Uma equipa de investigadores do Reino Unido conseguiu recuperar parte da audição de roedores, com a utilização de células estaminais. No futuro, espera-se que uma pessoa que é incapaz de ouvir o trânsito de veículos pesados passaria a poder ouvir uma conversa.
Cientistas no Reino Unido conseguiram melhorar a audição de gerbos, através da reconstrução de nervos dos ouvidos, noticia a BBC. Contudo, apesar da descoberta marcar um importante passo no tratamento da surdez, a possibilidade de ser aplicada a humanos ainda está distante.
Uma em cada dez pessoas com surdez profunda sofre desta condição por ter nervos do ouvido danificados. Os investigadores da Universidade de Sheffield partiram daí para tentar substituir essas células nervosas por células estaminais, retiradas de um embrião humano.
As células estaminais são capazes de transformar-se em qualquer coisa, seja nervos, pele ou músculo. Os investigadores apenas tiveram que lhes juntar alguns químicos e injetar o resultado nos ouvidos de 18 gerbos surdos. Foram escolhidos gerbos, pois estes ouvem uma variedade de sons semelhante à dos humanos.
Os resultados foram animadores, pois passadas dez semanas a audição dos roedores melhorou e, no final do estudo, o alcance auditivo tinha sido restaurado, em média, até 45%. Alguns dos animais recuperaram mesmo 90% da audição, mas também houve menos de um terço que não registou quaisquer alterações.
Contudo, os cientistas reiteram que, a chegar aos humanos, a cura não é completa, sendo possível manter uma conversa num espaço fechado, mas sem se poder ouvir murmúrios, por exemplo. Além disso, a utilização de células estaminais levanta ainda questões éticas na comunidade científica.
Os obstáculos da aplicação do tratamento a seres humanos passam também pela dificuldade em chegar à parte do ouvido que deve ser tratada, pois é muito pequena.
Contudo, "para milhões de pessoas cuja surdez está a afetar a qualidade de vida, este avanço não poderia ter vindo mais cedo", afirmou Ralph Holme, da associação "Ação para a Surdez", citado pela BBC.
In: JN online
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