sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Concurso autoriza mais psicólogos para as escolas

Pela primeira vez desde o ano letivo de 2009/2010, o Ministério da Educação aumentou o número de psicólogos a serem contratados para as escolas. Segundo uma nota enviada ontem às redações pela tutela, foi autorizada a contratação adicional de 181 psicólogos, tendo em conta as necessidades das escolas.

No último ano letivo tinha sido autorizada a contratação de apenas 176 psicólogos. O número de vagas para psicólogos escolares contratados na rede de escolas públicas tem encolhido de ano para ano. Se em 2009/2010 houve cerca de 300 lugares, no ano seguinte foram menos 100. Em setembro a quota acabou por ficar reduzida 176 candidatos colocados nas escolas.

O despacho que autoriza agora a contratação de 181 profissionais foi assinado na quarta-feira pelo secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, depois da avaliação e da proposta feita pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares ao ministério. A nota enviada ontem sublinha que "este ano, a autorização para a contratação surge mais cedo. Já no ano anterior o MEC antecipou dois meses a autorização de contratação de psicólogos ao serviço das escolas, sendo este mais um fator para a abertura do novo ano letivo com tranquilidade".

Os 181 psicólogos adicionais podem juntar-se aos que se encontram nos quadros e aos que poderão ser contratados pelas escolas com contrato de autonomia e pelas escolas integradas nos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP).

Em julho, a Ordem dos Psicólogos defendeu que as escolas portuguesas precisavam de mais 750 profissionais a tempo inteiro, lamentando que não haja colocações permanentes desde 1999. "Seriam necessários, de forma permanente, pelo menos mais 750 psicólogos a nível nacional", para se atingir um rácio de "um por mil alunos", disse à Lusa Vítor Coelho, membro da direcção da Ordem dos Psicólogos. "Temos 176 psicólogos que todos os anos são contratados em outubro e dispensados em julho. Isto é um ciclo que dificulta muito a qualidade das intervenções e o próprio aluno acaba por ganhar resistência a estes processos", criticou Vítor Coelho.

Vítor Coelho explicou também que um psicólogo a tempo inteiro na escola pode ajudar na orientação vocacional, na prevenção na área da saúde mental, no sucesso escolar, no combate às dificuldades dos alunos e na área das necessidades educativas especiais.

Ainda ao nível escolar, a Ordem denuncia a situação sui generis, em que "a disciplina de Psicologia, muito procurada no secundário, é ministrada por professores de Filosofia", estando mesmo vedada aos psicólogos.

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