Projeto da Casa de Saúde S. José, em Barcelos, custará 2,8 milhões mas depende do Plano de Resiliência.
João, de 21 anos, é autista. O jovem de Matosinhos ingressou no ensino superior, mas acabou por desistir por falta de integração. É para casos como este que a Casa de Saúde S. José, em Barcelos, vai criar o Centro de Integração e Neurodesenvolvimento, destinado a jovens adultos com perturbações do espectro de autismo.
O projeto, a ser implantado em terrenos junto à Casa de Saúde, foi apresentado ontem, inclui dois centros de Atividades e Capacitação para a Inclusão, seis Residências Autónomas e vai ter capacidade para 60 utentes. A obra irá custar 2,8 milhões de euros, prevê a criação de 53 postos de trabalho, mas está dependente do Plano de Recuperação e Resiliência PRR), cuja candidatura já foi apresentada.
Este novo centro vem suprimir a lacuna que existe em instituições especializadas nesta doença e dar continuidade a um trabalho que é feito desde a infância. "Nos últimos anos, a instituição tem sido contactada por um número significativo de famílias. As crianças atingem os 18 anos e não têm resposta capaz de satisfazer as necessidades do ponto de vista residencial como de ocupação e capacitação", refere ao JN Luís Daniel Fernandes, diretor da Casa de Saúde S. José.
Iolanda Pinheiro, mãe de João, congratula-se com esta nova unidade, salientando que "será benéfico" para manter estes jovens adultos "ocupados e ajudá-los a construir o próprio futuro".
Iolanda revela que está em casa desde novembro para poder cuidar do filho e que tem medo que todo o trabalho feito até hoje "vá por água abaixo se não houver continuidade".
"O João tem 21 anos e não há oferta para jovens como ele. Sente uma grande revolta por não conseguir socializar e nós pais sentimo-nos impotentes", salienta, emocionada.
O principal objetivo do Centro de Integração e Neurodesenvolvimento é conseguir dar a estes jovens adultos ferramentas que lhes permitam desenvolver a autonomia, combater a exclusão social e prepará-los para uma plena integração em ambiente de trabalho protegido complementando a intervenção junto das famílias com suporte e apoio.
Fonte: JN
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