Um terço dos alunos deixa a escola aos 16 anos por falta de interesse. Mas não é essa a principal causa de stress dos professores.
Os professores são os profissionais que mais metem baixa médica, são os trabalhadores que mais sofrem de esgotamento laboral e de stress. Podia ser uma conclusão portuguesa, mas esta vem da Noruega.
Einar Skavik é professor universitário e investigador na Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. Estuda o que provoca o desgaste dos professores no seu país, onde o ensino é publico e gratuito. Conclui que a principal causa é a sobrecarga de trabalho administrativo, além das aulas:"..e os professores mais dedicados, mais motivados e que mais investem na preparação dos seus alunos, são os que estão em maior risco de esgotamento".
Poderíamos continuar a falar dos professores portugueses. Mas entre as queixas de quem dá aulas na Noruega, há poucas ou nenhumas referências à indisciplina dos alunos. Einar Skaalvik explica que "na escola primária há problemas disciplinares mas, se olharmos para os professores do ensino secundário e superior, a indisciplina não tem nenhuma relevância".
O investigador reparou que há medida que se avança no grau de ensino há outros desafios. Continua a não ser indisciplina, "tratam dos seus assuntos, usam os telemóveis, o que parece não causar problemas nas aulas. O que notamos é que a falta de interesse afeta a noção de eficácia dos professores".
O uso de dispositivos eletrónicos não é proibido nas escolas da Noruega, depende dos professores. É silencioso, só desvia a atenção. Mas desvia tanto que um terço dos alunos abandona a escola mal termina o ensino obrigatório aos 16 anos.
O país parece apanhado de surpresa por esta debandada. "acho que não temos boa informação sobre o que acontece depois a estes jovens. Sem diploma podem procurar emprego, mas não há empregos para pessoas de baixas qualificações na Noruega... Na verdade não sabemos o que lhes acontece".
Ao comparar estes dados da desmotivação dos alunos noruegueses, Einar Skaalvik descobriu que é o mesmo: em Portugal, na Europa, nos Estados Unidos ou no Médio Oriente.
O conselho aos professores é também universal: " Ensinar é como correr a maratona. Não podemos acelerar logo no início. É preciso pensar que é uma carreira de 30 anos e que queremos chegar ao fim".
Fonte: TSF por indicação de Livresco
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