sexta-feira, 15 de julho de 2022

Passar de ano é uma realidade para quase 95% dos alunos

Passar de ano é importante, mas não é tudo. Após os primeiros estudos internacionais de larga escala em que Portugal participou – TIMSS de 1995 e PISA de 2000 –, com resultados preocupantes, o país passou a dispor de instrumentos de medida dos desempenhos escolares comparáveis internacionalmente. Entretanto, registou-se uma melhoria real do sucesso escolar, que permitiu alcançar uma taxa de transição escolar mais elevada. Em 2000, 40% dos jovens no secundário não transitaram de ano. Em 2019, essa taxa melhorou para 12,9%.

Apesar de a taxa ter vindo a baixar, segundo os dados recolhidos no PISA 2018 (OCDE, 2020), a percentagem de alunos que, aos 15 anos, já repetiram pelo menos uma vez ainda foi elevada em 2018 (27%).

Segundo dados oficiais da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (reproduzidos no gráfico em baixo), nos últimos anos, as taxas de retenção estão em queda em todos os anos de escolaridade, do 1.º ao 12.º ano, tendência registada a partir do ano letivo 2014/2015, e que, segundo indicadores mais recentes, se continuou a verificar até 2018/2019.

Em 2019, no ensino obrigatório (do 1.º ao 12.º ano), cerca de 6% dos alunos ficaram retidos ou desistiram da escola. No entanto, no ensino básico já só 3,8% não conseguiram passar de ano. É no ensino secundário que mais alunos repetem o ano (12,9%, em 2019), mas é também neste nível de ensino que há mais anos (desde 2012) as taxas de retenção descem de forma sistemática para quase metade (de 20,5% em 2011 para 12,9% em 2019).

Na retenção escolar registaram-se melhorias continuadas a partir de 2012 para o secundário, a partir de 2013 para o 2.º e 3.º ciclos, e a partir de 2014, no 1.º ciclo verificou-se um decréscimo para valores que já são residuais. Conseguir que cada vez mais alunos adquiram os conhecimentos básicos e atinjam um domínio das matérias suficientemente consolidado que lhes permita passarem ao patamar seguinte é o principal objetivo das escolas, e tem sido o alvo de diversas medidas de política educativa. O gráfico mostra essa evolução das taxas de retenção e desistência, denotando-se uma melhoria mais consistente a partir dos últimos cinco anos.

Fonte: Iniciativa Educação com gráfico interativo

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