quinta-feira, 26 de junho de 2014

Tetraplégico mexe a mão através do pensamento

Um homem paralisado do pescoço para baixo conseguiu mexer a mão através do pensamento. Esta é a primeira vez que alguém tetraplégico consegue movimentar o próprio corpo, sem membros biónicos.

Ian Burkhart, 23 anos, superou as expetativas dos médicos no momento em que conseguiu abrir e fechar a mão e até segurar uma colher, através dos pensamentos descodificados por um microchipe.

Após ter-se voluntariado para os testes, Ian Burkhart, de Ohio, Estados Unidos da América, foi submetido a uma cirurgia para fazer o implante do microchipe. Com apenas 3,81 milímetros, este chipe tem 96 elétrodos que permitem ler os pensamentos. A informação é descodificada por um computador que, posteriormente, transmite os "comandos" a uma manga de elétrodos colocada no braço de Ian e estimula os músculos.

Semanas após várias sessões práticas, Ian Burkhart conseguiu, finalmente, ter sucesso. "Aquilo de que sinto mais falta é de ser independente. Tenho de depender sempre das outras pessoas. Seria fantástico conseguir fazer algo tão simples como abrir uma garrafa de água sozinho", disse Ian no final do teste. (...)

O avanço tecnológico foi inaugurado por uma equipa de investigadores da Universidade Wexner de Ohio e um centro de pesquisa sem fins lucrativos, Battelle, e dá agora esperança a milhões de pessoas que sofrem de incapacidade física.

Chad Bouton, um dos investigadores disse que a "ponte neurológica", como lhe chamam, "funciona como a ponte aorto-coronária, em vez de enviar sangue, envia sinais elétricos. Os sinais elétricos do cérebro ultrapassam os danos e vão diretamente para o músculo", explicou.

Já houve vários sucessos de pessoas que conseguiram, através dos pensamentos, mover braços ou pernas biónicas, mas esta é a primeira vez que alguém consegue mexer o próprio corpo. No arranque do Mundial 2014, uma pessoa paraplégica vestiu uma "segunda pele", um esqueleto motorizado, que lhe permitiu andar e dar o pontapé de saída do campeonato, também através dos pensamentos.

In: JN

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