quarta-feira, 13 de março de 2013

Há menos jovens a 'fugir' da escola

O abandono escolar diminuiu, em 20 anos, no ensino básico, para valores quase residuais e, no secundário, para um nível ainda elevado, realça estudo da Universidade Nova, que identifica, no Interior, um maior risco de saída precoce da escola.
Os dados, que se reportam ao abandono escolar e à escolarização em Portugal, entre 1991 e 2011, constam do ‘Atlas da Educação’, um trabalho que está a ser realizado pelo Cesnova - Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa.
Os primeiros resultados do estudo, uma espécie de retrato da escolarização em Portugal, são hoje apresentados, em Lisboa, na "3.ª Conferência Empresários Pela Inclusão Social (EPIS) - Escolas de Futuro: Dar Esperança a Todos os Jovens".
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do estudo, David Justino, explicou que o ‘Atlas da Educação’, com conclusão prevista para este ano, vai permitir identificar "as zonas, os concelhos, as freguesias" do país "onde o fenómeno" do abandono e do insucesso escolar "é mais denso", possibilitando à EPIS "planear a sua intervenção".
A associação EPIS foi criada em 2006, por um grupo de dez empresários e gestores portugueses, tendo como missão o combate ao insucesso e abandono escolar.
Para o ex-ministro da Educação, "ainda que o fenómeno seja o mesmo, as razões que levam ao abandono e à baixa escolarização são muito diferentes", pelo que "se pretende não só combater a dimensão do fenómeno, mas a sua natureza".
De acordo com David Justino, o ponto "mais preocupante" que o estudo revela é "a forte carência" de população, escolarização e competência nas regiões do Interior, que "lhes retira capacidade de regeneração, capacidade de poderem dar a volta aos problemas", conduzindo a um abandono escolar "mais acelerado".
"As zonas do Interior, junto à raia, estão não só em risco de desertificação, mas também de desqualificação", apontou.


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