm bons e os que têm maus resultados (69% e 73%, respectivamente).
Os jovens andam também preocupados com o futuro profissional (58%), a sua aparência (38%), a morte (32%) e com o facto de não terem amigos (19%), revela o inquérito realizado em 18 concelhos.
A mudança de escola e o desemprego (14%, em ambos) também fazem parte das situações que mais desassossegam os alunos portugueses.
Os resultados do estudo "parecem indicar que os jovens se preocupam de uma forma bastante homogénea quanto à sua vida futura, sejam rapazes ou raparigas, sejam melhores ou piores alunos", adianta Diogo Simões, diretor-geral da EPIS, para concluir que "os jovens parecem sonhar de modo bastante semelhante a sua realização pessoal, que entendem passar pelo sucesso escolar e pela escolha de uma profissão".
No entanto, as diferenças entre ser rapaz ou rapariga voltam a ser demonstradas neste estudo da EPIS que revela, por exemplo, que os rapazes preferem o desporto enquanto as raparigas gostam mais de música.
No geral, o desporto (50%) e a música (40%) são as duas áreas preferidas, mas há grandes disparidades percentuais: eles preferem o desporto (68%), a informática (37%) e a música (33%) enquanto elas gostam mais de música (47%), desporto (34%), artes visuais (23%) teatro (20%), saúde (32%) e educação (20%).
No que toca à ocupação dos tempos livres, a maioria dos rapazes volta a escolher o desporto e jogar computador como "hobbies" preferidos, enquanto as meninas preferem ouvir música ou simplesmente estar com os amigos.
Os números do inquérito indicam que três em cada quatro rapazes gostam de fazer desporto e jogar computador e 35% gosta de ouvir música (35%). Já entre as raparigas, metade diz que gosta de ouvir música, havendo um grupo mais pequeno que gosta de estar com amigos (36%) e ligar-se às redes sociais (33%).
Quando se questiona os jovens quanto às suas expectativas de futuro, são os bons alunos que parecem acreditar mais na na sua capacidade de poderem viver e trabalhar em Portugal.
Apesar de se mostrarem preocupados quanto ao seu futuro, um em cada três (37%) ainda não sabe que profissão gostaria de ter. Entre os que já se debruçaram sobre o assunto, destacam-se apenas duas profissões: desportista (9% das respostas) e médico (8%).
O diretor geral da EPIS acredita que é através de uma educação personalizada, com a ajuda da família e da escola, em que cada indivíduo é objecto de atenção especial e diferenciada, que se podem potenciar ao máximo as capacidades de todos os alunos. (...)

Jogos de vídeo aumentam agressividade dos jovens

Os jovens que jogam jogos de vídeo têm mais propensão para pensar e agir de forma agressiva, indica um estudo feito a mais de 3.000 estudantes em Singapura e hoje divulgado.
O estudo, publicado pela revista da American Medical Association e baseado em três anos de trabalho com 3.034 jovens, concluiu, com base nas respostas dos estudantes, que havia uma ligação entre o uso frequente de jogos de vídeo e as altas taxas de comportamentos e pensamentos agressivos.
A idade média dos entrevistados era de 11 anos no início do estudo, sendo rapazes três quartos do total.
Os investigadores concluíram que rapazes e raparigas davam respostas idênticas e que essas mudanças de comportamento não se deviam ao ambiente familiar, pelo que, até com base em pesquisas anteriores, há uma ligação entre os jogos de vídeo e o comportamento agressivo.
"Este estudo mostrou que jogar habitualmente vídeos violentos aumenta o comportamento agressivo a longo prazo, através de mudanças gerais de cognição, e isto acontece independentemente do sexo, idade, agressividade da personalidade ou envolvimento familiar", revela o estudo.
Os jovens foram convidados a responder a seis perguntas sobre comportamento agressivo e também a perguntas sobre pensamentos hostis.

In: SOL por indicação de Livresco

Casa das Artes mostrou Koch a educar através do desporto

"O Enorme Sonho", exibido esta segunda-feira na Casa das Artes, foi o terceiro filme do ciclo que pretende refletir sobre a educação através do cinema. O filme fez ver como os diferentes métodos de ensino podem fazer os professores chegar mais facilmente aos seus alunos.

O ciclo de cinema sobre educação que decorre, até ao fim de março, na Casa das Artes, no Porto, exibiu, nesta segunda-feira, "O Enorme Sonho", de Sebastian Grobler, nomeado para Melhor Filme nos German Film Awards de 2012. A obra acompanha a chegada de Konrad Koch à vila de Braunschweig, na Alemanha, para ser o novo professor de inglês de uma turma de liceu.

