Diana Salgado, terapeuta ocupacional que trabalha com crianças com deficiência, disse que o que se encontra em desafios se ganha em “genuidade, generosidade”, importância afetiva e consciência de participar na construção de uma comunidade inclusiva.
“Incluir crianças com estas necessidades, logo no pré-escolar, é benéfico. As crianças não têm filtros, elas percebem as diferenças mas integram-nas como qualquer outra diversidade. Quanto maior diferença existir, e quanto mais cedo essa diversidade for exposta, melhor vão compreender e aceitar, melhor vão perceber a riqueza que dai advém”, explica (...).
Trabalhar com crianças com deficiência não foi uma escolha para Diana Salgado, que assume “preconceitos iniciais”, mas com o trabalho desenvolvido percebeu o “enriquecedor” e a oportunidade que estas tarefas significavam.
“Hoje é muito difícil ser criança. A vantagem de trabalhar com crianças com deficiência é que muitas delas não têm filtros. Elas são mais genuínas, orgânicas. Aprende-se muito a genuidade, a generosidade, a importância dos afetos”, valoriza.
Apesar da formação necessária em que tem procurado investir, a terapeuta ocupacional, natural de Paços de Ferreira, reconhece serem as competências empáticas que fazem a diferença.
Diana Salgado reconhece “boa legislação” em Portugal para criar “escolas inclusivas” mas adverte que as mudanças acontecem quando às leis se adequam atitudes: “É preciso que as pessoas acreditem que as crianças devem estar com as outras crianças. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor”.
A terapeuta ocupacional cresceu com a metodologia «ver, julgar a agir», ligada aos movimentos da Ação Católica: inicialmente a “desenhar e a escrever”, enquanto os pais participavam dos encontros da Liga Operária Católica; aos seis anos quando integra o Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças (MAAC) na sua paróquia e mais tarde integrando a Juventude Operária Católica (JOC).
Diana Salgado indica uma “visão mais interventiva, dinâmica e de militância” que os movimentos de Ação Católica apresentam, “talvez menos espiritual” mas fomentadores de “partilha de vida” e transformação do que é “menos correto e justo”.
No regresso à Universidade para fazer um mestrado em economia social, Diana Salgado teve a oportunidade de conhecer a «Economia de Francisco» e assume-se uma privilegiada por poder integrar “um movimento” que convoca os jovens, investigadores, académicos a refletir e a viver mudanças para uma economia mais regenerativa, mas indica que para que assim seja, esta proposta tem de chegar a todos.
A terapeuta está inserida na aldeia ‘CO2 das desigualdades’ e, durante a pandemia, os participantes transformaram-se em família, uma vez que tendo as reuniões presenciais sido canceladas, os encontros continuaram de forma digital.
Diana Salgado vai estar presente em Assis, em setembro, no encontro inicialmente pensado para 2020, onde vai ser lançado o pacto da Economia de Francisco.
Fonte: Ecclesia por indicação de Livresco
Sem comentários:
Enviar um comentário