Quase 90% dos professores de Educação Especial pedem o reforço das horas de apoio direto aos alunos no próximo ano letivo por o regime de ensino à distância ter provocado a estagnação ou regressão das suas competências.
Num questionário realizado pela Federação Nacional de Professores (Fenprof), entre a última semana de maio e primeira de junho, 88,5% dos docentes que responderam (384) defenderam que os alunos precisam de "apoios acrescidos". Para cerca de dois terços (66,9%) serão necessárias mais horas de apoio docente direto, assim como mais horas de terapias (59,5%).
Os alunos abrangidos pela Educação Inclusiva integram o grupo - tal como os alunos do Pré-Escolar, 1.º e 2. ciclos e sinalizados como de risco de maus tratos - dos que devem manter-se prioritariamente em regime presencial se a evolução da pandemia voltar a forçar o fechar as escolas no próximo ano letivo. Nas orientações apresentadas pelo ministro da Educação, na semana passada, recorde-se, Tiago Brandão Rodrigues prometeu o reforço do crédito horário das escolas para serem contratados mais docentes, técnicos e funcionários.
A Fenprof considera de "parcas" as condições anunciadas pois, em média, estima a Federação, vão traduzir-se num reforço de três professores por agrupamento para aumentar tutorias, coadjuvações, equipas multidisciplinares e apoios.
Máscaras para alunos com surdez
No questionário, os professores alertam que no próximo ano com todos os alunos de regresso às escolas os equipamentos de proteção individual não podem limitar-se à distribuição de máscaras e álcool-gel. Há atividades desenvolvidas com alunos com pouca autonomia e, por isso, consideram imprescindível a disponibilização de batas (65,5%), luvas (62,6%) e viseiras (52,8%). E até de toucas, óculos e fatos de proteção completa apesar de em "menor percentagem", refere o comunicado da Fenprof.
No caso de alunos com surdez, 13,7% alertam que professores e alunos devem usar máscaras transparentes por causa da Língua Gestual Portuguesa.
Se a pandemia forçar nova fase de ensino à distância, mais de metade dos docentes (56,8%) defende que estes alunos devem receber novos equipamentos informáticos adaptados "às suas características" - 38,2% considera que os professores devem receber material idêntico para trabalhar com os alunos à distância.
Os alunos com menor autonomia e maiores dificuldades de aprendizagem foram os "mais penalizados" com o ensino à distância, garante a Fenprof.
Fonte: JN por indicação de Livresco
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