As crianças foram muito prejudicadas pela pandemia. O alerta é da diretora executiva da Unicef Portugal, que está a monitorizar de que forma a Covid-19 condicionou o bem-estar das crianças.
O abuso sexual, a violência doméstica, a situação de pobreza são algumas das preocupações da Unicef nesta altura de pandemia.
A educação também é uma questão de extrema importância para esta agência humanitária. A diretora executiva da Unicef Portugal admite que as desigualdades já existentes entre crianças foram acentuadas pelo ensino em casa.
"Há crianças que viram pela primeira vez em casa, nestes últimos dois meses, um computador. Este período acentuou diferenças mas, para algumas, criou oportunidades que temos de reforçar e não podemos fazer com que elas parem", afirma Beatriz Imperatori.
A diretora executiva da Unicef Portugal defende que o período de férias que se aproxima deve ser usado para restruturar o modelo escolar. Um modelo onde as crianças são ouvidas.
"Neste momento em que estamos a preparar o regresso às aulas, é preciso ouvir diretamente as crianças. O que sentiram no confinamento, o que pensam da escola, o que acharam da experiência de ter aulas por computador. É um desafio que deixamos ao sr. ministro da Educação: aproveite o verão para ouvir as crianças."
Além da educação, a Unicef está também a avaliar no seu sistema de monitorização que arrancou a 20 de março, a proteção e o risco, bem como o efeito económico da pandemia.
O novo coronavírus deixou a economia nos cuidados intensivos, criando ou aumentando, por consequência, a dificuldade financeira das famílias. Beatriz Imperatori garante que toda esta situação tem impacto nos miúdos porque "as crianças preocupam-se se o pai ou a mãe está desempregado ou em lay-off, que é algo que não entendem, mas sabem que não é coisa boa".
"Há ainda o efeito prático: temos uma quantidade enorme de famílias que recorre à emergência alimentar. O que quer dizer que estas famílias não têm dinheiro para ir às compras, por isso as refeições vão ser menos e a alimentação mais pobre", sublinha a diretora executiva da Unicef Portugal.
Fonte: TSF por indicação de Livresco
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