Aprender uma segunda língua na fase final da infância produz alterações significativas na estrutura do córtex frontal do cérebro adulto. Uma nova investigação sugere que esta aprendizagem estimula o crescimento de novos neurónios e melhora as ligações neuronais.
Em comunicado, a equipa que realizou o estudo sublinha que aprender línguas durante a infância facilita sempre este tipo de aprendizagem. Contudo, o momento em que a segunda língua é apreendida pode ter resultados distintos a nível da estrutura do cérebro.
O estudo revela que o cérebro regista uma evolução idêntica se aprendermos uma ou duas línguas, em simultâneo, desde o nascimento. No entanto, se a segunda língua for adquirida depois da criança ter aprendido a língua materna, o córtex frontal sofre alterações significativas.
Nestes casos, a parte inferior esquerda do córtex frontal torna-se mais grossa e a parte direita inferior torna-se mais fina. O córtex é composto por uma massa de neurónios em camadas que desempenha um papel crucial ao nível de competências cognitivas, como a língua e a memória.
O estudo sugere que aprender uma segunda língua, para além da língua materna, na fase final da infância, estimula o crescimento de novos neurónios e ligações neuronais, de um modo semelhante ao que se regista quando alguém aprende uma completa atividade motora, como por exemplo o malabarismo.
Os autores suspeitam que a dificuldade de aprendizagem de uma segunda língua pode, também, ser explicada ao nível da estrutura do córtex.
“Quando mais tarde, na infância, a segunda língua é aprendida, maiores são as alterações no córtex frontal inferior,” diz o Denise Klein, investigadora da The Neuro's Cognitive Neuroscience Unit e líder do estudo publicado, este mês, no jornal Brain and Language.
Recorrendo a um software desenvolvido pelo The Neuro, a investigação comparou ressonâncias magnéticas do cérebro de 66 pessoas bilingues e 22 pessoas que tinham apenas uma língua materna.
O estudo foi realizado, em conjunto, pelo Montreal Neurological Institute and Hospital, a The Neuro's Cognitive Neuroscience Unit (ambos do Canadá) e a Universidade de Oxford (Reino Unido).
Clique AQUI para ler o comunicado da equipa de investigação (em inglês).
In: Boas Notícias
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