O modelo psico-educativo que Portugal usa no acompanhamento de crianças autistas está a ser usado como referência para os psicólogos venezuelanos especializados na área, com alguns a defenderem a criação de mecanismos de intercâmbio.
"Estamos no bom caminho, estamos a usar o mesmo modelo que em Portugal no que se refere ao trabalho psicoeducativo na área do autismo na Venezuela, com base em experiências recentes", disse Daysi Sá uma das especialistas na área.
Daysi Sá falava à Agência Lusa à margem do II Congresso sobre a Infância Luso-venezuelana, uma iniciativa do Consulado Geral de Portugal em Caracas e da Academia da Espetada de Caracas, que hoje reuniu profissionais do setor e representantes de organismos da comunidade portuguesa local.
"Quando falamos de comunidades e de nações é importante dizer que o autismo não distingue raça, sexo, nível socioeconómico, nem origem cultural, é uma questão que nos diz respeito a todos e compete a todos", disse.
Luso-descendente e psicóloga especializada em autismo, Daysi Sá explicou que visitou Portugal, tendo constatado, na Madeira, como terapeutas da linguagem, terapeutas ocupacionais, psico-pedagogos e docentes trabalham em equipa no acompanhamento de crianças autistas.
"As crianças que ainda estão numa aula à parte, que se chama aula integrada, podem conviver com os demais companheiros em aulas regulares. Isso é precisamente o que na Venezuela estamos a tratar de fazer, envolver as crianças (autistas) com uma equipa interdisciplinar em colégios regulares", disse.
Para a especialista "seria ideal criar bases sólidas para poder fazer algum intercâmbio formal", em que os peritos portugueses pudessem expor as suas ideias e debater com os venezuelanos.
"Há uma população bastante grande de crianças na comunidade portuguesa com estas características. Contar com o apoio de políticas públicas do país (Portugal) e que (os técnicos portugueses) se envolvessem connosco, seria ideal e o norte de todo o trabalho interdisciplinar", disse.
Daysi Sá faz parte da Cepia, uma instituição educativa venezuelana sem fins lucrativos criada em 1997 para apoiar crianças e jovens autistas, com transtornos de desenvolvimento, conduta e comunicação.
Mais de 800 crianças e adolescentes venezuelanos são ,acompanhados em diversas regiões, por profissionais da Cepia, organismo que se transformou num centro de referência para o diagnóstico e despistagem de transtornos do espectro autista.
In: JN
Sem comentários:
Enviar um comentário