No final do século XIX, numa época em que o imperialismo alemão era marcado por rigidez, ordem e disciplina, o professor Koch, vindo do sistema de ensino britânico, tenta aplicar os seus métodos numa turma onde os preconceitos contra "os tomadores de chá" lhe trazem certas dificuldades.

Através de um novo desporto, até então desconhecido no império alemão - o "football"-, Koch consegue, a pouco e pouco, aproximar-se dos seus alunos e fazer com que aceitem aprender o inglês. Os métodos do professor acabam, no entanto, por ser travados pelo corpo docente do colégio, que é da opinião que nem a língua, nem o desporto praticado pelos "bárbaros" ingleses favorecem a educação dos jovens alemães.

Konrad Koch decide, então, aplicar todos os seus esforços para alterar as perspetivas educacionais dos alemães, levando-os a crer que o futebol não se tratava de uma "doença inglesa" e que poderia gerar nos alunos valores, como espírito de equipa e camaradagem.

Um filme que dá "um prazer contagiante"

Após a exibição do filme, a Casa da Artes deu lugar a Paulo Nogueira, que partilhou a sua opinião sobre o significado d'"O Enorme Sonho". Tendo já comparecido em várias conferências científicas sobre educação, Paulo Nogueira acredita que este filme foi "um contraponto bem positivo" em comparação ao filme "Elephant", por ser muito menos analítico ou até "mental".

Com interesse pelo estudo da filosofia da educação, Paulo Nogueira considera que, neste filme, se vê nascer um herói na figura do professor, professor esse que, apesar de ser visto como "objeto do maior número de injustiças", nos dá um "prazer contagiante".

A figura de Konrad Koch acaba por nos passar uma mensagem de "esperança, mudança, transformação, inovação e resistência", ou seja, os valores que "são pilares da construção da identidade de um professor perante as adversidades", neste caso, de um regime imperial.

Apesar de a educação ser muito conservadora e militarista, Nogueira considera que conseguimos perceber que "é através da educação que as novidades e as mudanças conseguem triunfar" e formar a resistência e, até, a mudança.

"Uma metáfora extraordinária sobre a luta da democracia contra a ditadura"

Já José Alberto Lemos preferiu não falar de pedagogia. Para o jornalista, o filme foi uma "metáfora extraordinária", porque demonstra um contraste entre sistemas: um sistema liberal representado por um opressor que veio de um país onde viu novas ideias e que chega a um sistema completamente totalitário.

Para José Alberto Lemos, o futebol é também uma excelente metáfora para caracterizar estas duas culturas. É "talvez o desporto mais democrático que existe", uma vez que "põe o rico a jogar com o pobre". O futebol "não discrimina ninguém, nem fisicamente nem socialmente".

Tendo conseguido construir uma equipa num contexto de profunda discriminação, o professor Koch "conseguiu fazer o chamado team building" e fazer com que o futebol se tornasse um discurso democrático, "de fair play" contra o discurso imperial que, hoje em dia, muitas vezes, "atribuímos a Merkel", quando a pintamos com o "bigode de Hitler".
In: JPN por indicação de Livresco

Apostar mais na leitura, escrita e matemática no ensino básico reduz abandono escolar

O consultor internacional de Educação Peter Mathews, que tem trabalhado para a OCDE e é professor na Universidade de Londres, vai estar nesta quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a defender que o combate ao abandono escolar deve concentrar-se nos primeiros anos de escolaridade e que as prioridades devem passar por tornar as crianças leitoras competentes, com capacidades ao nível da escrita e domínio de noções básicas de matemática.

Sem isto, defende, os alunos não entendem o que estão a estudar, o que os pode levar, mais tarde, a desistirem. A conferência deste especialista pretende responder à pergunta “Por que deixam as crianças de gostar da escola?” e está incluída num programa, organizado pela EPIS – Escolas de Futuro, com mais oradores.

“A conferência é sobre o que pode ser feito com crianças mais novas para prevenir o abandono escolar quando são mais velhas. Acreditamos, em Inglaterra, que podemos fazer muito nos primeiros anos e que isso torna as crianças mais receptivas à educação quando se tornam mais velhas”, diz Peter Mathews.

