quinta-feira, 10 de março de 2022

Novo centro para integrar adultos com autismo

Projeto da Casa de Saúde S. José, em Barcelos, custará 2,8 milhões mas depende do Plano de Resiliência.

João, de 21 anos, é autista. O jovem de Matosinhos ingressou no ensino superior, mas acabou por desistir por falta de integração. É para casos como este que a Casa de Saúde S. José, em Barcelos, vai criar o Centro de Integração e Neurodesenvolvimento, destinado a jovens adultos com perturbações do espectro de autismo.

O projeto, a ser implantado em terrenos junto à Casa de Saúde, foi apresentado ontem, inclui dois centros de Atividades e Capacitação para a Inclusão, seis Residências Autónomas e vai ter capacidade para 60 utentes. A obra irá custar 2,8 milhões de euros, prevê a criação de 53 postos de trabalho, mas está dependente do Plano de Recuperação e Resiliência PRR), cuja candidatura já foi apresentada.

Este novo centro vem suprimir a lacuna que existe em instituições especializadas nesta doença e dar continuidade a um trabalho que é feito desde a infância. "Nos últimos anos, a instituição tem sido contactada por um número significativo de famílias. As crianças atingem os 18 anos e não têm resposta capaz de satisfazer as necessidades do ponto de vista residencial como de ocupação e capacitação", refere ao JN Luís Daniel Fernandes, diretor da Casa de Saúde S. José.

Iolanda Pinheiro, mãe de João, congratula-se com esta nova unidade, salientando que "será benéfico" para manter estes jovens adultos "ocupados e ajudá-los a construir o próprio futuro".

Iolanda revela que está em casa desde novembro para poder cuidar do filho e que tem medo que todo o trabalho feito até hoje "vá por água abaixo se não houver continuidade".

"O João tem 21 anos e não há oferta para jovens como ele. Sente uma grande revolta por não conseguir socializar e nós pais sentimo-nos impotentes", salienta, emocionada.

O principal objetivo do Centro de Integração e Neurodesenvolvimento é conseguir dar a estes jovens adultos ferramentas que lhes permitam desenvolver a autonomia, combater a exclusão social e prepará-los para uma plena integração em ambiente de trabalho protegido complementando a intervenção junto das famílias com suporte e apoio.

Fonte: JN

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