Apesar do ligeiro desagravamento, o cenário não permite grandes suspiros de alívio. Portugal continua a somar 15% de jovens com idades entre os 15 e os 29 anos que não estudam nem trabalham nem estão em formação, segundo o mais recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado nesta quarta-feira. Chegaram a ser 19%, nos piores anos da crise, entre 2008 e 2013. Mas, apesar da ligeira retoma, o país continua muito acima dos níveis pré-crise.
“A longo prazo, o desemprego e a inatividade [dos jovens] podem levar ao isolamento e à exclusão e pôr em perigo a coesão social. O maior desafio dos governos nos anos vindouros é, por conseguinte, a elaboração de políticas que dotem os jovens com as competências de que precisam e os ajudem a desembaraçar-se dos obstáculos à educação e ao emprego”, alerta o relatório bianual da OCDE que, nesta 8.ª edição, volta a confrontar um vasto conjunto de indicadores de 42 países.
Na soma dos países da OCDE, contam-se 40 milhões de jovens que se incluem nos chamados NEET (not in employment, education or training), o equivalente a 15% dos jovens que se inserem no referido intervalo dos 15 aos 29 anos. Daqueles, dois terços já nem sequer estão à procura de emprego, estão simplesmente inativos. Muitos estão responsáveis por cuidar de alguém, outros têm problemas de saúde ou dependências de substâncias ilícitas. A maioria, porém, acredita que procurar emprego será tarefa inglória. Pudera: um em cada dez empregos detidos por jovens sub-30 foi destruído pela crise. No caso de Portugal, mas também na Eslovénia, Itália e na Letónia, a crise destruiu entre um quarto e um terço dos empregos detidos por jovens. Já em países como Espanha, Grécia e Irlanda, o número de jovens empregados caiu para metade. (...)
Fonte: Público
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