A Amnistia Internacional está a desafiar os jovens portugueses a tornarem-se catalisadores de mudança. O projeto Escolas Amigas dos Direitos Humanos está em curso em 20 países espalhados pela Europa, América Latina e África, e chega agora a Portugal, com o objetivo de "transmitir valores de defesa dos direitos humanos às várias comunidades escolares, através da inclusão destas temáticas não só nos currículos e nas atividades extracurriculares, como também no ambiente escolar", explica Teresa Pina, diretora executiva da secção portuguesa daquela organização.
Lá fora, o projeto já tem dado frutos. Nas escolas de Benim, Gana e Polónia foi possível diminuir o bullying; na Irlanda, pais e filhos abraçaram a causa da luta contra a marginalização dos alunos imigrantes, e foi criado um Centro de Aprendizagem de Línguas para dar aulas gratuitas de Albanês, Árabe, Romeno e Urdu; uma escola, na Dinamarca, conseguiu a adesão dos habitantes locais aos debates que organiza sobre direitos humanos e também que alunos, pais e professores contribuíssem para o arranjo e a limpeza dos recintos escolares.
Estabelecer parcerias entre as escolas e outras entidades cívicas ou estatais é outra das vertentes que a Amnistia Internacional pretende desenvolver. O trabalho realizado em Marrocos constitui um bom exemplo dessas ligações. Uma escola está neste momento a trabalhar em parceria com o Governo e conseguiu pôr na agenda política a discussão sobre como incorporar a educação para os direitos humanos no currículo nacional. O mesmo debate sobre a inclusão dos direitos humanos no currículo acontece ainda na Polónia. Já na Mongólia, o projeto levou o vice-ministro da Justiça a pedir ao Ministério da Educação que estabelecesse uma ligação com as ONG (Organizações Não Governamentais).
No projeto há ainda espaço para a formação de professores. Em 2010, docentes de Israel e da Mongólia passaram uma semana com os seus congéneres na Dinamarca, para dar a conhecer às comunidades educativas os problemas que os afetam. Os três países participaram também numa conferência organizada por parceiros de uma escola secundária de Villiers, no Reino Unido.
Teresa Pina espera ver repetido em Portugal o sucesso alcançado por todo o mundo. "Queremos transformar as escolas em espaços que educam para os direitos humanos." Alguns estabelecimentos de ensino já apresentaram as suas candidaturas, sendo a iniciativa preferencialmente dirigida às secundárias. Na página da Internet da AmnistiaInternacional está um formulário que os participantes devem preencher para participar. Em alternativa, podem contatar a secção portuguesa através do correio eletrónicoescolasamigasdh@amnistia-internacional.pt ou do telefone 21 386 16 52.
Durante o mês de agosto, as escolas poderão esclarecer dúvidas e colocar questões sobre o projeto à organização. Há muita informação no site da organização que pode ser consultada no compasso de espera até ao início do ano letivo. O Relatório Anual da Amnistia Internacional e um conjunto de recursos pedagógicos estão disponíveis para descarregamento. A iniciativa arranca em setembro.
In: Educare
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