O especialista, que tem vindo a fazer pesquisas sobre a aprendizagem no ensino básico, defende que “é muito importante que cada criança seja um leitor competente”, que escreva de forma competente e que tenha noções de matemática. Peter Mathews entende que só dominando a leitura, sabendo ler e compreendendo o que se lê, é que as crianças conseguem perceber outras matérias e achá-las interessantes. Um investimento na educação nos primeiros anos de escolaridade “reduz o número de problemas relacionados com o abandono escolar, assiduidade e comportamento, quando as crianças se tornam mais velhas”.

A conclusão parece óbvia, mas nem sempre é posta em prática. “Há professores que pensam que ensinar é só ensinar as suas disciplinas, mas é sobretudo ensinar os seus alunos. E a forma de levar os alunos a querer aprender mais é ensiná-los de uma maneira muito ativa. Para que se tornem também eles ativos na sua aprendizagem”, diz. E exemplifica: “As crianças não aprendem a escrever por lhes ser dito como devem escrever, elas aprendem quando têm coisas interessantes sobre que escrever, quando são ajudadas. Se lhes disserem, eles esquecem. Se fizerem, eles percebem e lembram-se.”

Outra preocupação deve passar por “canalizar mais esforços e recursos para as crianças de famílias desfavorecidas”, porque “todas as crianças podem ter sucesso, independentemente” do contexto socioeconómico. Peter Mathews é contra as retenções, porque fazem com que os alunos percam confiança e autoestima. Defende antes que cada caso seja abordado individualmente, respondendo às necessidades de cada criança.

Peter Mathews liderou em 2008 o relatório Políticas de valorização do primeiro ciclo do ensino básico em Portugal, entregue ao Ministério da Educação. Em causa estava, entre outros aspetos, o encerramento de escolas pequenas e a inclusão destas em agrupamentos, medida que o especialista considera positiva.
In: Público por indicação de Livresco
Nota: Destacados da responsabilidade do editor do blog.

terça-feira, 25 de março de 2014

Fenprof e associações de deficientes levam queixa a organizações internacionais

As condições em que se está a ser prestada a educação especial em Portugal vão ser alvo de denúncias junto de organizações internacionais como a UNESCO e a OIT, anunciou hoje, em Lisboa, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof).


"Os problemas identificados no início do ano letivo mantêm-se", afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, em conferência de imprensa conjunta com a Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD) e a Associação Nacional de Deficientes (AND).

Os dirigentes da Fenprof afirmam que um levantamento realizado junto dos órgãos de gestão das escolas, que obteve 229 respostas e ficou concluído em fevereiro, mostra um aumento do número de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) e uma diminuição de docentes destacados para esta área, a par de excesso de alunos nas turmas.

De acordo com os dados hoje apresentados, o número de alunos com NEE passou de 13.121, no ano letivo 2012/2013, para 13.689, no ano em curso.

Por outro lado, segundo a mesma fonte, verificou-se uma diminuição no número de docentes de educação especial, de 1.204 para 1.149, no mesmo período.

É também referida a colocação tardia de docentes, "muitos apenas a partir de novembro".

As três estruturas denunciaram ainda que continua a ser ultrapassado o limite legal para constituição de turmas que integrem alunos com necessidades especiais de apoio.

As turmas com mais de 20 alunos e/ou mais de dois alunos com NEE mantém-se porque, "apesar do protesto de docentes e encarregados de educação, o Ministério da Educação, em inúmeros casos não permitiu o desdobramento de turmas", lê-se no documento distribuído à imprensa.

As três organizações anunciaram hoje que, "face a situação tão negativa", vão avançar com queixas junto da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da agência das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (UNESCO), da Internacional da Educação (IE) e do Forum Europeu da Deficiência (FED).

Serão igualmente informados o Ministério da Educação, a Assembleia da República, os deputados europeus e as candidaturas às eleições europeias, marcadas para maio.

"Em causa está o contínuo desrespeito do Governo português por muitas crianças e jovens com NEE e as suas famílias", defendem as organizações signatárias.

De acordo com a Fenprof, há casos de crianças que apenas têm meia hora de apoio por semana.

Entre os vários casos apresentados, está o de um agrupamento em Amarante, com 137 alunos a necessitar de apoio e apenas oito docentes para efeito.

"O horário de docentes de educação especial é de 22 horas letivas por semana", explicou Ana Simões, da Fenprof, indicando que estes profissionais chegam a ter largas dezenas de alunos para apoiar.

