Pela publicação da Lei n.º 7-B/2016, de 31 de março, ficamos a conhecer as Grandes Opções do Plano para 2016-2019. No âmbito da política educativa e da educação inclusiva, destacam-se algumas medidas.
Apostar na educação pré-escolar como chave para o combate ao insucesso escolar: Começar bem vale sempre a pena
A expansão da educação pré-escolar tem um papel decisivo na promoção do sucesso escolar, constituindo a base essencial do futuro escolar das crianças, pelo que deverá ser retomado o investimento no alargamento da rede e na qualificação da educação de infância. Para tal, serão implementadas as seguintes medidas:
• Universalidade da oferta da educação pré-escolar a todas as crianças dos três aos cinco anos;
• Planos específicos de desenvolvimento das aprendizagens, que garantam que todas as crianças desenvolvem as aprendizagens previstas nas orientações curriculares;
• Tutela pedagógica sobre todos os estabelecimentos da rede nacional, pública ou solidária, de educação pré-escolar;
• Diagnóstico precoce de situações de risco como estratégia de prevenção do insucesso escolar num momento em que a ação é mais eficaz;
• Programas de acompanhamento e formação dos educadores, articulados com as ações previstas para o 1.º ciclo do ensino básico.
Combater o insucesso na sua raiz: desenvolver um ensino básico integrado, global e comum a todas as crianças
Importa inverter a trajetória de aumento do insucesso escolar no ensino básico e voltar a um percurso de melhoria progressiva deste indicador central do sistema educativo, garantido que todas as crianças e jovens concluem os primeiros anos de escolaridade com uma educação de qualidade, alicerçada numa ampla variedade de aprendizagens, rejeitando a dualização precoce. Com vista ao alcançar destes objetivos ir-se-á proceder:
• À promoção de uma maior articulação entre os três ciclos do ensino básico, atenuando os efeitos das transições entre ciclos, através da gestão integrada e revisão dos currículos do ensino básico e da redução da carga
disciplinar excessiva dos alunos;
• Ao incentivo da flexibilidade curricular, desde o
1.º ciclo, recorrendo a diferentes possibilidades de gestão
pedagógica e gerindo com autonomia os recursos, os
tempos e os espaços escolares;
• À rejeição da dualização precoce, garantido que todas
as modalidades de organização e gestão curriculares visam
a integração dos alunos e o seu progresso escolar;
• À priorização do 1.º ciclo do ensino básico, com vista
a que, no final da legislatura, a retenção seja residual;
• À generalização da «Escola a Tempo Inteiro» em
todo o ensino básico;
• À realização das Provas de Aferição nos 2.º, 5.º
e 8.º anos de escolaridade, em substituição das provas
finais nos 4.º e 6.º anos de escolaridade.
Assegurar o cumprimento dos 12 anos de escolaridade obrigatória: valorizar
o ensino secundário e diversificar a oferta formativa
A valorização do ensino secundário, através da consolidação
e aprofundamento da sua diversidade, qualidade
e valor de todas as ofertas formativas, é essencial para o
cumprimento da escolaridade de 12 anos. Assim, a escolaridade
obrigatória deve ser inclusiva e promover o
sucesso de todos e, para a concretização deste objetivo,
será desenvolvido um programa que ajude os alunos a
delinear os seus percursos escolares e projetos de vida,
procurando garantir progressivamente uma aproximação
entre as percentagens de jovens que frequentam os cursos
de natureza profissionalizante e os que frequentam os
cursos de científico-humanísticos.
Promover a inclusão das pessoas com deficiência
No domínio da promoção da inclusão das pessoas com
deficiência, salienta-se a prioridade a dar à sua inclusão,
que impõe uma ação transversal, desde uma escola
inclusiva a um território sem barreiras, passando pelo
aperfeiçoamento de mecanismos de apoio social e por
uma estratégia de emprego digno para todos. A inclusão
das pessoas com deficiência constitui, assim, uma prioridade
central da agenda para a igualdade, que terá como
objetivos prioritários a identificação e o reconhecimento
de diferentes situações de incapacidade, com graus diferenciados
de dependência, que carecem de respostas e de
apoios distintos, uma vez que os desafios que se colocam
à sua integração são de natureza diversa.
Entre as medidas a desenvolver, referem-se as destinadas
a:
• Definir de uma estratégia de emprego e trabalho para
todos, envolvendo os diferentes atores, que aposte em
ações de formação profissional no sistema regular de
formação, no aumento da oferta de estágios profissionais
em empresas e organizações do setor público e solidário;
• Apostar numa escola inclusiva de 2.ª geração que
deverá intervir no âmbito da educação especial e da organização
dos apoios educativos às crianças e aos jovens
que deles necessitem.
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