Com três meses de idade Charlotte Figi teve a primeira convulsão. Nos anos seguintes, chegou a ter 300 por semana. Diagnóstico: Síndrome de Dravet. Aos cinco anos, os pais decidiram arriscar e experimentar um tratamento com marijuana.
A primeira convulsão de Charlotte Figi foi aos três meses de idade. Durou 30 minutos. Os pais levaram-na para o hospital, de onde, depois de uma bateria inconclusiva de exames, os mandaram para casa. Uma semana depois, outra convulsão, mais longa ainda. Ao longo dos meses seguintes, a pequena Charlotte sofreu vários destes episódios, que começaram a prolongar-se entre duas a quatro horas, obrigando a repetidas hospitalizações. Exames normais, análises normais. Os médicos, recorda a mãe, Paige Figi, diziam que provavelmente tudo passaria com o crescimento. Não passou.
Segundo a CNN, que avança a história, aos dois anos, já Charlotte tomava sete medicamentos por dia, incluindo barbitúricos. As suas capacidades cognitivas começaram a entrar em declínio, perante o desespero dos pais.
Aos dois anos e meio acabaria por se confirmar o pior dos cenários avaliados pelos clínicos: Síndrome de Dravet, também conhecida como epilepsia mioclónica juvenil. Em Chicago, um especialista fez Charlotte seguir uma dieta rica em gordura e pobre em hidratos de carbono, o que obrigou o organismo da menina a produzir mais substâncias químicas para diminuir as convulsões. No entanto, os efeitos secundários foram desencorajadores, começando pelo enfranquecimento do seu sistema imunitário.
A solução havia de chegar de surpresa. O estado do Colorado tinha aprovado, em novembro de 2000, o uso de canábis para fins medicinais. Nas suas pesquisas na Internet, o pai, Matt descobriu o caso de um menino com a mesma síndrome que estava a ser tratado com sucesso com a droga. Nessa altura já a filha não conseguia andar, falar ou comer. Tinha 300 convulsões por semana. O seu coração já parara por diversas vezes.
E assim, aos cinco anos de Charlotte, os pais decidiram experimentar o tratamento com marijuana. Depois de enfrentarem a relutância dos médicos em arriscar a terapia numa criança tão nova, e depois de várias respostas negativas, conheceram a Dra. Margaret Gedde, a que se juntou Alan Shackelford, especialista nos tratamentos com marijuana, para as duas autorizações necessárias.
Para o caso de Charlotte foi usado um extrato, em óleo. Os resultados foram surpreendentes: Durante as primeiras horas Charlotte não teve convulsões, nem nos sete dias que se seguiram.
Atualmente, a menina tem seis anos e recebe uma dose de óleo de marijuana duas vezes por dia, misturado nos alimentos. Por mês tem apenas dois ou três ataques mas já anda, já fala e até anda de bicicleta.
In: Visão
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