O levantamento efetuado revela também que o número de técnicos passou de 481, no ano passado, para 534, este ano, mas que sofreu "uma forte redução" o número de horas para apoiar alunos com NEE. "Muitos estão contratados a tempo parcial", disse Mário Nogueira.

De 04 a 10 de maio, as organizações vão juntar-se a uma iniciativa mundial, a semana de ação global pela educação "Deficiência e Educação", durante a qual procurarão sensibilizar a população para esta temática, através da distribuição de informação e da realização de encontros e debates.
In: DNoticias.pt por indicação de Livresco

Utopias 2014

E se, em dois dias, em quinze horas, a Casa das Histórias Paula Rego fosse transformada numa escola? Numa escola, não! Numa escola que fosse uma ilha. Numa ilha, não! Numa ilha que fosse a Ilha da Utopia... Sim. E assim nasce o .: Utopias | 2014 .: Lugares Imaginários em Educação :.. Um encontro em formato de momento acreditado para professores numa parceria com a Raiz Editora e o Centro de Formação de Escolas do Concelho de Cascais que transformará, definitivamente, tudo o que se conhece e já viu no universo da educação. Bem-vindos/as ao .: Utopias | 2014 :.!

Com a presença de Eduardo Marçal Grilo, Eduardo Sá, Santana Castilho, Teresa Ricou, Valter Hugo Mãe, Paulo Guinote, Susana Paiva, Isabel Fernandes Pinto, Susana Pires, Dulce Ferreira, Joana Andrade, Ana Breysse, Artur Coelho, Samuel Silva entre muitos outros apresentamos o programa do Utopias | 2014 .: Lugares Imaginários em Educação :. que decorre nos dias 4 e 5 de Abril de 2014 na Casa das Histórias Paula Rego em parceria com a Raiz Editora e oCentro de Formação de Escolas do Concelho de Cascais. Esperamos por si para uma visita a esta ilha fantástica! :.

.: Programa aqui :.
Para mais informações, aqui!


Os alunos do 9.º ano que realizarem prova a nível de escola podem frequentar cursos científicos-humanísticos

O JNE esclarece que os alunos do 9.º ano de escolaridade que realizem provas a nível de escola podem prosseguir estudos de secundário em cursos científico-humanísticos.

Exmo. Sr.

Relativamente à questão que nos colocou informamos que não vai ser considerada qualquer limitação a nível de prosseguimento de estudos de nível secundário incluindo os cursos científico humanísticos caso os alunos realizem provas finais do 9.º ano de Português e de Matemática a nível de escola desde que estejam abrangidos pelo Decreto Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro e nos termos constantes da Norma para Aplicação de Condições Especiais na Realização de Provas e Exames JNE/2014.
Com os melhores cumprimentos.
cid:image001.png@01CF444F.800155B0

Como referi em "Provas de final de 3.º ciclo a nível de escola e suas consequências", esta situação vai contra a determinação do regulamento de exames que afirma: "A partir do ano letivo de 2013-2014, os alunos referidos no número anterior [alunos cegos, com baixa visão, surdos severos ou profundos, com limitações motoras severas ou com limitações funcionais do domínio cognitivo do 9.° ano de escolaridade] que pretendam frequentar os cursos científico-humanísticos do ensino secundário têm de realizar, obrigatoriamente, as provas finais do 3.° ciclo a nível nacional podendo, no entanto, usufruir de condições especiais de avaliação ao abrigo da legislação em vigor." (Cf. n.º 5 do art.º 46.º do Anexo II do Despacho normativo n.º 5/2013).
Por outro lado, a Norma para Aplicação de Condições Especiais na Realização de Provas e Exames JNE/2014 é omissa quanto a esta questão.

Recebido por correio eletrónico

Workshop: "Adequações Curriculares Individuais e Estratégias de Diferenciação Positiva para Alunos com NEE"

A preocupação crescente com a adoção de práticas educativas inclusivas que proporcionem a todos os alunos um ensino de qualidade, obriga a uma reflexão constante, sobre o tipo de medidas e estratégias a implementar no interior da sala de aula, para dar resposta às necessidades individuais e coletivas dos seus alunos. Numa sala de aula inclusiva, impõem-se as práticas de diferenciação positiva, que assegurem aos alunos com Necessidades Educativas Especiais a igualdade de oportunidades, tanto no acesso ao currículo, como na obtenção de sucesso nas aprendizagens e nos resultados escolares. Diversificar, diferenciar e flexibilizar são, assim, as palavras-chave para vencer os maiores desafios que se colocam aos profissionais, perante a heterogeneidade de situações. Contudo, nem sempre se encontram nas estratégias diversificadas, ou nas práticas mais flexíveis, as respostas às necessidades individuais de cada aluno. Para alguns, só o recurso a adequações de âmbito curricular é que lhes garante as condições necessárias para potenciar o seu funcionamento biopsicossocial e desenvolver as competências esperadas para o seu grau ou nível de ensino.

