Por esta altura, em 2023, não saberemos em que mundo estaremos a viver, mas há um dado que parece ser certo: no ensino básico e secundário, haverá “110 mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina”. Isto se não forem alterados os requisitos para a contratação de docentes.
A previsão é da actual responsável da base de dados Pordata e ex-directora da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), Luísa Loura. Segundo contas feitas por baixo pela Federação Nacional de Professores (Fenprof), actualmente serão 30 mil os alunos que já se encontram naquela situação.
Luísa Loura cruzou as previsões relativas à aposentação de docentes nos próximos anos com o número de diplomados nos cursos de formação de professores e comprovou que o impacto da escassez de docentes será galopante. De 110 mil alunos sem professores em 2023 passar-se-á para 250 mil em 2025 “ou seja, mais de metade dos alunos que hoje frequentam o ensino do 7.º ao 12.º anos” estarão nessa altura sem aulas a pelo menos uma disciplina.
Em causa, neste cenário, estão as disciplinas de Português, Matemática, Biologia e Geologia, Física e Química, História. Geografia, Inglês e Filosofia. Foram estas as analisadas por Luísa Loura, num artigo publicado no site da Fundação Francisco Manuel dos Santos, por “serem aquelas com dados históricos de maior expressão na formação inicial de professores”. Mas à excepção de Educação Física, os números são “preocupantes” também em todas as outras, alerta.
Com uma ressalva. Segundo a directora da Pordata, os impactos da escassez de docentes “serão apenas pontuais no caso dos anos do pré-escolar ao 6.º ano”. “Por um lado, devido à quebra da natalidade, por outro porque o número total de educadores e professores actualmente a ser formados será adequado face à projecção de necessidades futuras”, explica. (...)
Fonte: Público, onde continua a notícia
Sem comentários:
Enviar um comentário