Eduardo Marçal Grilo falava, em Lisboa, durante a abertura de uma conferência da EPIS - Empresários pela Inclusão Social, dedicada ao tema "Escolas de Futuro: Dar Esperança a Todos os Jovens".
O ex-governante salientou que o progresso alcançado nos últimos anos é muito significativo, mas "ainda aquém" do que devia.
De acordo com os dados hoje apresentados, 11 500 crianças e jovens abandonaram a escola antes de concluírem o 9.º ano.
"E mesmo quando tivermos todos na escola, ou seja, taxas de abandono zero, isso não será irreversível. É um pouco como a democracia, é algo por que tem de se lutar todos os dias", disse.
Marçal Grilo frisou que a luta pela inclusão social passa por ter todos na escola, mas também pela luta pelo emprego.
"As probabilidades de cair no desemprego diminuem com o aumento da escolaridade", defendeu.
O ex-governante defendeu uma cultura de exigência para ultrapassar as dificuldades: "O país é muito pouco exigente, é pouco exigente com os seus dirigentes, os professores são pouco exigentes com os alunos, os estudantes e as famílias são pouco exigentes com a escola e, sobretudo, cada um de nós é pouco exigente consigo próprio".
O presidente da EPIS, António Pires de Lima, afirmou que existe um hoje um novo fator de exclusão social "de peso crescente" na sociedade portuguesa: o desemprego.
A EPIS tem trabalhado desde 2007 em programas de combate ao insucesso e abandono escolar, tendo já acompanhado em todo o país mais de 10.000 alunos, segundo dados da organização.
In: Educare
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