Data e Horário: 5 de abril de 2014 (sábado), das 10 às 17 h

Local: Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (Parque das Nações)

Objetivos
- Promover a reflexão sobre a necessidade de adequações curriculares individuais, como resposta à diversidade dos alunos no contexto da sala de aula inclusiva;
- Refletir sobre os diferentes tipos e níveis de adequações curriculares individuais;
- Desenvolver competências para a identificação da necessidade de adequações no currículo e/ou nos meios de acesso ao currículo;
- Desenvolver competências para a elaboração de adequações curriculares individuais;
- Refletir sobre práticas de diferenciação pedagógica e de organização e gestão de uma sala de aula inclusiva;
- Identificar fatores ambientais facilitadores da aprendizagem.

Conteúdos Programáticos
1. Conceito de Adequações Curriculares na Educação Especial
2. Âmbito e Níveis de Adequações Curriculares Individuais
3. Características das Adequações Curriculares Individuais
4. Práticas de diferenciação e de flexibilização na organização e gestão de ambientes inclusivos
5. Tomada de decisão no seio das equipas multidisciplinares:
a) Quais os alunos que requerem adequações curriculares individualizadas?
b) Quais as adequações necessárias para as diferentes problemáticas?
c) Quando se justifica a adequação curricular?
d) Adequações nas Componentes do Currículo ou Adequações nos meios de Acesso ao Currículo?

Destinatários
- Educadores e Docentes de todos os níveis e ciclos de ensino
- Docentes de Educação Especial e Intervenção Precoce
- Técnicos Especializados das Equipas Multidisciplinares de Avaliação e Intervenção em Educação Especial.

Nº de participantes
35 (Admissão por ordem de chegada da inscrição.)

Formadora
Dra. Maria da Conceição Vitorino Baião

Preço de Inscrição
Até 29 Mar. 2014 - 75 €; Após 29 Mar. 2014 - 100 €

Organização e Secretariado
Oficina Didáctica
Rua D. João V, nº 6-B (ao Rato)
1250-090 Lisboa
Tel.: 213 872 458 - Email: info@oficinadidactica.pt
Recebido por correio eletrónico

segunda-feira, 24 de março de 2014

Projeto Hipoterapia apoia alunos com necessidades educativas especiais

A Associação Recreativa e Cultural da Azenha (ARCA) apresentou, no Clube Hípico de Valongo, o projeto “Hipoterapia”, destinado a alunos com necessidades educativas especiais do Agrupamento de Escolas de Campo.
No Centro Hípico de Valongo, já são 16 os alunos com necessidades educativas especiais que usufruem do prazer de andar a cavalo com fins terapêuticos. Os benefícios da hipoterapia são evidentes a nível cognitivo, motor, social e emocional. Para já, apenas usufruem do projeto os 16 alunos com necessidades educativas especiais que frequentam a hipoterapia durante o horário letivo, em substituição de disciplinas mais complexas que não têm capacidades para aprender. Futuramente pretende-se alargar o projeto Hipoterapia a todos alunos com necessidades educativas especiais do Agrupamento de Escolas de Campo, que são cerca de 40, e em horários não letivos de modo a conciliar a hipoterapia com a aprendizagem curricular.
Este projeto é dinamizado pela ARCA, em parceria o Instituto Português da Juventude e do Desporto (IPJD), o Clube Hípico de Campo, o Agrupamento de Escolas de Campo, a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Campo e a Associação das Coletividades do Concelho de Valongo. A Câmara Municipal de Valongo e a Junta de Freguesia de Campo e Sobrado também se associaram a esta parceria, apoiando o projeto em termos logísticos.
As entidades envolvidas no projeto Hipoterapia formalizaram também um protocolo, que vai permitir um primeiro apoio financeiro no valor de 1.500€ por parte do IPJD. Este protocolo permitirá também assegurar a continuidade do projeto, que até agora dependia apenas da boa vontade das entidades envolvidas.
In: CM Valongo por indicação de Livresco