quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Primeira escola para crianças autistas


Turma-piloto terá 10 crianças que serão acompanhadas 25 horas por semana. Primeira escola para crianças autistas do país recorre a metodologia de tratamento reconhecida nos Estados Unidos. Abre a 29 de Setembro no Colégio Campo de Flores, na margem Sul do Tejo.
O nome ainda não foi aprovado, mas a primeira escola para crianças autistas do país deverá chamar-se Escola ABC Real Portuguesa e será uma filial da Escola ABC Real dos Estados Unidos, situada em Sacramento, Califórnia. Foi precisamente aqui que os responsáveis pela abertura da estrutura foram "beber" informação para decalcar o modo de intervenção a aplicar em Portugal. O método chama-se Applied Behavior Analysis (ABA), Análise Comportamental Aplicada em português, e tem provas dadas no acompanhamento a crianças autistas. Antes da escola abrir em território nacional, o próprio presidente da Escola ABC Real dos Estados Unidos, Joseph Morrow, estará no auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian para falar sobre a metodologia, com sucessos registados, e outros pormenores. A conferência está marcada para 18 de Setembro às 18h00.
"Trata-se de um método intensivo de tratamento, de 25 horas no mínimo até 40 horas semanais, que tem uma base muito metódica", explica Carlos França, um dos responsáveis pela criação da nova escola, fundador e dirigente da Associação Portuguesa para o Síndroma de Asperger e do núcleo de Setúbal da Associação Portuguesa para as Perturbações de Desenvolvimento do Autismo. A máxima é que cada caso é um caso, cada criança é acompanhada conforme as suas necessidades e seguida por um técnico que "trabalha competências que a criança pode alcançar". "O ABA permite recriar ambientes que aferem a aprendizagem", sublinha. O processo é monitorizado por um técnico superior e regularmente são feitas reuniões para avaliar o trabalho desenvolvido, para a definição de objectivos a cumprir e análise de resultados dos propósitos que foram traçados.
A escola começa a funcionar a 29 de Setembro em instalações cedidas no Colégio Campo de Flores, em Sobreda, na margem sul do Tejo. As inscrições estão abertas e a ideia é arrancar com uma turma-piloto com o máximo de 10 crianças com idades entre os dois e os seis anos. Carlos França adianta, no entanto, que há possibilidade de estender-se esse acompanhamento a crianças autistas com mais de seis anos. "Poderá haver alguma flexibilidade em relação às idades", diz. Crescer é uma das metas traçadas. Crescer para acolher mais crianças, crescer para que as iniciais 25 horas semanais estiquem até às 40.
Carlos França adianta que o ABA tem tido resultados dignos de registo nos Estados Unidos ao nível da recuperação de crianças, mesmo antes de entrarem no 1.º ano de escolaridade. Ou seja, 40% de crianças, com idades entre os três e os seis, recuperam e entram na escola em igualdade de circunstância com os colegas. "É um método que se socorre de muitas ferramentas que são conhecidas em Portugal, mas que não são muito utilizadas", realça. Trabalham-se competências com cada criança de forma intensiva e com uma abordagem metódica. "Um dos maiores problemas das crianças com autismo é a generalização". Ou seja, a dificuldade de aplicar o que se aprende num local quando se muda de ambiente. Um aspecto que o ABA não descura para que "a aprendizagem seja abrangente a todos os ambientes que a criança frequenta".
"Tivemos a oportunidade de ver in loco a aplicação deste método quando estivemos nos Estados Unidos", recorda Carlos França. Uma semana de formação intensiva e o desafio não tardou. Aplicar o ABA em Portugal. Na última quinzena de Maio, a Universidade Lusófona era palco de mais formação dirigida a pais e técnicos. "Foi o primeiro passo para trazer a escola". Neste momento, aceitam-se inscrições e analisam-se currículos de profissionais para constituir a equipa técnica. E tudo será feito "em estreita relação com a escola-mãe". Dois técnicos superiores norte-americanos acompanharão o arranque da estrutura portuguesa e a supervisão estará a cargo de especialistas da escola dos Estados Unidos.
Informações:
964042747

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Incluso,
Muito obrigado por ter incluído a notícia no seu blog.
Se me permite deixo os nossos contactos e desde já me coloco à sua disposição para qualquer esclarecimento que necessite.
Assim, pode enviar-nos um e-mail para a.marcal@netcabo.pt e visitar a nossa página em www.autismoescolaaba.org

Aproveito também para deixar um link para página NAS - National Autistic Society no Reino Unido.

http://www.nas.org.uk/nas/jsp/polopoly.jsp?d=1071&a=15100


What research has been carried out on ABA?
There have been more than 20 scientific trials of behavioural intervention therapies, including ABA and Lovaas, published in peer-reviewed journals. Some were carried out by staff at the Lovaas Institute or by former colleagues of Dr Lovaas.

Of these, 12 reported that children showed significant improvements in one or more areas (such as raised IQ levels); six reported more limited though still positive results, and three reported mixed results.

All the trials involved younger children with autism (aged up to eight years). They did not necessarily look into the long-term effects of behavioural interventions or compare them to other interventions which children with autism may use.

Nonetheless, behavioural intervention programmes are among the best-evaluated forms of intervention for people with autism. There is good evidence that they can result in improvements for children with an IQ above 35, however, they do not appear to result in significant improvements to all areas of children's functioning, and may not benefit all children equally.

Recently, the University of Southampton conducted research into ABA therapy for children using home-based ABA programmes. They also looked at how their parents were affected by them doing this. The study, which started in 2004 and lasted for two years, researched children across southern England. It showed that the therapy appeared to lead to significant positive changes in the children's IQ levels and language, as well as daily living, motor and social skills. It seems that the positive impact that it had on the children did not have a negative impact on the psychological well-being of the children's parents. The intervention appeared to be more effective for children with a higher initial IQ who had better communication and social skills to start with.

Further research is needed to identify factors that can predict the effectiveness of ABA, and how the benefits it can bring can be maintained in the long term.

For further information on research into ABA, or Lovaas therapy, you can:
refer to Autism Data, our online database of published materials on autism, at www.autism.org.uk/autismdata Typing applied behavioural analysis into the search box will get you started read our information sheet Lovaas, which details some of Dr Lovaas's research findings, at www.autism.org.uk/a-z visit the Research Autism website to find information on ABA: www.researchautism.net/pages/interventions/alphabetic
Our website also includes a parent's view of ABA and Lovaas Therapy - visit www.autism.org.uk/abaparentsview

Um abraço e tudo de bom especialmente para as crianças
Carlos França