A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, prometeu ontem trabalhar com as escolas para simplificar o processo relacionado com a avaliação dos professores - e até admitiu, pela primeira vez, que "uma parte da burocratização pode ter sido induzida pelo Ministério". Mas revelou também ter já chumbado todas as moções aprovadas por professores pedindo a paragem do processo. Isto, numa altura em que continuam a crescer as tomadas de posição desta natureza.
"Há vários tipos de pedidos de suspensão [enviados ao Ministério]. Foram todos respondidos hoje, dizendo que as suspensões não foram autorizadas", revelou, num encontro com jornalistas no Ministério, que durou cerca de três horas.
A ministra disse ter lido vários argumentos, desde a "injustiça" ou "inexequibilidade" do modelo às dificuldades burocráticas, considerando que nenhum deles constitui motivo válido para a suspensão. "Neste momento não estamos a ponderar soluções para não fazer mas para fazer. Não temos o direito de, por causa de uma divergência, suspender o modelo", defendeu, frisando que a recusa será encarada como uma desobediência à lei: "São escolhas individuais e quem as faz tem de assumir as consequências".
No entanto, lembrou também que, ao abrigo do entendimento com os sindicatos em Abril, "ninguém é prejudicado" este ano por uma eventual classificação negativa, aspecto que diz "não ter a certeza que tenha sido compreendida pelos professores".
Quanto às posições assumidas pelas escolas, como aconteceu ontem em Coimbra, considerou-as construtivas: "Os conselhos executivos estão preocupados, como está o Ministério".
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