A actual crise pode criar uma "geração de crianças problemáticas", uma vez que as faixas etárias mais jovens "estão especialmente susceptíveis" aos efeitos da crise, avisou o presidente do Instituto de Educação da Universidade do Minho.
Em declarações à Lusa, Leandro Silva Almeida afirmou ainda que as "solução circunstanciais" para os problemas financeiros actuais "podem comprometer seriamente o futuro emocional" das crianças portuguesas.
Para este docente e investigador, em Portugal, está-se a dar demasiada importância à "componente curricular" da educação infantil, e a "descuidar" outras áreas com "tanta ou mais importância".
Segundo Leandro Almeida, "a actual crise está a comprometer a educação", embora admita ser "necessário fazer escolhas face aos constrangimentos financeiros".
O investigador chamou a atenção para as consequências do actual momento de crise que Portugal atravessa nas crianças de hoje, "jovens do amanhã".
"A infância é uma das faixas etárias mais atingidas. Nesta altura os jovens estão especialmente susceptíveis aos efeitos vários de uma crise. Principalmente aos efeitos emocionais. O crescimento da criança não é só uma estimulação cognitiva", apontou.
Leandro Almeida lembra que a educação passa também por "questões alimentares, jogos" e que, "num momento em que há poucos recursos, os pais, vivenciando com drama as situações diárias, têm pouca disponibilidade afectiva".
In: CM online
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